CAPÍTULO 6 – UMA PÉSSIMA IDEIA
Dia vinte e seis de setembro, sábado às 21:52, Sakura Haruno descobriu que podia ter fortes alucinações, talvez até mesmo algum problema mental.
Ela, em uma visão geral, gostava de beber.
Geralmente evitava ficar bêbada, até porque sempre trabalhava no dia seguinte e trabalhar de ressaca era totalmente insuportável. Uma vez quando era adolescente foi parar em uma festa com outros jovens do orfanato. Por ser desconfiada, Sakura não aceitou bebidas de ninguém, nada que não estivesse devidamente lacrado. Mais tarde naquela mesma noite ela agradeceu por isso. Uma das meninas havia sido drogada, e depois de leva-la para um quarto afastado, Sakura se sentou no chão esperando o efeito passar.
Durante horas ela delirou, falando ver coisas sem sentido, chorando e se encolhendo.
Depois disso ela decidiu que nunca ia passar dos limites, em absolutamente nada.
Então quando se levantou para fechar a janela da sala e viu alguns homens – não completamente vestidos – andando em direção a sua casa, ela se perguntou o quanto tinha bebido naquela tarde.
A lua já estava brilhando, o vento estava frio, alguns animais faziam barulhos e até mesmo podia ver vagalumes na entrada da casa.
Não passava das oito da noite, e ela já estava faminta novamente. Seu plano atual incluía fechar as janelas e ir para a cozinha fazer um lanche – duas fatias de queijo e duas de presunto, para compensar todos os anos que não pode se dar o luxo – e tomar um refrigerante bem gelado. Depois, talvez, comer sorvete e finalmente ir tomar um banho para dormir.
O seu plano deu errado assim que começou.
Sakura se levantou do tapete, pois mesmo depois de uma hora dizendo coisas tranquilizadoras, nenhum dos tigres ousou se aproximar. Ela não podia culpa-los, pois não sabia o que tinham passado antes das docas. Por mais que ainda fossem pequenos – o tamanho de um gato adulto -, para terem ido para lá certamente muita coisa havia acontecido.
Ela preferia pensar que ninguém havia machucado eles, porém, Sakura sabia que sempre devia esperar o pior dos humanos.
Assim que ela se levantou, deu uma última olhada para a dupla, ainda pensando como faria para dar o banho no dia seguinte. Ou ensinar a fazer xixi no lugar certo.
Com uma careta foi até a janela.
Esse era um problema para a tarde seguinte. Sim, tarde. Ela pretendia compensar todas as horas de sono perdidas nessa viagem, para ver se a sua aparência melhorava.
Assim que colocou as mãos na janela, viu.
Franzindo as sobrancelhas começou a contar.
Dez homens usando somente calça ou bermuda vinham em direção a sua casa, como se tivessem saído da floresta.
Tinha bebido demais, só podia ser.
Com uma careta começou a fechar a janela, supondo que aquilo eram só árvores em formas estranhas. Já tinha visto uma postagem no facebook sobre isso, mostrando árvores de diversos formatos estranhos e incomuns.
Estava fechando a janela quando a lua iluminou.
Definitivamente não eram árvores.
Seu coração disparou e a sua mente começou a trabalhar rapidamente. Havia aberto todas as janelas do andar de baixo para ventilar a casa, e mesmo que corresse, não conseguiria fechar todas. O céu durante tarde estava azul, sem nenhum sinal de que iria chover, então ela achou que não teria problema deixar aberto, afinal, estava sozinha, longe de tudo e todos.
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Alphas
FantasySakura Haruno estava acostumada a se meter em encrenca - afinal, havia crescido em um orfanato -, porém, essa era de longe a pior situação que ela já havia se metido. Sem emprego há duas semanas, sua conta no banco estava completamente zerada, contr...