Chapter 38 - The way of the dead

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CAPÍTULO 38 – O CAMINHO DOS MORTOS


Eles estavam fazendo uma orgia.

Não que Tenten tivesse visto com os próprios olhos, ou ouvido algum ato obsceno, ela só sabia porque tinha sido convidada a participar. Aparentemente ser a única humana ali a tornava algo exótico. Ela podia jurar que os sobrenaturais transavam com humanos na maior frequência, afinal, viver no meio deles parecia ser um bom motivo. Talvez eles não fizessem isso, ou talvez quando fizessem não pudessem mostrar a verdadeira aparência, ou então nunca tiveram um humano em uma orgia.

A delegada deu mais um trago, prendendo o ar em seu pulmão pelo máximo de tempo que conseguiu. Por fim, voltou a olhar para tenda. Quantas pessoas podiam dizer que tinham sido convidadas para uma orgia sobrenatural? Sentindo uma pontada de curiosidade, Tenten se obrigou a afastar-se. Sexo grupal nunca foi do seu interesse, porém, agora ela estava em outro mundo, um onde a maioria dos seres considerava sexo algo simplesmente prazeroso, que podia ser feito com quantos parceiros quisessem.

Se tinha algo que Tenten aprendeu após quase quatro dias na colheita, era que ali, entre eles, não existia tabu. Sexo, drogas, bebidas, tudo aceitável, tudo natural.

De certo modo, mesmo com penas, escamas, assas, presas, garras, pelos e sabe-se mais o que, eles eram mais simples do que os humanos, sem possuir o costume de problematizar tudo, sem se prender a ideologias impostas pela igreja e estado.

Sim, eles possuíam regras, algumas até sagradas, mas nada que impedisse o prazer. Não existiam rótulos específicos, você podia experimentar qualquer coisa, e ninguém te julgaria, desde que não matasse ninguém ou machucasse sem o consentimento, estava tudo bem.

Era muito tentador simplesmente participar, só para saber como era, como funcionava, o que eles eram capazes de proporcionar a uma humana.

Em regra, Tenten não se considerava puritana. Tinha tido alguns parceiros sexuais, mas ao observar a liberdade dos sobrenaturais, ela se sentia inexperiente. Tudo o que fez na sua vida – com exceção de matar um vampiro – estava dentro do previsto.

Completamente previsível.

Ali, entretanto, ela não era uma delegada, não era uma louca, não era nada demais, era só ela, com diversas possibilidades, todas aceitáveis entre eles, bastava somente querer.

Ela fumou mais uma vez, sentindo seu corpo ficar relaxado. As drogas eram mais intensas do que as humanas, e definitivamente melhores. Caso tudo desse errado ela poderia virar uma traficante, com toda a certeza teria a melhor mercadoria da região.

Dando uma risada, ela saltitou em direção a entrada da casa.

Saltitou.

Quando tinha sido a última vez que se sentiu tão leve? Tão em paz? Provavelmente quando era criança, quando ainda era ingênua demais para entender a maldade do mundo, para se prender a responsabilidades de adultos.

Sorrindo, ela circulou um grupo de crianças que brincavam com os tigres, animadas demais com os felinos para prestar atenção em qualquer coisa que acontecia a volta.

Interessante que ali estava repleto das criaturas mais perigosas do mundo, e mesmo assim era o lugar mais seguro para estar. Olhando para frente, Tenten observou o motivo da tranquilidade.

Sakura Haruno, a grande bruxa do norte sorria, mostrando os dentes brancos e transformando seus olhos verdes em pequenas fendas. Todos ficavam tranquilos com a bruxa por perto, afinal, depois do conselho ela era a autoridade máxima do Norte, ou pelo menos foi isso o que falaram.

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