Chapter 5 - The green room

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Capítulo 5 - O quarto verde


Aquilo não era uma casa.

Uma casa era composta por alguns quartos, banheiro, cozinha e sala. Parada do lado de fora, observando a estrutura de madeira, Sakura percebeu que não tinha herdado uma casa, e sim uma mansão.

Aquilo era sem dúvidas grande demais para ela sozinha.

Parada na grama bem cuidada - quem cuidava era uma questão bem interessante e um pouco assustadora, qual ela não ia pensar agora -, seus olhos varreram aquela coisa na sua frente.

Não era uma arquiteta, muito menos engenheira, mas de fora conseguia ver vigas grossas de madeira, janelas grandes de vidro - impossível ver dentro, graças as cortinas escuras que permaneciam fechadas -, mesmo sem nenhuma formação, sabia que era uma casa antiga, e ela conseguia contar pelo menos dois andares, talvez três se houvesse um sótão.

Pelo amor de deus, não podia ter.

Ela era covarde demais para isso. Sótão em uma casa enorme e antiga significa problemas, ainda mais sendo tão afastada da civilização.

Era isso, se não tivesse energia ligada na casa ela iria simplesmente dar meia volta e só iria retornar quando o perigo fosse menor.

Talvez devesse arrumar uma bíblia e água benta.

Apesar que considerando os avisos, era melhor arrumar bala de prata.

Lobisomens...

Uma risada escapou da sua garganta.

Supondo que o povo da cidade estivesse certo, sua chance de matar um lobisomem era nula. Um vampiro talvez, mas lobisomem? Impossível. Vampiros tem como dialogar, enrolar até conseguir uma arma, mas com lobos não tem isso não. Eles simplesmente vão usar suas garras longas e seus dentes afiados para te despedaçar.

Sakura pensou em olhar para a floresta para ver se via algum deles, mas desistiu. Sim, era relativamente covarde. O que os olhos não veem, o coração não sente.

Em passos lentos subiu as escadas.

Estava exausta e teria muito serviço para fazer. Sem falar nos tigres dentro do carro, que deviam estar famintos e ansiosos para sair da caixa idiota.

Sakura faria uma fogueira depois com aquele caixote velho.

A porta da casa era toda de madeira, e parecia bem resistente, graças a deus. Seria capaz de segurar um lobo? Provavelmente não, porém, ela tinha quase certeza que nunca ia precisar descobrir.

Lobisomens não existem, são só fantasias e superstições.

Lendas antigas.

"Todas as lendas têm um fundo de verdade..."

Ela afastou esse pensamento.

Não iria por esse caminho, porque era criativa demais. E estando cansada e sozinha, numa casa estranha bem longe da cidade, ia começar a imaginar coisas. Lidar com pessoas doidas era uma situação totalmente controlável, mas lidar com sus próprios medos no escuro era uma coisa nova.

Não, não ia pensar.

E com certeza não ia mais ver filmes de terror.

Com a chave na mão, Sakura abriu a porta.

O que viu lá dentro não tinha absolutamente nada a ver com qualquer fantasia sua, nada que podia ter imaginado. A casa, apesar de escura, parecia bem limpa. Logo na entrada havia um corredor, e o chão feito de madeira estava tão brilhante que ela podia jurar que alguém havia passado cera há muito pouco tempo.

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