Alphas

Chapter 21 - Potions and weapons

CAPÍTULO 21 – POÇÕES E ARMAS

Seus dedos bateram na própria coxa, e ela mordeu a boca.

Quando o carro diminuiu a velocidade, seu coração parou por alguns segundos.

Tinham chegado.

Como toda cidade pequena, Kohoha encerrava suas atividades até, no máximo, dez horas, o que era perfeito. Agora já beirava as onze, e eles precisavam se apressar. O feitiço devia ser feito meia noite em ponto, para que o seu efeito fosse preciso, e para dizer as palavrinhas mágicas, ela precisava do sangue.

E para isso, a delegada teria que ser jogada aos lobos, literalmente.

O carro estacionou, e ela quase pulou para fora no mesmo momento. Kakashi, vestido de preto, desceu com a maleta e o grande livro em baixo do braço, caminhando atrás dela.

Sakura foi até o centro da praça, parando em frente a grande árvore de carvalho.

- Ela está aqui muito antes da cidade existir – o caçador disse ao seu lado.

Bom, a Haruno não duvidava disso.

Pelo que sabia da natureza, quando mais velha uma árvore, maior ela é, e essa era gigante. Seus olhos a acompanharam, e quase que o seu boné caiu no chão. Sakura o ajustou na cabeça, olhando para cima.

O feitiço devia ser feito no centro da cidade, e o centro era ali.

Pelo jeito teria que fazer a runa na árvore mesmo.

Contendo o suspiro, ela se sentou no chão, recebendo a bolsa logo em seguida. Os lobos já estavam na floresta, se preparando. No carro havia vindo somente ela, a delegada e os caçadores.

Sakura desejou ver o Uchiha mais uma vez, antes de tudo acontecer.

- Você vai ficar bem? – Tenten perguntou, parando ao seu lado.

Ela usava suas roupas, e estava com o cabelo preso e escondido dentro do capuz do moletom preto.

Só era possível ver detalhes do seu rosto, e juntando com a pouca luminosidade, se tornava quase impossível distinguir uma da outra.

- Acho que sou eu quem deveria te fazer essa pergunta.

A delegada sorriu.

- Vou estar cercada por lobos, dois caçadores e ainda tenho minha arma.

- Não se esqueça do feitiço de proteção.

- Sem contar o feitiço de proteção – completou.

Sakura sorriu.

Ia ficar tudo bem.

Qual seria a dificuldade? Treze contra um.

Treze era um bom número, não era? Teoricamente era o número das bruxas ou algo assim. Tudo ia ficar bem. Não precisavam matar a coisa, esse não era o objetivo de hoje.

Se conseguissem, perfeito, mas não precisavam.

Precisavam só mantê-la longe das pessoas, pelo menos até resolverem o que fazer, ou melhor, como fazer.

Só era necessário sangue, uma gota já bastava.

Com Uma gota, Sakura conseguiria fazer o feitiço.

- Esta com o frasco? – perguntou.

Tenten o tirou do bolso, mostrando o vidrinho pequeno na mão. Shikamaru tinha encontrado o que parecia ser um mino portal, ou algum tipo de comunicação. Pelo que ele havia dito, era usado para mandar recados de uma pessoa para outra. Algo colocado em um dos frascos, aparecia quase que instantaneamente no outro.

Tenten só precisava coletar o sangue e colocar ali dentro, e ele apareceria imediatamente para a Sakura.

Tudo fácil e rápido.

- Não se preocupe, vai dar tudo certo – a delegada tentou tranquiliza-la, mas estava claro que ela também não estava calma.

Como estaria? Tenten estava prestes a ser atacada por um lobo.

- Assim que pegar o sangue, corra de volta para a cidade – Sakura ordenou – Estou falando sério. Se a runa de proteção sair, nada garante que eles vão conseguir te proteger.

A Haruno não queria duvidar da capacidade da alcateia, mas eles não tinham visto o que ela tinha. Aquela coisa não ia parar até todo mundo morrer, e ela sabia que a prioridade deles seria matar a criatura e proteger um ao outro.

A delegada não fazia parte do bando, então se tivessem escolher, escolheriam um ao outro.

Tenten precisava ser rápida e esperta.

A mulher concordou, se abaixando.

Ela tirou uma pequena arma da cintura, e colocou ao lado do pé da Sakura.

- Estamos supondo que ele vá cair nessa – falou baixo – Mas nós duas sabemos que todos eles estão escondendo alguma coisa. Esse errante com certeza não é burro, e se ele perceber que você está aqui desprotegida, vai vir direto pra cá.

Mordendo o lábio inferior, Sakura pegou a arma e colocou entre as pernas. Tinha total consciência de que se aquela coisa percebesse o que tinham feito, viria atrás dela e da sua cabeça.

E não existiria nada entre ele e a sua cabeça.

Afinal, o que ela poderia fazer? Além de morrer, claro.

E de tentar atirar. Sakura sabia o básico de uma arma, mas não confiava que tinha uma mira boa o bastante para acertar aquela coisa. Iria tentar, óbvio, mas acertar era uma história completamente diferente.

A questão era: se ele soubesse que era uma armadilha, tentaria se vingar dos presentes ou iria preferir aproveitar a oportunidade e caçar sua presa?

Sakura não conseguia decidir qual era pior. Não queria que nenhum dos lobos morresse, mas também não queria virar a refeição. Se bem que era muito mais provável a segunda opção. Eles não iam morrer, até mesmo porque estavam juntos e eram malditos lobisomens.

Iam ficar bem.

- Está com as poções que eu te dei?

Tenten concordou.

- Devo tomar a laranja assim que estiver com o sangue.

- E então correr.

Sakura havia separado algumas poções para a delegada e para os caçadores. Os lobos haviam tomado antes de saírem, e infelizmente não conseguiam carregar frascos com eles.

Porém, os três tinham o bastante caso qualquer um precisasse.

A delegada se levantou.

- Sei que tem sua magia, mas mire na cabeça, bruxa. Não hesite.

Sakura tentaria não hesitar.

Talvez ela ficasse se tremendo de medo, afinal, era uma possibilidade. Mas tentaria não ficar.

Sorrindo, ela desejou boa sorte.

Tenten, Kakashi e Gai caminharam para longe, indo em direção ao limite da cidade para entrar na floresta. Sakura olhou para eles até sumirem da sua visão, fazendo uma curva na farmácia.

Ia ficar tudo bem.

Afinal, estavam cheios de poções e armas, podiam se virar.

Os olhos verdes se voltaram a sua bolsa, e ela ignorou a arma no meio das suas pernas. Torcia para não precisar usar.

Respirando fundo, começou a retirar os ingredientes da bolsa, e abriu o livro de capa dura já marcado na página.

- Hora de ser uma bruxa... – disse a si mesma, tentando tomar coragem para incorporar seu papel.