CAPÍTULO 22 – UMA GOTA DE SANGUE
Tenten havia pensado em diversas possibilidades para o seu dia, assim que acordou. Mas se enfiar em uma floresta escura, com dois homens que ela havia passado a semana tentando localizar, para servir de isca a um lobisomem nem se passou pela sua cabeça.
Mas lá estava ela, usando um tênis vermelho sujo, calças que ficavam justas demais no seu quadril, e um moletom quente como o inferno. Sabia que precisava cobrir o máximo que conseguisse do seu corpo com as roupas da bruxa, justamente para evitar que o seu próprio cheiro se sobrepusesse ao dela. Para isso, tomou banho com os mesmos produtos que Sakura usava, usou a mesma toalha e colocou as roupas dela. Isso sem falar no delicioso cochilo que tirou na sua cama.
A mulher havia feito alguma magia, pois não era possível um colchão ser tão gostoso assim. Talvez ela o levasse para casa, assim que tudo acabasse. Seu apartamento ainda não parecia com uma casa, afinal, tinha somente o colchão no chão e umas coisas espalhadas. Todo o resto estava encaixotado, e ela não havia conseguido tempo para se organizar, não com tudo o que estava acontecendo.
Seus pés afundaram na grama, e ela olhou uma última vez para trás.
A cidade não era exatamente clara, pois todos pareciam dormir muito cedo. Fora as luzes dos postes – amarelas demais para clarearem bem – todo o resto estava apagado.
Tenten sabia que a noticia dos mortos já tinha se espalhado, e todos estavam receosos de ficarem até tarde na rua. Isso certamente era uma benção, pois a última coisa que precisava era de mais gente morta na sua primeira semana de serviço.
Seus olhos se voltaram parar frente, avaliando aquela floresta escura. Ela podia lidar com isso.
Tinha matado um vampiro, e havia sido pega de surpresa. Agora, pelo menos estava preparada: armas e magia, fora a companhia de outros lobisomens.
E de dois caçadores experientes.
Certamente iriam ficar bem.
Sem olhar para trás, ela entrou.
A armadilha estava sendo montada no que devia ser uma pedra sacrificial, ou alguma coisa macabra assim. Ela não prestava muita atenção nas explicações, pois a maioria das coisas era sem sentido. Tenten só sabia que tinha uma pedra que antigamente fora usada para a adoração dos deuses, e era costume a bruxa do norte ir lá para buscar sabedoria.
Essa ideia havia vindo de um dos caçadores, aquele de cabelo escuro, o que só podia significar que eles realmente não acreditavam nesse papo de errante burro. Afinal, por qual outro motivo iriam querer que ela fosse a um lugar que faria sentido a bruxa ir? Obviamente estavam preocupados com a possibilidade do animal achar estranho a mulher se enfiar sozinha na floresta no meio da noite.
O que significava que eles no mínimo suspeitavam que a criatura tinha um raciocínio, mesmo que fosse de nível moderado.
E não haviam compartilhado esse fato, nem mesmo com a bruxa.
O que mais estavam escondendo? Nenhum deles ali era minimamente confiável, e ela não se enganava ao pensar que estavam do mesmo lado.
Pessoas eram perigosas, com poderes se tornavam piores ainda. No momento o interesse deles estava aliado, mas até quando?
Ela se aproximou uma grande árvore, e tirou os fios rosas do bolso do seu moletom. Sakura havia dado fios do seu cabelo, para espalharem pelo caminho. A ideia anterior era usar suas roupas intimas, mas a bruxa ficou perturbada pela possibilidade da criatura saber o cheiro da sua vagina.
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Alphas
Viễn tưởngSakura Haruno estava acostumada a se meter em encrenca - afinal, havia crescido em um orfanato -, porém, essa era de longe a pior situação que ela já havia se metido. Sem emprego há duas semanas, sua conta no banco estava completamente zerada, contr...