Mas é de se esperar que depois de algum tempo, o romantismo comece a fraquejar. Alfonso tentou – tentou mesmo – foi gentil, paciente (coisa que ele francamente não era), deu tempo a ela... Semanas tortuosas, que logo se tornaram meses... Mas a resposta jamais veio. Os dois foram se afastando aos poucos: Um efeito natural do tempo, até que o único que tinham em comum eram os filhos (que no final passavam uma semana com cada um) e a empresa. Anahí retomou a empresa do pai (que Alfonso mantivera de pé durante seu coma), e coordenava o ateliê com mãos de ferro. O nome "Anahí Herrera Designs" se estabilizou como o topo no mundo da moda em uma velocidade meteórica, resultado de uma mente brilhante equipada com verba de sobra.
Anahí: Não. Sim, eu já decidi. Essa temporada eu vou trabalhar com transparência. – Disse, ao telefone, olhando um catalogo a frente – Ainda não escolhi as cores, mas acredito que... – A porta do escritório se abriu com um estampido – Retorno logo. – E desligou.
Ian: Que merda é essa, Anahí? – Perguntou, irritado, jogando um papel na mesa dela.
Anahí: Sempre um prazer vê-lo, Ian. – Disse, sorrindo, enquanto apanhava o papel. Era um extrato da conta dele que mostrava um deposito significativo em nome dela – Oh, eu tenho um desses também! – Disse, falsamente alegre.
Ian: Eu posso perguntar porque você está me dando dinheiro? Entendo que você esteja no auge do sucesso, mas isso subiu a sua cabeça? – Perguntou, se sentando. Anahí sorria.
Anahí: Esse depósito é pelos últimos dois meses de aluguel do apartamento onde eu vivo e do carro que eu uso. – Disse, simples.
Ian: Eu te emprestei aquilo! – Disse, exasperado – O apartamento estava fechado, o carro sem utilidade, você não precisa me pagar!
Anahí: Escute. Sou sua amiga, e espero continuar assim, mas não vou aceitar nada de graça. – Disse, segurando a mão dele em cima da mesa – Meu dinheiro já foi desbloqueado do banco, e tudo o que eu faço é com o resultado do meu trabalho, das minhas roupas ao que eu como. Não aceitei um dólar de Alfonso, e não vou aceitar nenhum seu. Espero que você possa compreender. – Disse, sincera.
Ian: Então porque não compra um apartamento, um carro, um prédio? – Perguntou, e ela riu, se recostando.
Anahí: Porque me dar ao trabalho? – Perguntou, divertida – Gosto do seu apartamento. Ele é um charme, acho um desperdício fechá-lo novamente, e descobri que gosto da cor do carro. – Debochou, e ele revirou os olhos. – É questão de relaxar. Esse dinheiro não muda em nada minha vida nem a sua, mas eu não vou aceitá-lo de volta. – Disse, tranqüila.
Ele a conhecia. Aquela era a antiga Anahí: A determinada, independente, que não abaixava a cabeça enquanto ainda pudesse lutar. Por mais que ele desgostasse daquilo, não valia a pena a briga. Dessa forma os dias foram se passando... Passando... E algo é certo: O tempo nunca passa sozinho; coisas sempre mudam com ele.
Anahí: Ok, você devia tirar a pata do meu sofá. – Ralhou e Joseph riu, esparramado no sofá da sala. Anoitecia e Nova York começava a se iluminar, pela parede de vidro da sala.
Dulce: Eu já vou. – Decidiu, pondo a taça de vinho na mesa.
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Antes Que Termine o Dia (Efeito Borboleta - Livro 3)
FanficQuando você é enganado, traído e machucado a certo ponto, só existem duas opções: Esquecer e perdoar, ou esperar o momento e a hora certa de se vingar. Essa não é uma história sobre perdão. "O bater das asas de uma borboleta pode desencadear um tuf...