Anahí estava abatida. Visivelmente mais magra, o rosto marcado por olheiras escuras mais fino, os ossos aparecendo mais, o cabelo sem vida, a raiz escura já aparecendo por debaixo do loiro, usando um jeans que parecia sujo e uma camisa folgada. Ele a olhou, tentando procurar o que falar, tentando não voar no pescoço dela...
Alfonso: Onde você estava, Anahí? – Perguntou, olhando o balcão.
Anahí: Estava de luto. Perdi um filho recentemente, não sei se você soube. – Disse, a voz parecendo fraca, rouca. Alfonso a encarou. Podia ver cada centímetro por onde a devastação tocara ela. Ele suspirou, chamando o garçom.
E talvez um dia possamos nos encontrar.
E talvez conversar, e não só falar.
Alfonso: Um coquetel de frutas pra ela. – Disse, cansado.
Anahí: Eu não bebo álcool. – Disse, como se ele não soubesse.
Alfonso: Sem álcool. – Completou. O garçom assentiu e saiu. Ele se virou pra ela de novo, tentando se controlar – Onde? – Exigiu. Anahí o encarou, sorrindo em seguida. Não aparecia nos olhos dela.
Anahí: No único lugar onde você não procurou. – Ele esperou – Na sua casa. – Disse, puxando a camisa que usava. Ele reparou que era uma das camisas que ele usava pra malhar.
Alfonso: É o que? – Perguntou, exasperado – Como?!
Anahí: Eu sai do prédio, fui pra casa e me senti sufocada. Sabia que você viria atrás de mim logo, e eu não queria brigar. Eu precisava chorar aquilo, processar, sabe? Então pensei em me esconder. – Alfonso esperou, exasperado – Você me encontraria em qualquer lugar, menos no mais obvio. Eu vi Madison no elevador quando sai do prédio, sabia que ela ia desligar o sistema pra dar fim na fita de segurança, então eu despistei com alguns taxis, desci no central park e entrei no prédio pela garagem, assim não precisei passar pela recepção.
Alfonso: Inacreditável. – Disse, quase ofendido com aquilo.
Anahí: Ela já havia desligado as câmeras, e você me disse que as fitas do apartamento só eram examinadas em caso de emergência. Você não ia olhá-las. – Disse, enquanto o garçom colocava a taça rosa na frente dela – Foi relativamente fácil.
Alfonso: Você estava na minha casa esse tempo todo? – Perguntou, e ela assentiu – Em que parte da casa?
Anahí: No borboletário. – Disse, tranqüila, bebendo um gole. Era geladinho, doce, caiu bem no corpo desnutrido dela.
Não compre as promessas, porque eu não as cumpro.
E minha reflexão me incomoda. Aqui vou eu, oh...
Alfonso: Eu estive naquele borboletário hoje de manhã. – Disse, cada vez mais ultrajado.
Anahí: Eu estava escondida debaixo da estufa. – Disse, batendo no jeans. A sujeira era terra. – Seu pé estava pertinho do meu rosto, mas você deu a volta e foi embora.
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Antes Que Termine o Dia (Efeito Borboleta - Livro 3)
FanficQuando você é enganado, traído e machucado a certo ponto, só existem duas opções: Esquecer e perdoar, ou esperar o momento e a hora certa de se vingar. Essa não é uma história sobre perdão. "O bater das asas de uma borboleta pode desencadear um tuf...