"Não se pode ter tudo, Majestade." Foi a frase que eu ouvi ecoar no fundo da minha mente, dias antes de perder uma das luzes da minha vida.
Infelizmente, essa é a verdade. Uma rainha não pode ter tudo.
Felicidade e poder.
Não, eles não podem sempr...
1. Desconfiado; que está repleto de cisma, de desconfiança; que tende a achar que algo ruim pode acontecer.
2. Que apresenta uma dúvida ou preocupação constante. Que pensa obsessivamente sobre alguma coisa.
3. Que expressa um desejo súbito e sem motivo.
4. Que age de modo hostil em relação a outra pessoa
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Observava meu corpo perfeitamente envolto no tecido de cor vermelha que delineava-me, esfregando suavemente a substância hidratante em meu braço, sentindo a fragrância contagiando o ambiente conforme eu me perdia em pensamento
Estava preocupada a dias
Muito preocupada.
Preocupação essa que esgotou completamente a vontade na qual eu estava de guiar-me até o restaurante onde combinei um encontro com Marcus.
Iris havia ficado estranha esses dias todos, fechada, sem aquele seu ar espontâneo e alegre.
Ar esse que me agradava muito.
Eu tentei de todas as formas discretas possíveis arrancar uma pista sequer do que incomodava-a, mas essa noite ela nem sequer quis me acompanhar até meus aposentos.
Disse estar cansada e pediu permissão para se retirar.
Em milênios que eu convivo com ela, ela nunca pediu para se retirar.
Pelo contrário, na realidade sempre insistiu para que viesse comigo.
Isso estava me perturbando, o que perturbava ela estava a me perturbar. E eu nem fazia ideia do que era.
Eu me importava com ela, mesmo que jamais admita em voz alta.
Eu me importo com ela
Envolta nesses pensamentos, fecho minha sandália com um aceno do dedo indicador, observando minha aparência no mínimo maravilhosa, mas com preocupação no olhar.
Não havia como esconder.
Ultimamente não tenho focado com toda excelência no trabalho, e isso começou a ser percebido por alguns no conselho, como Hermes, que indagou-me no particular se estava tudo bem comigo.
Ótimo
Eu estava sentindo falta da rotina com ela.
Ou melhor, estou.
Das nossas conversas, de suas péssimas piadas, do cuidado dela comigo (cuidado esse que ninguém nunca teve comigo), do seu cheiro, da sua companhia.
Eu estava sentindo falta dela.
Olhando agora para a tela do meu celular, que indicava o horário se aproximando da data marcada, suspiro, deslizando-a e desbloqueando-a, clicando agora no aplicativo de mensagens e direcionando-me até a conversa com Marcus, me segurando para não passar a língua pelos meus lábios perfeitamente pintados pelo batom vermelho tomate na intenção de não borra-lo.
