Capítulo Três

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Doce.

Foi o que meu paladar indicou ao tomar mais um gole da taça dourada que continha néctar dentro.

Encarei o ambiente ao meu redor, estava na cozinha, procurava algo para comer "devem ter dado o restante para os animais" pensei ao encarar o local e ver que não havia algo pronto para ser "beliscado" a essa hora da madr, bugada.

Suspirei e tomei mais um gole sentindo o gosto tomar conta novamente do meu paladar.

"Eu poderia invocar uma porção de comidas de todos os tipos, ou até mesmo cozinhar.." foi o que a parte mais sensata do meu cérebro pensou "Ou poderia dar uma voltinha lá em baixo e andar pelos restaurantes e bares abertos..." foi o que a parte tentadora da minha consciência constatou.

Confesso que a ideia de poder descer e dar uma volta foi bem tentadora, apesar dos riscos de ser vista ou sentirem minha falta "Oras, só ir e voltar antes do amanhecer, quem irá notar algo?." Ouvi a voz no meu subconsciente falar novamente "E sabemos que Zeus não está aqui para cobrar algo, ele está bem...ocupado como sabemos"

Virei o restante do líquido presente na taça, sentindo o sabor e minha energia se recuperar aos poucos, aproveitei e caminhei em direção a saída.

Olhei a direção em que meu corpo foi automaticamente e dei um sorriso ladino.

Eu deveria ir em direção ao meu templo. Deveria

A direção em que eu tomei foi a completamente oposta, a que me levava ao elevador e saída do Olimpo.

Adrenalina

Foi o que senti percorrer minhas veias ao me aproximar mais ainda das portas douradas, eu sabia que o que eu estava fazendo era "errado" mas se todos os outros faziam eu poderia fazer também, certo?

"Errado. Você não é todos os outros" senti a parte racional do meu subconsciente alertar, mas tratei de ignorar assim que vi as portas douradas se fecharem e o elevador descer em direção ao térreo.

Pela primeira vez em muito tempo, hoje eu não serei a rainha, e sim só Hera.

Ouvi o som das portas se abrindo e sai pelo hall, tentando ao máximo me disfarçar no meio das pessoas ali presentes para que caso houvesse alguém que me conhecesse ali, não me reconhecesse.

Assim que saí do prédio fui abrigada pelo clima ameno-abafado da cidade.

Observei as pessoas (que não eram poucas) andando nas ruas, observei os numerosos carros de todas as cores e tipos, os prédios e suas janelas acesas e sorri.

Caminhei até a beira da calçada e acenei para um táxi que vinha junto ao trânsito, acompanhei com o olhar o carro parar próximo a mim e entrei no banco de trás.

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