Esperando receber flores e chocolates de presente no dia dos namorados, Melissa fica sem chão quando a única coisa que recebe do homem que acreditava que a amava é um pé na bunda. Magoada com o término inesperado e revoltada pelos absurdos que ouviu...
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Tomei mais um gole do meu café e olhei para a porta da cafeteria acho que pela centésima vez em menos de quinze minutos só para confirmar que Melissa ainda não tinha chegado. Ela não estava atrasada, era eu que tinha me adiantado em praticamente meia hora porque não estava conseguindo controlar a ansiedade enquanto ficava em casa esperando o tempo passar.
Quando a vi pela primeira vez, aquela noite no bar, fiquei praticamente hipnotizado. Trabalhando em uma boate eu já conheci muitas mulheres bonitas, mas nenhuma como ela. Melissa era linda e, para minha surpresa parecia não fazer ideia disso. Ela circulava pelo espaço sem se dar conta dos olhares predatórios vindos dos homens que a viam. Não era como muitas ali que tinham estampado no rosto as segundas intenções que possuíam. Ela parecia genuinamente admirada com tudo a sua volta, mas consegui perceber também uma tristeza em seu olhar, que me deixou intrigado.
Depois de lhe servir alguns drinks a encorajei a ir para a pista de dança. Dava para ver pelo sorriso lindo em seu rosto que ela estava adorando aquilo, se divertindo de verdade. Eu continuei a observando dançar até que de repente um cara se aproximou e a beijou. Ver aquilo me incomodou de uma forma que me deixou surpreso. No mesmo instante me arrependi de ter lhe falado para ir para a pista de dança, devia ter deixado que ela ficasse ali no bar bebendo e conversando comigo. Assim que me dei conta desse pensamento me repreendi. Não fazia o menor sentido, eu literalmente havia conhecido aquela mulher a menos de duas horas, não tinha nenhum direito de me sentir desconfortável com o que ela fazia. Eu então me forcei a desviar o olhar e fui atender outros clientes.
Mais tarde ela voltou ao bar e me pediu mais uma bebida. Enquanto eu a preparava percebi seu olhar sobre mim acompanhando cada um dos meus movimentos. Ela estava mais sorridente e quando nossos olhares se cruzavam ela parecia decidida. No momento em que Melissa deixou claro o que queria comigo senti meu corpo vibrar em expectativa.
Quando finalmente nos beijamos eu tive ainda mais certeza de que a queria. E no instante em que fechei a porta do quarto e a vi parada na minha frente envolta por aquela luz vermelha que exalava luxúria tive que usar toda minha força de vontade para não tocá-la. Ela tinha bebido e podia muito bem se arrepender de ter ido até ali. À medida que me aproximava sentia seu perfume floral entorpecer meus sentidos e inspirei fundo seu cheiro delicioso reunindo coragem para lhe perguntar se ela tinha certeza sobre que estávamos prestes a fazer. Eu tive medo que ela dissesse não, mas o beijo que recebi como resposta me fez perder a capacidade de raciocinar. As únicas coisas que eu sentia eram seu corpo contra o meu, seu gosto em minha boca, e o desejo de tê-la de todas as formas possíveis.
Nossa noite juntos, foi em uma palavra, incrível. Eu não me lembrava de alguma vez já ter tido uma transa tão intensa como aquela, e ela pareceu gostar tanto quanto. Mas para minha surpresa, quando acordei Melissa tinha sumido.
Vasculhei o quarto a procura de alguma coisa que me desse uma pista sobre como encontrá-la novamente, perguntei aos funcionários do motel se ela tinha dito alguma coisa, mas eles só sabiam me dizer que ela tinha ido embora assim que amanheceu. Basicamente Melissa havia deixado apenas seu cheiro impregnado em meu corpo e minha cabeça cheia de lembranças da que foi, de longe, a melhor noite da minha vida.
