52. Tudo que eu quero no Natal é você

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Estava há alguns minutos olhando os testes à minha frente.

Todos negativos, para a minha infelicidade.

Eu nem ao menos sei o porquê de eu estar tão triste. Se eu recebesse essa notícia há alguns meses atrás estaria pulando de felicidade.

- Maraisa temos que ir! - escutei a voz de Marilia na mesma hora peguei os testes, colocando na sacola plástica.

Lavei as mãos, saindo do banheiro no minuto seguinte, escondendo a sacola para que Marília não visse o que eu estava fazendo.

- Isa... O nosso voo vai sair agora, se a gente não... O que está escondendo aí? - ela perguntou assim que me viu no flagra, tentando juntar os testes de gravidez com o lixo da cozinha.

- Não é nada - Marília me olhou desconfiada, se aproximando.

- Então por que está tão nervosa? - ela olhou atrás de mim, vendo a sacola, que infelizmente era meio transparente - Isa... O que eu falei sobre você fazer teste de gravidez toda vez que a gente transar?

- Eu sei, eu sei... É que vão fazer quatro semanas que você faz o tratamento, então pensei que... Não sei - me embolei com minha explicação.

Ela me abraçou, beijando minha testa.

- Eu pensei que você era a calma da relação, se lembra? Você quem não me deixava surtar com toda essa história.

- Não era pra você ver os testes, a culpa foi sua... - ela me olhou com uma falsa feição irritada - Tudo bem, vou melhorar. Nada de fazer teste de gravidez um dia depois de transar - prometi, deitando em seu peito.

A verdade é que desde que eu e Marília tivemos uma conversa séria sobre futuro e filhos, eu me vi desejando aquilo.

Agora toda vez que fazíamos sexo minha cabeça me enganava e eu pensava que estava grávida.

- É o melhor. Agora... Precisamos ir - ela deu um beijo na ponta do meu nariz, saindo, provavelmente para pegar nossas malas.

Era manhã de vinte e quatro de dezembro.

Marília, William, Maggie e eu ficaríamos o Natal e o Ano Novo na casa dos meus pais. Gustavo e Claudia passarão apenas esses dois dias representando o Natal, e depois vão passar o restante das festas com a família de Claudia.

Eu estava animada para rever minha família, e eles estavam ansiosos para nos dar os parabéns pelo noivado.

Marilia não conseguia dormir nas viagens, e eu tentei. Juro que tentei ficar acordada com ela as últimas horas, mas quando duas horas haviam se passado, eu já estava dormindo em seu ombro.

Fui acordada horas depois, com Marília avisando que havíamos chegado.

Nos separamos nos carros alugados para a casa de abuelita. William veio conosco, e Maggie com Gustavo e Claudia.

Alguns minutos no carro, e logo estávamos passando pela entrada da grande casa.

- Quer ver uma mágica que eu sei fazer? - Marília perguntou para William, que assentiu rápido.

Minha noiva apertou a buzina, e na mesma hora ouvimos um grito. Meus primos menores que estavam jogando futebol na entrada se espalharam, correndo para ver quem era.

Quando eles viram que era Marilia quem dirigia, começaram a gritar um coro de "Marilia, Marília" enquanto pulavam.

- Mágica... - Marília apontou para todas as crianças ali. Logo vimos a abuelita na entrada - Eles me amam, Will. Eu sou tipo... Uma estrela por aqui.

Por que não? •Marília Mendonça • |G!p| ♻️Onde histórias criam vida. Descubra agora