Prévia 16

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Domingo de manhã
Carla, esposa do Davi, narrando...

Eu tinha saído de Arraial pra visitar meus pais, no sábado; passei o dia com eles, conversei com a minha mãe...eu precisava dela, precisava do colo dela.

Quando contei, ela chorou muito junto comigo, mas me deu palavras encorajadoras.
Porque eu não me sentia melhor?

Dormi lá, mas no domingo saí cedo, queria passar no Vidigal pra dar um abraço na Flávia e Alice, antes de voltar pra casa.
Estou subindo a estrada e ligo pro Thales, meu amigo e viado de estimação.
Amo aquele moleque!
Tô precisando rir um pouco e sei que pra ele tudo é festa!
Ele não atende e eu decido ir direto na casa dele.
Assim que entro na ladeira do Vidigal, baixo os vidros e vejo os caras do mototáxi parados e os radinhos que ficam ali misturados, passando informações de quem entra.

Muitas caras desconhecidas, mas sei que , apesar de um tempo longe, eu não sou desconhecida pra eles.

Subo tranquilamente e passo pelo restaurante da mãe da Luana. Algumas lembranças me vem a mente.
Sorrio pelas boas, me envergonho por uma ruim.
Mas eu acertei as coisas...viramos amigas e eu vi que ela nada mais era do que o mesmo que eu: Uma mulher terrívelmente apaixonada por um homem, não pelo que ele tinha; mas por ele, pelo que ele é! Sem ouro, sem dinheiro...na riqueza ou na pobreza; no amor e na dor!

Lembro quando a Luana ligou, anunciando que estava grávida de novo! Agora é um menininho!
Eu fiquei tão feliz por ela!

" Você é a madrinha de consideração! Quando você vier me visitar, vamos celebrar isso!"

Eu nem sabia o que dizer, quando ela completou, com aquele jeito carinhoso dela:" Você se mostrou uma amiga muito querida e sua verdade é muito clara pra mim! Você e Davi fazem parte da minha nova família...não poderia ser diferente!"

Essa menina , que virou mulher tinha realmente me conquistado!

Eu estava muito feliz com o tudo que ela estava vivendo...tirou o Deco do tráfico...Nossa, quem diria que alguém conseguiria sossegar aquele homem!
Me pego sorrindo sozinha!

Corto umas duas ruas e me vem a mente a Lohanna...a última vez que soube dela, tinha se mudado pra Bahia e estava vivendo com um coroa cheio da nota, dono de pousadas lá.
Nunca vi uma foto dela com ele, mas sabia da história.

Aquela ali só pensa em dinheiro.
Não tinha como não admitir! Na época eu não via isso...

Paro de frente a casa do thales, pego o celular e saio do carro batendo a porta.

Dou um assobio que o Thales conhecia bem.

Ele não aparece.Grito o nome dele e então a mãe dele vem a porta com um bebê no colo.

_Oi, minha filha! Quanto tempo! vamos entrando!

Eu sorrio e abro o portão capenga, passando pra varanda onde ela estava; dou um abraço nela, pergunto como estava. Ela já trabalhou pra mim um tempo, sempre foi uma querida.
_E aí, meu bem? - sorrio e pergunto _ Que bebê lindão é esse?

Ela me manda entrar e coloca o neném num colchãozinho improvisado com cobertas no chão. Ele dormia feito um anjo.

_Ah menina, filho da minha sobrinha, aquela que eu criei...pediu pra deixar comigo na sexta feira , precisava resolver uns assuntos...tá aí, ó, até hoje! Já liguei, já fiz de tudo...não sei por onde ela anda, aquela desalmada! Sò falando assim!

_Meu Deus! Que absurdo! - Continuo olhando dela para o bebê, que parecia ter no máximo uns 3 meses, ali dormindo como se nada estivesse acontecendo.

_Pois é...nem sei o que vou fazer...segunda feira está aí e eu preciso ir pro meu trabalho, o que vou fazer? Ela não pensa, não! - ela olha pro meu celular

O NOVO DONOOnde histórias criam vida. Descubra agora