13. Paradeiro

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Me desperto assustada, olhando diretamente para a janela e agradecendo por ser de manhã, odeio acordar de madrugada. Respiro fundo e sinto mãos em volta do meu corpo, Enid dormia calmamente, abraçando meu abdômen como se a qualquer momento eu podesse fugir. A loira estava com os lábios entreabertos e os olhos fechados, semblante relaxado, valorizando seu rosto suave. Nossas pernas estavam entrelaçadas, cobertas pelo edredom.

Me sento na cama lentamente, tentando não acordar Enid e retiro suas mãos do meu abdômen, deixando-as por cima do travesseiro.

— Merda. — murmuro baixo, relembrando do que Isaac havia dito na noite anterior.

Vou ao banheiro e faço minha higiene matinal, ignorando o quanto a sonolência consumia meu corpo, quando termino, desço diretamente para cozinha. Fatima estava lavando a louça, enquanto cantarolava uma música dos anos 90 animadamente.

— Bom dia. — bocejo, pegando uma maçã da cesta de frutas. — Me faça um favor?

— O que quiser, Srta. Wednesday Sinclair. — brincou, meu olhar rodeou a cozinha.

— Quero nem imaginar o que fez você pensar nesse nome. — abro um sorriso e mordo a maçã. — Olha, prepara um café da manhã bem caprichado pra Enid. Não jantamos ontem, então ela vai acordar faminta, pode deixar que eu levo para ela. Tudo bem?

— Ah, até imagino o quão faminta ela deve estar. — soltou em um tom malicioso.

Reviro os olhos e me sento na cadeira próximo ao balcão, observando Fatima começar a preparar o café da manhã sem parar de cantar a música antiga.

— Coloca suco de laranja, Enid vai gostar. — peço calmamente.

— Quem é Enid, querida? — ouço a voz da minha mãe surgir atrás de mim e automaticamente paraliso, me virando para trás lentamente.

Um silêncio tomou conta de todo o lugar, Isaac estava ao seu lado, desta vez, com um semblante fechado. O rapaz era alto e magro, bem diferente do que eu imaginei, seus olhos eram esverdeados e o cabelo cacheado caía na sua testa como algodão doce, rosto bonito não me engana.

Ele parecia está se perguntando a mesma coisa que minha mãe, quem é Enid?

— Oh, vejo que trouxe Isaac. — Fatima secou as mãos no pano e se aproximou, estendendo a mão educadamente para Albuquerque. — Muito prazer, jovem.

Isaac forçou um sorriso, mostrando uma parte dos dentes extremamente brancos, o que chuto não ser seu sorriso real. Ele apenas acenou, deixando Fatima no vácuo, e isso foi o suficiente para que o início de uma raiva me consumisse.

Algo que eu odeio, é que tratem Fatima mal, como se ela fosse desumana, um monstro de outro mundo, isso sem sombra de dúvidas me deixa com nojo.

— É, bom, vamos para a sala de estar conversar sobre o paradeiro de Alex. Me acompanhe vocês dois, por favor. — Morticia pegou o MacBook do sofá e nos direcionou para a sala de estar.

Nos sentamos nas cadeiras próximo a mesa de prata. Rapidamente Isaac retirou uma maleta que estava na sua mão e deixou em cima da mesa, abrindo-a com sua digital, logo em seguida retirou algumas fotografias, deixando-as no nosso campo de vista.

Mostrava o Sinclair, em um hotel, pela câmera, conseguia notar o nervosismo em seu rosto. O homem tinha uma aparência bonita, o rosto havia uma barba ruiva comprida, bem cuidada, seus olhos eram azuis o que só reforçou o porquê de Enid ter olhos tão radiantes. A aparência dos dois é quase uma cópia idêntica.

— Sinceramente, não vejo a necessidade dessa investigação toda, mas pode começar contando o que aconteceu. — deixo meu queixo na palma da minha mão, prestando atenção em Isaac.

desejo proibido. | wenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora