desejo proibido. | wenclair

25. Confusão

Eu não sou a melhor pessoa para voltar atrás e pedir desculpas, não sou a melhor pessoa para assumir que está errada e muito menos dizer o que me incomoda, talvez eu seja egoísta e orgulhosa. É verdade, talvez eu seja tudo de ruim e mais um pouco, deve ser por isso que Wednesday fez isso, talvez seja meu karma.

Quem diria, Enid Sinclair triste em um baile, isso sim é uma novidade. Música alta, cheiro de álcool, gritos animados. Quando tudo se tornou tão insignificante?

Brinco com o canudo por dentro do meu terceiro copão, completo por energético e vodka pura, não consigo ao menos sentir o efeito da bebida no meu corpo.

Não é minha culpa, eu sei que não é, mas do que adianta repetir isso? Não entra na minha cabeça, sinto que eu estou errada.

Eu sei que álcool não resolve, ouvir as baboseiras de caras nada interessantes durante horas também não. Mas não há nada que eu possa fazer para mudar isto, a não ser, engolir o orgulho.

Talvez mandar uma mensagem?

Céus, eu desliguei na cara dela, com certeza não vai querer me ver pelo resto do mês. O que ela viu em mim? Eu não tenho nada.

— Você está bem? — a voz do desconhecido me fez sair dos meus devaneios.

— Por que?

— Você está encarando o céu à mais ou menos, vinte e seis minutos. — deu risada. — Eu contei.

Abaixo a cabeça com um sorriso bobo nos lábios, estava bêbada, não consigo processar o que está acontecendo e por isso não consigo raciocinar. Tudo em volta parece um borrão de pessoas, a música alta parece baixa demais e, a bebida parece sem gosto. Estou tão bêbada, estou tão inconsciente.

De repente, sem pensar, meus lábios são tomados pelo tal desconhecido. Ele me beija como se estivesse faminto, sua língua invade minha boca sem ao menor processar, fazendo movimentos circulares e lentos. Wednesday aperta meu pescoço com as mãos, sorrindo em meio ao beijo. Sinto saudade da sua boca, das suas mãos, do seu toque, sinto saudade.

Espera, Wednesday?

Estou delirando. Estou beijando alguém para esquecer Wednesday, e mesmo assim, não consigo esquecê-la, por que não consigo? O que tem de errado?

— Chega. — seguro seu abdômen com minha mão vazia.

— Não faz isso, loira. — se aproximou, deixando seu corpo contra o meu. — O beco 'ta vazio, é algo rápido.

— Não quero. — nego repetidamente com a cabeça e aperto sua camiseta, não conseguia ter forças o suficiente, me sinto fraca.

— Rápido. Vai ser rápido. — repetiu e tentou me puxar, por sorte, meu corpo estava pesado contra a parede. — Vamos log-

— Solta ela, porra. Ela não quer, é surdo? — Ajax gritou, assustando o desconhecido, rapidamente suas mãos largaram meu corpo.

Xavier estava do seu lado, parecia sóbrio e sério, se não tivesse enganada, parecia triste também. Xavier triste? Algo está muito errado. Com certeza.

— É namorado dela? — perguntou.

— Não sou, mas e se fosse? Iria mudar algo? — cerrou o maxilar e encarou o rapaz. — 'Cai fora daqui, antes que eu te dê uma lição, vai!

E assim foi feito, após um tempo, Ajax segurou minha mão e me puxou em meio a multidão. Fecho os olhos por alguns segundos e sem querer, derrubo o copo com bebida na minha roupa, me deixando com uma camiseta molhada e cheiro de energético.