26. Rosas Roubadas

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POV: ENID SINCLAIR

Meus olhos se abrem com rapidez assim que batidas ecoam pelo quarto, fazendo meu coração palpitar com rapidez pelo susto, encaro o relógio digital em cima da mesinha ao lado da cama, eram quatro horas da manhã, o sol mal havia nascido e, para melhorar, havia dormido somente duas horas, as seis teria que está na boate para resolver alguns problemas com os funcionários.

Quem estava atrapalhando meu sono?

Me levanto lentamente e retiro o cobertor do meu corpo, pego uma garrafinha de água aberta que estava no chão e me dirijo em direção a porta, enquanto uma mão girava a maçaneta a outra levava a água até minha boca. Assim que abro, o líquido desliza pela minha garganta com força.

Wednesday estava encharcada, os fios molhados caiam sobre sua testa e pela primeira vez, seus olhos não estavam exalando felicidade, e sim desespero e confusão. Meu coração acelerou novamente, desta vez tão forte que posso jurar que Wednesday ouviu, me causando um arrepio intenso pelo corpo. Ela estava segurando rosas nas mãos, eram tantas que não consigo contar, tantas cores, tantos sentimentos.

Isso me faz desejar a morte, primeiro por ter negado vê-la e segundo por ter está paralisada, sem conseguir mover um músculo sequer.

— Wednesday? — sussurro, observando a garota na minha frente.

— Eu sei que dar flores depois de fazer algo errado vem de homens cafajestes e imaturos, mas eu fugi do meu pai só para te ver e, está tarde demais para eu passar em uma floricultura, não quero te encher de desculpas, mas elas são lindas e eu não resisti. — ela abriu um sorriso torto, desço meu olhar pela sua calça, suja de lama. — Me desculpa, Enid. Eu errei de uma forma escrota e imatura, eu sou imatura, nunca quis te magoar muito menos deixar que isso separasse a gente, nunca quis que isso separasse nós duas. Se quiser fechar a porta na minha cara, você vai ter toda razão. Eu fui escrota, pra caralho.

Um silêncio se acomodou por longos segundos, não sabia o que dizer, estava tarde e minha mente ainda estava processando o fato de que Wednesday estava me pedindo desculpas, de madrugada, enquanto cai uma tempestade assustadora.

— Eu não sei o que passou pela minha cabeça, mentir olhando nos seus olhos depois de tudo, foi minha pior decisão, a mais dolorosa, e a culpa é toda minha. Me desculpa. — mordeu o lábio inferior.

— Hum-uh. — um grunhido inaudível escapa da minha garganta, me fazendo engolir seco.

— Eu gosto de você. Não... Eu sou apaixonada por você, completamente apaixonada em tudo que você tem, nos seus olhos, na sua boca, no seu toque, em tudo que você tem porque simplesmente é seu. — Wednesday diz tudo com cuidado, parece não saber demonstrar o que sente e se torna confuso, parecia ser um desafio, um lindo e ingênuo desafio. — Eu não iria conseguir passar mais uma noite sóbria sabendo que eu te magoei, Enid. Nada conseguiu tirar você da minha mente nesses últimos dias, eu me revirei pela cama, tomei chá e acredite, até calmante. Mas nada resolveu, porque você é viciante, Sinclair, você é viciante e eu não posso te perder de jeito nenhum. Não parei de pensar em você em nenhum momento porque quando não estou pensando no seu rosto, estou pensando no seu jeito, no seu modo de falar, na sua risada.

— Você está sóbria? — pergunto com receio, suas palavras são tão lindas que demoro para processar, se for um sonho, eu vou me amaldiçoar pelo resto da semana.

— Oh, Deus, nem bêbada eu teria coragem de te dizer tudo isso, Enid. — umedeceu os lábios. — Eu estou quebrada de todas as formas possíveis e você consegue curar tudo com um sorriso, com a droga de um sorriso.

desejo proibido. | wenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora