35. Sobre Amar

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quem é vivo sempre apareceKKKKKKK não me matem😭 comentem bastante nesse cap, fiquei insegura antes de postar, parece que desaprendi a escrever.

boa leitura.

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Ninguém nunca me ensinou a amar alguém, ninguém me ensinou a me amar. Às vezes sinto que tudo é culpa minha, que durante dezoito anos eu conseguir afogar meus problemas com dinheiro, bebidas e sentimentos superficiais, sinto que fui que deixei as coisas fluírem dessa forma. Fui uma criança obediente durante tanto tempo, me calei tantas vezes.

Talvez eu tenha desaprendido a ser eu mesma.

Gomez me teve em uma das melhores fases da família Addams. Dinheiro na conta, carros na garagem, nossos nomes nos jornais locais e é claro, o jornal utilizando nossos rostos como exemplo de empreendedorismo. Tudo foi a droga de uma mentira, durante dezoito anos, eu vivi a porra de uma mentira. Nunca foi questão ao dinheiro, mas sim em questão da família perfeita, carreguei isso como se fosse de fato, uma verdade.

Pobre Wednesday.

Dou um gole na garrafa de Heineken, sentindo o líquido escorregar pela extensão da minha língua e se afundar pela minha garganta. A noite está inexplicavelmente fria, nem mesmo o suéter preto e velho está conseguindo resolver. O vento abraça meu corpo de uma forma sútil e meus ouvidos parecem adorar a voz dócil do velhinho cantando no bar, de um jeito doloroso e bonito.

Como eles aguentam viver tanto? Com tanta decepção na humanidade?

Encaro a porta amadeirada da casa de Enid durante longos minutos, batendo os pés na calçada repetidamente, tentando espantar meus pensamentos negativos com outros pensamentos. Meu nariz dói e minha boca parece está implorando por algo quente. Estou sem direção.

Tomo coragem o suficiente para bater na porta, aproveitando para dar outro gole na garrafa de Heineken, a bebida já está quente de tanto tempo em minha mão.

Estou congelando, mais alguns graus à baixo e eu com certeza virarei pó.

— Wednesday? — a voz tão doce invade meus ouvidos, me fazendo levar a cabeça rapidamente apenas para encarar os olhos azuis e perdidos de Enid. Pode parecer errado, mas toda vez que encontro essa garota, meus dias ruins se tornam bons em questão de segundos. — O que aconteceu com você?

Ela retirou o casaco e envolveu em meu corpo, me puxando para dentro com o máximo de cuidado possível. Seus braços rodearam meu quadril em um abraço aconchegante, deixando meu queixo apoiado em seu ombro enquanto seus dedos deslizavam facilmente pelas minhas costas. Enid me conhece, sabe que conselhos não caem bem e que abraços se tornam superiores.

Ela é meu amuleto da sorte.

— Não quero conversar sobre isso. — solto uma risada abafada, tentando amenizar a situação.

Enid se afastou, olhando para meu rosto de forma delicada, como se estivesse desenhando cada detalhe com seus olhos. Sua mão se aproximou lentamente da minha bochecha, tão devagar que posso jurar que está com medo de me machucar. Assim que o polegar tocou minha pele, sua boca se fechou.

— O seu nariz... — engoliu seco.

— Não quero que fique assustada, está bem? — abro um sorriso de canto. — Vamos dar o fora daqui.

— O que? — deu uma risada nasal.

— Praia de Copacabana. — divido meu olhar entre seus olhos e sua boca. — Onde tudo começou.

Foi questão de minutos para que estivéssemos no meu carro, dirigindo perdidamente pelas ruas do Rio de Janeiro.

Felizmente Gomez não lembrou de tomar as chaves da BMW.

desejo proibido. | wenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora