8. O Baile

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 Encostada na beirada do prédio, com a long neck na boca e um cigarro entre o dedo indicador e o dedo médio, estava eu, com a mente nas nuvens. Queria estar pensando em Simone e no nosso possível relacionamento, mas só conseguia pensar em estratégias para ganhar a futura eleição.

No meio de meu raciocínio, meu telefone apitou. Era uma mensagem de Janja no grupo da equipe.

Janja:

"Amores de minha vida, temos um baile hoje com a imprensa de São Paulo. Grandes nomes estarão presentes, incluindo o suposto Presidente da República."

Eu:

"Eu e Simone iremos, com certeza. Se o nome dela não estiver na lista, favor colocar."


 Terminei minha cerveja e deitei no sofá do roof top. Desci para o apartamento por volta das 11h e Simone me aguardava na sala.

- Soraya, por onde você andou? – ela me perguntou e eu ignorei. – Com essa roupa ainda, pelo amor de Deus! – continuei ignorando. – VOCÊ ESTAVA FUMANDO, SORAYA? – segui ignorando-a e fui direto para o banho.

Simone odiava cigarro e odiava quando eu fumava, por isso fazia sempre escondido quando namorávamos, mas ela sempre descobria. Eu podia tomar um banho de uma hora e gastar todo shampoo em meus cabelos, que ela sempre me apontava.

Durante meu banho, ela adentrou o banheiro e ficamos bons segundos nos encarando. Parecia que estávamos em um bate serinho.

- Posso me juntar? – ela perguntou, me olhando de cima a baixo.

- Não. – sorri debochada. – Estamos atrasadas!

- E aonde vamos? – ela se sentou na poltrona que tinha em frente ao vaso sanitário.

- Vamos almoçar e depois escolher um look para o evento de hoje. – falei, passando sabonete pelo corpo.

- E que evento seria esse? – fixou o olhar em minhas pernas. – Eu amo suas coxas grossas.

- É um baile que reunirá toda imprensa de São Paulo, com isso, muitos políticos vão, inclusive o "presidente". – respondi ignorando fortemente o elogio que veio dela.

Terminei de tomar meu banho, me sequei e quando fui sair do box, ela levantou rápido e parou em minha frente.

- O que foi? – perguntei.

Ela fingiu que nem foi com ela. Tirou sua blusa, depois seu short e por último, suas roupas íntimas, ficando completamente nua. A olhei de cima a baixo e lancei um olhar fogoso para ela, que me pediu licença e entrou no box para tomar banho.

Droga! Ela sabia me provocar e fazia isso com maestria. Sabia que eu devolvia toda aquela provocação da maneira que ela gostava: em sexo. Mas eu não faria isso, ela ficaria horas no banho me esperando, mas eu não me renderia. E não me rendi.

Fomos à rua juntas, mas chegando no Shopping JK Iguatemi, nos separamos. Cada uma foi em busca de sua roupa e combinamos de nos encontrar em casa.

Já no apartamento, tomei outro banho e fui arrumar-me no banheiro social, enquanto Simone fazia o mesmo em seu quarto. Saímos juntas dos respectivos cômodos, dando de cara uma com a outra.

- Você está linda, Soraya. – ela me elogiou com um sorriso no rosto.

Eu estava usando um vestido bege com lantejoulas, de alcinha, que tinha as costas abertas e ia até os joelhos, finalizado por uma fenda na coxa esquerda. Nos pés, calçava um par de saltos brancos e no cabelo, um coque alto com fios soltos na frente.

Jogada de Mestre - SimorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora