11. Algemas

590 61 22
                                    

 Após um banho quente juntas, pedi para Simone se arrumar, pois a levaria parar jantar em um dos melhores restaurantes do Rio de Janeiro. Mais cedo, eu havia ligado e pedido um horário só nosso e com apenas um garçom. Aleguei que trataríamos de assuntos políticos para ninguém desconfiar que estávamos juntas.

Saí do banheiro primeiro e deixei Simone arrumar-se lá. Pedi a ela para colocar uma roupa que se sentisse à vontade. Nós duas éramos muito simples e eu não queria que ela usasse o que não gostasse só para me agradar, e na verdade, o que mais me agradava era ela do jeitinho dela.

Coloquei uma calça preta de couro sintético, de cintura alta e perna reta, larguinha do jeito que eu gostava. Na parte de cima, usava um cropped branco e um blazer azul marinho por cima. Nos pés, calçava uma sandália de strass prateada, que era conjunto de minha bolsinha. No rosto, uma maquiagem simples, mas melhor contornada.

Simone veio andando em minha direção com os cabelos escovados, uma maquiagem mais básica que a minha, vestida com um vestido branco justo, que marcava mais sua cintura e seios, deixando-a mais gostosa. Nós pés ela calçava...

- Sapato Egito, Simone? – perguntei incrédula.

Meus olhos não acreditaram no que estavam vendo. Como ela teve essa audácia?

- Eu não fazia ideia de onde eles estavam e naquele dia que fui para o hotel, Lula achou no meu dark room.

"Velho safado" pensei.

- Não faço ideia de como foram parar lá.

- Pois é, não é? – disfarcei.

Eu disse que amava o jeitinho dela e se ela gostava daquele sapato horrível, eu passaria a gostar também.

Lula nos levou para o restaurante. Ele e os seguranças ficaram à paisana no local.

Entrelacei meus dedos nos de Simone e entramos no restaurante. Com a iluminação baixa, som ambiente e temperatura gelada, escolhemos a mesa perto da janela, com vista para todo o Leblon.

Pedimos um vinho e eu optei por um Brancaia II 2018, diretamente da Toscana, Itália. Era um vinho tinto que havia ficado dezoito meses em barricas de carvalho e 3 meses em tanques de concreto, até ser engarrafado. Era suave, com forte cheiro de cereja e parecia ser apimentado.

Simone confiou no meu paladar e pediu pratos iguais aos meus. De entrada comemos vieiras com palmito pupunha, molho de coco lima, baunilha e tartar de banana da terra; o prato principal foi uma costela braseada por oito horas no vinho do Porto com purê de inhame, manteiga noisette, crocante de bacon e picles de cebola pérola; de sobremesa, pedimos um crème brulée de cupuaçu no sifão, frutas vermelhas, terra de chocolate torrado e crocante de caramelo.

Foi um jantar inesquecível, não só pela comida, mas pelas conversas e risadas. Por um momento, esquecemos de toda a pressão do mundo a nossa volta. Era só eu e ela.

Acabamos de jantar cedo, por volta das 22h e voltamos para o hotel.

Simone abriu a porta do quarto, dando-me passagem.

- Você está uma delícia nessa calça. – deu um tapa forte em minha bunda.

Em um piscar de olhos, agarrei em seus ombros e a joguei contra a parede. O calor do vinho se misturou com tesão de nossos corpos. Meus olhos se perderam entre sua boca, pescoço e olhos. Sem hesitar, ela me beijou e eu retribuí invadindo sua boca com minha língua.

- Hoje sou eu que mando. – ela disse, mordendo me lábio inferior.

Eu nem respondi, apenas me entreguei ao beijo sedento. Em meio a pausa para respirar, amarrei meu cabelo com um rabo de cavalo e Simone fez um coque alto.

Jogada de Mestre - SimorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora