Aquele noite foi a melhor da minha vida, jamais imaginei passei por um momento como aquele com ninguém.
- Hariel, socorro - disse assim que vi a onda maior que eu vindo na nossa direção.
- Se acalma, vida, ela nem é tão grande assim - ele me respondeu, foi o tempo da onda nos atingir e eu realmente precisar que alguém me puxasse.
Por sorte estávamos abraçados e ele reagiu no mesmo momento.
- Sou péssima em nadar - disse passando a mão no rosto.
- Eu to vendo, nega - ele disse rindo.
- Hariel - repreendi ele e dei risada, a pior coisa do mundo é dar bronca em criança rindo, aprendam, ele nunca vai mudar.
Ainda bem que eu gosto dele assim.
Voltamos para a capital já era de manhã, passamos a noite inteira levando caldo no mar e salvando o outro, por que eu precisei aprender a nadar pra salvar ele.
- Obrigada - ele apoiou sua mão em meus ombros, logo depois deslizando ela até meu pescoço, e como eu já imaginava, acariciou meu rosto.
O ato de fechar os olhos quando ele faz isso é involuntário, nem eu sabia o porquê eu fazia isso.
- Linda - ele disse e eu sorri, demos um último selinho e então eu entrei para minha casa.
O dia seguinte era um domingo e eu estava de folga, então depois de um banho quente, dormi como um anjo.
Quando acordei já tinha mensagem de Ágatha me chamando para ir na casa dela.
Como era domingo e ainda estava na hora do almoço, resolvi ir sem comer, aprnas tomei outro banho para acordar e fui para Ágatha.
Eu e Ágatha éramos tão proximas que eu tinha a chave do portão da casa dela, ela me deu em casos de emergência, Ágatha tinha depressão e crises fortes de ansiedade, então era sempre melhor ter algo para previnir, e eu andava com a chave sempre.
Entrei e vi que ela não estava na sala, sua mãe como sempre não estava em casa, então fui direto para seu quarto, quando entrei ela estava deitada assistindo série.
- Bom dia, vamos abrir as cortinas? - Eu disse já indo em direção a porta da varanda para abrir.
- NÃO, eu não quero, só deita aqui e vamos conversar - ignorei o que ela disse e abri a janela mesmo assim.
- Vai abrir sim, vai levantar e vamos viver a vida, vamos fazer algo para comer porque eu to com fome e feliz - ela cruzou os braços, ainda deitada - o que aconteceu?
- Nada, ontem o Matheus foi pro baile e não me levou junto, já mandei ele procurar outra pra comer por lá mesmo, porque aqui nunca mais.
- Ata, sei... - desliguei o ar condicionado e puxei as cobertas dela - levanta, vai ficar triste na cama por causa de macho não.
- Você é muito chata, não pode nem sofrer em paz.
- Não vai sofrer não, eu to feliz e tenho que te contar da minha noite e digo mais - apontei o dedo indicador para ela - eu sei que mais tarde ou se não daqui a pouco ele ta te gritando aqui no portão, então levanta e vai tomar um banho pra irmos no mercado comprar coisinhas pra gente fazer uma lasanha - Ágatha levantou e me olhou.
- Pois se vier, vai ficar trancado la no portão.
- Duvido, Ágatha, eu duvido - sai empurrando ela para o banheiro.
Comecei a arrumar sua cama, desci para o andar de baixo, colocando "F*F*M*" do Filipe Ret para tocar, eu sabia que ela amava essa musica, fepois subi de novo e Ágatha já tinha saído do banheiro, agora estava de toalha encarando seu guarda-roupa.
- Eu não tenho roupa.
- Ai Ágatha, vai a merda - peguei algumas peças quaisquer que combinavam e a entreguei - pronto.
Ela se vestiu devagar, quase parando, quando terminou já a puxei rm direção ao mercado, lá ela foi se animando, nada deixava Ágatha mais feliz do que comprar.
Compramos as coisas para a lasanha, algumas coisas para fazer uma sobremesa e fomos para casa.
Chegando lá foi dito e feito, Matheus estava sentado no portão da casa de Ágatha com um copo de whisky do lado.
- Puta que pariu - ela disse, indo em direção a ele - você já ta bebendo de novo?
- Quem disse que eu parei? - olhando para a vestimenta dele, e realmente, não tinha motivos para pensar que ele tinha dado uma pausa.
- As puta do baile não te ajuda agora né? - ela esticou a mão, esperando ele pegar e assim ele fez, abri o portão e entramos.
Ágatha subiu com ele e eu fiquei na cozinha preparando as coisas para a lasanha, de lá consegui ouvir os gritos dela.
- Pronto - ela disse assim que voltou, já pegando uma panela para fazer a carne.
- Amiga - a observei com um olhar de piedade.
- Não quero falar disso agora, deixa ele dormir e vou esquecer desse episódio, pior seria ver a minha mãe encontrar ele assim, ainda bem que essa mulher nunca tá em casa nem pra mim...
- Eu to aqui pra você - a abracei.
- Agora me conta da sua noite, tá enrolando muito.
Comecei a contar enquanto cozinhava, as reações que ela tinha a cada momento que eu contava eram as melhores.
- Nossa, não acredito que você não deixou ele dizer.
- Ah amiga, não acho que seja a hora...
- Mas você não tá apaixonada?
- Eu tô, o Hariel é perfeito, um anjo, mas no momento não dá, parece que eu roubei ele de alguém, estar assim escondido é péssimo, queria mostrar ele para o mundo e ainda não podemos, então ainda não podemos dizer as 3 palavras.
- Eu já disse...
- Eita.
Continuamos conversando e eu contando sobre a noite passada, até colocarmos a lasanha no forno e nos sentamos no sofá, assistindo algo, sem conversar, apenas aproveitando a companhia uma da outra.
- Vocês tão assistindo isso? - Matheus falou depois de descer as escadas.
Ágatha apenas o olhou.
- Você não dormiu faz 1 hora? - perguntei, realmente intrigada com a revigorada.
- Já ta suficiente - ele se jogou em cima de Ágatha, ela não reagiu - É regra - Matheus disse e ela deu um sorriso aproveitando que ele não estava vendo e jogou sua mão no cabelo dele, fazendo carinho - Eu sou o seu neném - palavras que me lembram o Hariel.
- Eu acho bom o meu neném não ter gastado toda a maconha dele com os vossos parceiros e bolar uma grande vela pra eu conseguir perdoar ele - ele pulou do cólo dela.
- Pra você, agora Ágatha - eles sempre se chamavam pelo nome, Ágatha gosta disso, diz ela que é para ninguém saber que eles ficam, mas a gente sabe que era pra não esquecer o nome das pessoas - eu só vou ali e já volto - nisso já estava na porta.
- Um W - um W?
- Um W?
- É, dois V juntos é um W, vai e volta - eu ri, Matheus soltou um riso e saiu.
- Vou usar sua bike - contanto que não fosse o carro dela.
- Contanto que não seja meu carro - ela disse, incrível como tudo que eu pensava ela dizia.
O portão se bateu e ela apenas me olhou com cara de desdém e levantou para olhar a lasanha, foi o tempo de Matheus chegar.
- Caralho, esse é obediente mesmo - falei rindo.
- É que eu sou brava, amiga.
Ela voltou para a sala e ele já estava sentado dichavando.
Passamos a tarde ali, os dois implicando um com o outro, depois estavam fazendo carinho um no outro, e o tempo inteiro eu pensando em como eu queria ter mais um dia desses só que com Hariel, nós 4 juntos, estranho foi ele não ter me mandado mensagem até agora.

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Faísca - Hariel.
RomanceEssa é a história de como eu me apaixonei por alguém que eu não poderia me apaixonar, de como o amor é intenso e insensato, de como não se pode controlar as faíscas que surgiam entre nós e principalmente, como elas se tornaram um incêndio. ///// Lei...