Capítulo 4 - Hariel.

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Quando acordei minha mente estava concentrada em poucas coisas, na dor de cabeça que a ressaca me causou, e o peso na consciência de ter pensado nela essa manha, e ainda mais por continuar pensando.

- Bom dia, quero dizer, boa tarde Hari - Camila disse assim que percebeu que eu estava acordado, já que não me atrevi a me mover desde que acordei, na esperança de voltar a dormir.

- Bom dia - respirei fundo - Boa tarde - em questão de segundos sua boca estava encostada na minha,num beijo de bom dia era tudo o que eu não precisava.

- Te amo - ela sorriu.

- Também - continuei sério, eu não estava com um pingo de coragem para responder com aquelas mesmas palavras.

O "eu te amo" pode ser forte demais para se dizer em uma situação como essa, mesmo sem saber o que estava realmente acontecendo.

Me levantei e fui para o banheiro, me olhei no espelho para enxergar com qual cara de ressaca eu estava, a resposta era: morto.

Me despi e encarei o chuveiro, e cheguei a conclusão de que nada melhor do que um banho quente para relaxar e me livrar desse peso nas costas.

Torci para que Camila não viesse atrás, e ela não veio, eu não estava disposto a tomar banho com ela.

Depois de sair do banho passei direto pelo quarto, não de propósito, a fome apenas tinha invadido meu estômago.

Como já era de se esperar não tinha nada feito, voltei para o quarto para pegar um pedaço de maconha, a seda e fui para fora da casa bolar um.

Passei por todo esse processo sem se quer dizer uma palavra para Camila, bolei e fumei do lado de fora de casa para já não enfrentar ela.

Voltei para a cozinha já com a mão na massa, panelas e ingredientes, resolvi fazer um macarrão apenas para me distrair chapado, coloquei "Set dos casados"  para tocar enquanto eu cozinhava.

- Hm, que cheiro bom - Camila me abraçou por trás e me deu um beijo no ombro.

- Legal.

- Só isso? - respondi com um som em concordância e segui fazendo o almoço - entendi, aliás onde você tava ontem a noite?

- No meu irmão - fui direto, para ela não pensar que eu estava mentindo, e eu não estava.

- Ah sim, eu tinha sentido o gosto de bebida na sua boca - ela se sentou na mesa - como foi lá?

- Legal - de repente passou um filme da noite passada na minha cabeça, me permiti fechar os olhos para olhar ela outra vez.

- Só isso também?

- Ah Camila, não me chapa não - fiz um gesto para que ela me deixasse continuar cozinhando em silêncio.

- Eu só estava tentando conversar com você, escroto do caralho, depois vem querer me comer - tecnicamente foi ela quem quis me dar, eu queria comer outra.

- Eu só quero fazer minha comida em paz - ela deu de ombros e me mostrou o dedo do meio, logo depois deixando o cômodo.

Eu não queria ter sido rude como eu fui, mas estou cansado de Camila tem um certo tempo, estamos casados a quase 3 anos e no último mês passamos separados, nem olhar um na cara do outro éramos capaz.

E decidimos voltar faz pouco mais de uma semana.

É isso que me deixava cada vez mais puto com meus pensamentos naquela maldita mulher, por que eu tive que conhecer ela logo depois de decidir voltar com Camila? Ela não podia ter aparecido a alguns dias atrás?

Distraído com meus pensamentos percebo que acabei cortando o dedo, um corte não muito fundo, mas ainda sim ardia, abri a torneira e o deixei ali até que o sangue não pudesse mais escorrer, e voltei a cortar o pimentão.

Quando já estava tudo pronto fui até o quarto, eu posso ser muito ruim em diversos quesitos, mas eu estava me esforçando para que ela ao menos comesse ou sentisse fome, e quando fui até o quarto Camila já estava dormindo.

Me servi, almocei e resolvi sair, nada melhor do que mais uma para curar a ressaca, era um sábado e eu não estava trabalhando mesmo.

Era por volta das 15:30h e como estava um sol para cada um, resolvi sair de bicicleta.

As ruas estavam lotadas de crianças e adolescentes empinando pipa, senhoras conversando em suas calçadas e algumas casas com o som ligado no último volume.

Meu destino era apenas um, a loja de um amigo meu que eu sabia que estaria aberta já que seu comércio são bebidas.

- Eae cachorro, tudo certo? - Dante disse assim que encostei a bicicleta, indo até ele o cumprimentar.

- Ressaca do caralho, vagabundo, desce uma dose ai pra nóis.

- Pra já, irmão, senta ai - ele entrou para fazer a dose e logo depois voltou com a mesma - ta na mão, cachorro, mas fala memo, que ressaca é essa?

- Moral e física, parceiro - levei a mão a cabeça - mas deixa pra lá, to querendo me distrair irmão, tirar essas fita da mente.

- Sem problemas, maninho.

Passamos o restante do dia ali, sentados jogando conversa fora e rindo das idiotices da vida um do outro.

Eu sabia que quando chegasse em casa Camila não estaria mais lá e a casa eataria em completo silêncio, graças a Deus eu poderia ficar em completo silêncio.

Me deitei na cama com uma série para assistir, em meio a um episódio e outro acabei de distraindo no facebook, então fui procurar seu perfil para apenas poder me lembrar do rosto dela perfeitamente.

Acontece que ele realmente era como eu me lembrava, como ele passou pela minha cabeça 15 vezes naquele dia ou até mais.

Suas fotos eram todas admiráveis, algumas com um estilo mais despojado, que era o que ela tinha, mas em sua maioria na praia de biquíni.

Eu queria não pensar nela desse jeito, ela era muito mais que um tesão e eu sentia isso, algo de mim mesmo estava me apontando isso.

Mas era impossível não pensar, impossível não se deixar levar.

Senti meu pênis ficar ereto em meu short de um jeito que não dava para o manter ali dentro. Se essa garota faz isso comigo só com uma foto imagina na hora que ela subir em cima de mim.

Levei minha mão direita, a mão da punheta, até a barra do short, a afastando do meu quadril e logo depois trazendo meu pau para fora, o acariciando com muita, muita malícia.

Na outra mão estava meu celular, com a foto dela na tela, eu acariciava seu corpo na foto e me masturbava ao mesmo tempo, imaginando que ela estivesse ali, na minha frente, completamente nua e me desejando.

Elena estava me deixando louco em apenas uma noite de bebedeira, uma noite de flerte e conversa, eu queria tanto não ter conhecido ela.

Ela estava duvidando da minha capacidade de fazer loucuras, e tudo que eu quero é levar ela até depois das alturas.

Atingi meu ápice com um belíssimo gozo, dei um beijo na tela do celular e depois fiz questão de limpar aquela sujeira e apagar por completo qualquer rastro dessa garota no meu celular, se minha mulher pega não vai prestar.

Eu vou tentar superar.

Faísca - Hariel.Onde histórias criam vida. Descubra agora