Eu vou tentar superar.
Foi o que eu repeti a semana inteira enquanto eu pedia para Deus para girar aquele ser humano da minha cabeça, mas como faz quando eu deito a cabeça na cama eu sonho com aquele sorriso?
Era tudo o que me faltava, estar obcecada por um homem casado.
Na sexta feira depois de chegar do trabalho decidi ir até a casa de Ágatha para não fazer nada.
Algo que eu não contei para vocês é o fato de que Hariel é vizinho de Ágatha, incrível como tudo na minha vida dá errado.
Finalmente o sábado chegou e o plano era novamente ir para a casa de Felipe, nas minhas contas Hariel não estaria lá, mas novamente eu digo, tudo na minha vida dá errado.
Fui para a casa de Ágatha encontrar com ela, como do lado da casa dela tem uma loja de bebidas, resolvemos comprar ali mesmo.
- Léo, eu vou querer uma vodka de sabor - Ágatha disse enquanto eu adimirava os narguilés expostos na vitrine. Até que entraram mais pessoas na loja, um garoto de boné e o outro cobrindo o rosto com o capuz, mas eu sabia muito bem quem era - anda logo, seu folgado, olha a fila - Ágatha era prima de Léo, por isso a intimidade na conversa.
Finalmente pagamos e pudemos sair, fiz questão de olhar para ele quando vi que ele iria olhar de volta, era bom ver ele novamente depois de uma semana só pensando nele.
- Você viu quem é? - Ágatha disse assim que saímos da loja.
- É claro que eu vi quem é, que raiva - que raiva mesmo, eu não queria só ver ele, eu queria muito mais.
EU NÃO POSSO.
Não demorou nada para ele sair atrás.
- Eai - ele cumprimentou Ágatha, sem olhar para mim - só de rolê, né?
- A gente ta indo lá no seu irmão - cala a boca, Ágatha, por favor, apertei seu braço para ela entender, não adiantou muito.
- No meu irmão? - dessa vez ele disse olhando para mim, Ágatha concordou - Então daqui a pouco eu passo lá, pra carregar meu celular - ele sorriu antes de puxar seu amigo e ir embora.
- Eu sinto vontade de te matar - me virei para minha amiga assim que consegui digerir aquele olhar.
- Ah, vamos logo, ele vai carregar o celular - ela riu em um tom sarcástico, como eu conseguia não odiar essa garota?
Fomos para a casa de Felipe e ele já estava nos esperando no portão.
- Oi Fe - Ágatha foi até ele o dando um abraço, novamente permaneci calada.
- Vocês querem entrar? - dei de ombros, mudando a direção dos meus olhos para a rua, caralho, eu ia matar Ágatha naquela noite, eu juro.
- Olha seu irmão - ela disse para Felipe, olhando na minha direção com um sorriso no rosto - eu shippo - ela disse sem deixa o som sair da sua boca.
- Ah - Felipe apenas respondeu isso, antes de seu irmão realmente chegar e entrar.
- Vamos entrar, aqui fora ta frio - o irmão de Hariel disse, então entramos nos sentando na garagem - vou pegar copo pra gente.
- Ele veio carregar o celular - ela disse assim que Felipe entrou, enquanto tentava abrir a garrafa de vodka - que inferno, o bagulho não abre.
- Veio sim, tomara que vá embora daqui a pouco - peguei a garrafa de vodka, tentando abrir também, sem sucesso.
- Felipe, quando você sair abre essa garrafa aqui - ela pediu quando Hariel estava na porta, e logo depois veio até a gente.
- Ta fraca, né? Não consegue abrir uma garrafa - em uma tentativa a tampa saiu, ele a jogou em cima da mesa, saindo logo depois.
Ágatha respondeu com um dedo do meio, muito educada.
- Onde você mora? Que estava ali no Léo - ele encostou na porta perguntando para Ágatha.
- Do lado do Léo, ué - ela pegou o copo que Felipe acaba de trazer e se serviu.
- E você? - ele finalmente falou diretamente comigo, acho que estava com medo de mim.
- Na mesma rua.
- Mas a rua é gigantesca.
- Mas é nessa rua.
- Não é não - Ágatha disse.
- Cala a boca - repreendi ela novamente, para que ela entendesse que eu não queria que ele soubesse.
Marcel chegou logo depois dessa pequena conversa.
- Achei que tinha morrido - falei assim que ele passou o portão.
- Mals a demora, tava comendo, fui trombar um parceira pra vir depois.
- Hum - Ágatha não confessava, mas morria de ciúmes de Marcel, não julgo, 11 anos de amizade eu com certeza sentiria também.
- Eai, pessoal, vamo fumar um? - Hariel disse com um sorriso de orelha a orelha.
- Opa, agora - Ágatha e ele tiraram seus produtos do bolso quase ao mesmo tempo, e começaram o processo.
Quando terminaram saímos todos para o lado de fora.
- Já disse que vocês são um bando de nóias? - Felipe disse rindo.
- Eu não to nessa conta, não - fiquei perto de Felipe - só gosto do cheiro.
Senti o peso do olhar dos 3 maconheiros em cima de mim.
- É, você não gosta de maconha - Ágatha disse, fuzilei ela com o olhar, não sei porque ainda contava as coisas para ela.
Mas era legal ver as reações de Hariel com as indiretas.
Em poucos minutos os 3 idiotas estavam rindo de coisas aleatórias como 3 idiotas, enquanto e Felipe riamos deles rindo.
Decidimos entrar novamente.
- Tem baralho? - Ágatha perguntou para Felipe, que levantou e foi atrás, deixando a cadeira livre e Hariel se sentou.
- Vamos jogar 21, quem perder leva um tapa - antes que Ágatha reclamasse eu concordei.
- Vamos - ele reparou na minha empolgação e sorriu.
Para minha sorte, ele sempre perdia, e eu dive diversas oportunidades de bater nele, e eu bati.
- Na hora que eu te pegar eu vou te arregaçar - ele disse depois que eu dei um tapa em sua coxa que o fez gritar, fingi não ter escutado a frase para seguir com o jogo, controlando meu sentimento, mas quando olhei para Ágatha ela me encarava com os olhos arregalados.
A tensão sexual que existia ali estava bem clara para todos, não apenas para mim e Hariel.
- Vou até fumar um cigarro depois dessa - minha amiga se levantou e foi para o portão.
- Eu vou junto - Hariel foi atrás, passando por ela e cochichando algo, Ágatha riu e olhou para mim, que acompanhei a risada, mesmo sem saber do que se trata.
Aquela noite estava propícia ao problema, o problema era Hariel, ele me provocava só com o olhar, só como ele olhava na minha direção e sorria, aquilo acendia uma faísca em mim.
- Olha só, a Elena ta parecendo uma puta do GTA - minha vontade era dar um tapa em Marcel, mas como estava na frente de Hari, me virei para ele imitando uma puta do GTa, o fazendo rir.
- a cara do Hariel de "não me olha desse jeito não" - Ágatha comentou e eu e ele rimos segurando a mão um do outro, quando senti a faísca me soltei dele, era melhor manter distância.
- Vamos fumar outro então? - Hariel desconversou, sorrindo para Ágatha.
- Agora eu vou fumar - eu disse.
- Eu não vou deixar - Hariel respondeu.
- Aaah Marcel, ele não vai deixar ela fumar - Ágatha levou a mão até o peito em sinal de deboche, Hariel ria descontroladamente - vamos ver se ele não vai deixar mesmo ela fumar.
- Eu vou - Hariel abriu um sorriso enorme e ficou olhando para Ágatha.
Aquela noite não estava nem um pouco perto de acabar.
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Faísca - Hariel.
RomanceEssa é a história de como eu me apaixonei por alguém que eu não poderia me apaixonar, de como o amor é intenso e insensato, de como não se pode controlar as faíscas que surgiam entre nós e principalmente, como elas se tornaram um incêndio. ///// Lei...