14 - Refazendo os passos de Jean

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Júlio progredia em suas investigações. Apesar da morte de seu pai ter saído até no jornal local, e ter diversas testemunhas, além de um atestado de óbito emitido por um perito e um legista, Roberto nunca declarou o neto como morto.

Alguém ainda estava vivendo e assinando papéis como Jean Albuquerque. Mas a pessoa em questão nunca fazia aparições. Júlio deduziu que era um impostor.

Júlio tinha certeza absoluta que o avô sabia da morte de Jean, haja visto ter publicado seu livro, e ter mandado investigar os netos por todos esses anos...

Então o avô sabia que a pessoa era um impostor, mas por quê continuou com essa farsa? Seria medo de Micaela exigir a herança do falecido marido?

Júlio estava decidido a tirar isso a limpo, então decidiu que estava pronto pra conhecer  seu avô.

***
Ritual noturno

Todos os dias, antes de dormir, Micaela fechava a casa toda, e apagava todas as luzes, depois ia ao quarto de cada um, dar boa noite, e conferir se todos estavam bem, pra só então conseguir dormir.

O primeiro quarto foi o de Maya. A menina dormia serenamente, os cabelos negros espalhados como uma cascata sobre o travesseiro.

Micaela ajeitou os cabelos da filha e beijou-lhe a face, enquanto sorriu e fez uma prece silenciosa

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Micaela ajeitou os cabelos da filha e beijou-lhe a face, enquanto sorriu e fez uma prece silenciosa.

Micaela se pegou pensando, como ela seria, quando finalmente se apaixonasse? Seria centrada e objetiva como a própria Micaela? Seria arrogante e pretensiosa como sua verdadeira mãe? Ou ainda, seria inconsequente como a tia Mirela?

Micaela perdia o sono pensando nessas coisas, mas agora, a possibilidade da cirurgia lançava uma nova luz sobre a questão, e Micaela estava torcendo pra tudo dar certo.

***

A luz do quarto de Júlio estava acesa. Micaela entrou vagarosamente, e Júlio ergueu os olhos sobre o monitor do laptop.

Micaela sentiu que o coração ia estourar com a visão do filho

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Micaela sentiu que o coração ia estourar com a visão do filho. Ele era a cópia perfeita do pai, nos gestos, na voz, e naquele estonteante sorriso meio preocupado.

Era uma vez... no sertão Onde histórias criam vida. Descubra agora