29 - O complexo hospitalar.

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Arthur trouxe Mirela até o hotel, acompanhada de seu filho, João Pedro, de dez anos.

As crianças estavam animadas do passeio, e Mirela estava fascinada por São Paulo.

Arthur levou o filho, e Jean ensinou Mirela como usar a TV a cabo e o aparelho de blu-ray, e liberou para pedir o que quisesse no serviço de quarto.

- Só peço que deixe sua irmã descansar à vontade, porque ela não está bem. Vou me hospedar no quarto ao lado, e se precisar de algo, só me chamar.

Jean se despediu e Mirela deu um forte abraço nele.

- Obrigada, cunhado!! Hoje foi o melhor dia de toda a minha vida!

***

Micaela levantou, no meio da noite, e encontrou Mirela terminando a primeira temporada de uma série. Mirela estava fascinada com tudo aquilo...

Micaela desligou a TV, e convidou à irmã, para dormir em sua cama. Mirela conversou até a exaustão, pois não queria que aquele dia acabasse.

Micaela sorriu, e afagou os cabelos da irmã até que ela resvalasse para o sono.

***

Jean passou logo cedo para apanhar Micaela, pois, antes de ir até o avô dela, ele pretendia apresentar o complexo hospitalar.

Estava com o rosto liso e o cabelo bem cortado. Micaela se surpreendeu ao ver o quão rápido ele voltou a ser seu galã de Hollywood.

- Como fez tudo isso tão rápido? - Micaela indagou, curiosa.

- Serviço de quarto! - Jean respondeu sorrindo.

- Se eu soubesse, teria pedido serviço de quarto também - Micaela reclamou, ao que Jean sorriu e a abraçou.

- Mais tarde eu peço isso pra você, mas no momento, quero te apresentar ao meu avô, e quero que ele te veja exatamente do jeitinho que você é.

***

Ao chegar ao hospital, o primeiro lugar onde Jean levou Micaela, foi à sala da diretoria, e a apresentou ao seu avô.

Micaela imaginava que o avô de Jean fosse um daqueles CEO granfinos, que usa um terno elegante, e tem rosto carrancudo... bem típico das novelas mexicanas que sua mãe assistia, mas se surpreendeu, quando conheceu Roberto Albuquerque.

Ele era um homem de estatura mediana, na casa dos 70 anos, que usava um óculos grosso, boina e colete. Parecia mais com o dono de alguma loja de brinquedos.

Roberto deu um abraço em Micaela, como se a conhecesse a muito tempo, e depois de abraçar e beijar Jean, exclamou emocionado:

- Bendito os olhos que te vêem! Já tinha perdido a esperança de te ver casado... pensei que minha linhagem terminaria aqui! Mas Deus me deu a graça de ficar vivo até esse momento! E a melhor notícias de todas, é que escolheu uma boa esposa, sem frescuras, e sem ganância que já me deu um netinho! Você foi melhor que seu pai nesse quesito, meu filho... você veio num acidente, e depois disso, ele não me foi útil em mais nada.

O doutor Roberto rodeou Micaela, examinando-a, enquanto ia falando sem parar.

- Ela lembra tanto sua avó quando era jovem! Por acaso, você tinha noção que meu neto era rico?

Micaela corou, mas respondeu sem rodeios.

- Confesso que imaginei sim... ele chegou na vila com um carrão preto e reluzente... E com uma carinha fofa de galã de cinema, sabe... Era matuto de tudo, não sabia nada dos costumes da roça... ele mesmo falou que era doutor, então imaginei sim... mas não fazia ideia do quanto! E confesso que não me importei em saber o quanto. Ele era do jeitinho que eu sempre sonhei. E estava disposto a viver comigo na simplicidade da fazenda, e pra mim já é suficiente.

Era uma vez... no sertão Onde histórias criam vida. Descubra agora