Torre de marfim - Organização Luneta a.u.

Capítulo XI

Aviso: este capítulo contém descrições de sangue e mortes; descrições de feridas e machucados; descrições de cadáveres e zumbis; descrições de angústia e sofrimento psicológico; descrições de dissociação mental; descrições de horror corporal; descrições de abuso infantil

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Mesmo após Amélia e outros chefes de setores do turno da noite terem sido acionadas e a evacuação completa das instalações ter se iniciado, muitas pessoas ainda estavam presas nos corredores dos andares subterrâneos da empresa com várias entidades perigosas à solta.

Aos poucos, as pessoas estavam se amontoando do lado de fora do local, os funcionários oficiais e zeladores do setor de comando e parte do pessoal do setor de extração já estavam do lado de fora dos prédios. A Organização temia que as entidades mais perigosas do lugar escapassem, já que não há mais pessoas cuidando do setor de arquitetura e os outros setores também estão sob ataque.

Amélia avançava pelas pessoas na parte de fora do prédio junto de sua equipe de segurança, o que inclui Daniel e Rafael. Ela ordenou que os quatro fossem atrás dos funcionários pelos setores sozinhos, o pessoal protestou, principalmente Rafael que achou a ideia da chefe deles ir sozinha por aí estúpida, mas ela foi bem ríspida em dizer "Eu procuro o Mendrake sozinha". Os quatro sentiram que a situação estava de mal a pior, então só aceitaram descer pelas instalações em busca do pessoal que ficou nos andares inferiores, enquanto a chefe ia atrás do amigo dela.

Mendrake estava rapidamente se dirigindo ao setor de treinamento, já que o Texx havia falado que o sistema deles havia sido invadido também e todas as trancas que os separavam os recrutas das entidades foram abertas, o que fez vários funcionários em treinamento terem ainda mais ataques de ansiedade e começassem a fugir desesperadamente pelas instalações.

Ameizim também sentia a sanidade se perder aos poucos no meio do caos que estava se instaurando. A ideia de ter matado uma criatura toda deformada que antes era amigo deles e parecia genuinamente se importar com o trio de novatos, mesmo que não gostasse de aparentar isso, consumia o pobre rapaz.

O jovem rico havia abandonado todos os seus sonhos e esperanças em nome de sua família e agora se via sozinho com o mundo perfeito que lhe foi prometido, caso ele aceitasse tudo calado, desmoronado na frente dele. Não lhe restou outra opção além de perambular em busca de seus amigos, enquanto perde a sanidade que lhe sobrava nas instalações que lhe trouxe tanto sofrimento em tão pouco tempo de carreira.

Já eram 10:45, as meninas do setor de extração, juntas de Selene, estavam esperando Ricardo, mas ele não chegava, então começaram a discutir o que deveriam fazer. Alice estava preocupada com o rapaz, pois ele já deveria estar com elas e Selene diz que talvez ele só tenha se perdidos, já que havia duas entidades o perseguindo. Liz apenas assistia a conversa, mas estava se sentindo mais fraca do que de costume, já que ela é diabética e ainda não havia comido nada desde que os ataques tecnológicos começaram a ocorrer.

- Liz, o que você acha que devemos fazer? - Alice pergunta para a companheira.

- Acho que... a gente... deveria sair... daqui... – Liz falava muito cansada, sentindo perder as forças para fazer qualquer coisa. Se ela não conseguir algo para comer nas próximas horas, o corpo dela entrará em colapso.

- Liz! - Alice grita e passa a mão na cabeça dela para ver melhor o seu rosto. Alice queria carregar a pessoa que esteve com ela desde a infância, mas seu braço machucado não permitia, ela queria proteger Liz com todas as suas forças, mesmo que ela não pudesse no momento.

- Eu estou... bem. Só... preciso... comer...

- Liz! - Alice estava muito assustado e segurando as lágrimas que escorriam de seu rosto. Não era a primeira vez que via a companheira assim, mas elas nunca estiveram em uma situação tão crítica antes.