»Capítulo 2«

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— Capítulo 2:O garoto de bandana.

Finney POV

Quando a senhora Lopez chamou-me para conhecer meu colega de quarto, eu me senti um pouco mais infeliz, porque eu ainda tinha certas esperanças de conseguir um quarto somente para mim em Nevermore, porém, eu não tive tanta sorte quanto queria.

Ela me levou até uma das torres altas da escola, uma porta de madeira perfeitamente desenhada, Mia a abriu e eu ergui uma sobrancelha ao ver um homem parado à nossa frente, ele usava um tipo de máscara estranha, roupas pretas e tinha cabelos médios pretos, caídos até a orelha, um sorriso bizarro no rosto.

Sinceramente, se ele fosse o pai do dormitório, ele realmente queria se parecer com Grabber, esse era o nome do prédio onde eu ficaria alojado até o final do ano letivo. Não gostava nada daquilo, mas ao mesmo tempo, era bom estar entre pessoas que me entendessem, pelo menos um pouco.

Até onde eu sabia, Grabber era um homem que, na década de 70, sequestrou e matou vários garotos, entre 12 e 15 anos. Já havia visto uma foto do dito cujo, e aquele homem que está parado aqui na minha frente, está tentando se parecer até demais com Grabber.

Não que eu estivesse me importando, se ele quisesse parecer com um sequestrador assassino da década de 70, então ele que faça o que quer. Mas convenhamos, isso é estranho, e nunca se sabe quando ele pode querer ser ainda mais parecido e resolver sequestrar e matar adolescentes.

De qualquer forma, era melhor tomar cuidado.

— Sr. Shaw, temos um novo aluno. — A mulher anunciou, colocando a mão extremamente gelada em minhas costas e me empurrando um pouco para frente. — Finney, esse é o pai do seu dormitório, Albert Shaw.

O tal Albert voltou a sorrir daquela maneira bizarra, estendendo a mão para mim lentamente, como se fosse algum tipo de mágico ou qualquer coisa assim. Se eu fosse alguém normal, poderia sentir um arrepio na minha espinha, mas como não era…

Apenas encarei a mão de Albert com desdém, mantendo as minhas próprias paradas no lugar, ainda com alguns curativos que foram feitos pela manhã, porque papai insistiu que eu deveria usar por mais alguns dias até cicatrizar completamente.

O homem pareceu entender que eu não iria o comprimentar de volta, porque parou de sorrir e sua mão se afastou, voltando a ficar ao lado do seu corpo, ele me olhava com um olhar indecifrável no rosto, e o fato da máscara esconder sua expressão, não ajudava em nada.

Mas dessa vez, aquele olhar tinha mudado, antes Albert simplesmente me olhava como se estivesse contente em ter um novo aluno em seu prédio, mas agora, eu era alvo de um olhar tão frio que poderia congelar os ossos dos padrões.

— Qual é o quarto que eu irei ficar? — Eu perguntei sem enrolação, sustentando meu olhar.

A Lopez aparentava notar a tensão que se instalou por ali, porque limpou a garganta, segurando meu ombro um pouco mais apertado enquanto sorria de forma falsa em direção a Albert.

— Obrigada por dar as boas vindas a Finney, sr. Shaw, mas eu assumo daqui.

O homem assentiu, me lançando um último olhar gelado antes de abrir a porta atrás de mim e sair rapidamente, o vento entrecortando quando a porta se fechou brutalmente e eu sorri ladino, menos de uma hora em Nevermore e eu já tinha conseguido começar a irritar as pessoas.

Não que eu gostasse de ficar irritando as pessoas, porque eu nem tentava, era como se a minha mera presença pudesse estressar os outros, claro que isso apenas servia para aumentar o meu ego, porque eu adorava a forma que eu era uma pessoa cansativa.

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