De repente, casados! | Namjin

Capítulo 1

Kim Namjoon não sabia o porquê de tanta confusão. Afinal, o novo milênio não era mais do que uma virada na página do calendário. Aquele dia era 1999, no seguinte seria 2000. Apenas um outro dia. Só que ele estaria oficialmente noivo.

A sua volta, trabalhadores se apressavam para dar os últimos toques na maior festa de Ano-Novo que a cidade de Seul já presenciara. Sua mãe, Kim Yuri, tinha planejado o baile do novo milênio desde o Ano-Novo do ano anterior, decidida a ocupar seu lugar nas colunas sociais.

Mas haveria um assunto ainda mais excitante para os fofoqueiros da alta-sociedade, além do show a laser que sua mãe encomendara. Antes da meia-noite, um dos solteiros mais cobiçados de Seul sairia da disputa. Ele. Kim Namjoon, herdeiro da imensa fortuna dos Kim, escolhera um noivo. 

Namjoon observou o namorado, futuro noivo, do outro lado do salão. Park Jimin conversava com um dos responsáveis pelo bufê, enquanto vários empregados moviam cuidadosamente uma gigantesca escultura de gelo, com o número 2000 colocado sobre o desenho do mapa da cidade, também em gelo.

O alfa lúpus sorriu, fizera uma boa escolha. Meigo e bem-humorado, Jimin tinha um jeito especial de lidar com os pais dele, o que exigia bastante paciência e delicadeza. Namjoon sabia que os Kim não eram pessoas fáceis. Já havia terminado alguns relacionamentos por conta deles. Então, quando Jimin conseguiu se dar bem com ambos, Namjoon soube que ele era o homem certo para si.

Tinham respeito e afeição um pelo outro, embora Namjoon soubesse que não existia paixão. Na verdade, Namjoon não acreditava no amor. Para ele, a escolha de um esposo devia se basear em algo mais do que desejo físico e dependência emocional. 

Para ele, o casamento era como uma parceria nos negócios. A escolha devia ser baseada no bom senso e ponderação, depois de avaliar cuidadosamente todas as opções disponíveis. E Park Jimin lhe parecera a melhor opção, ao escolher um companheiro.

E o melhor de tudo era que Jimin compartilhava essa visão. Juntos, construiriam uma relação estável, que incluiria uma mansão num bairro exclusivo, dois ou três filhos, e uma posição de destaque na elite de Seul.

— A família dele não é rica, mas ele é bem bonito.

Namjoon desviou o olhar para o pai, Kim Jingoo, que também observava Park Jimin. As sobrancelhas grossas quase se encontravam, numa expressão crítica, analisando o futuro genro.

— Você disse que os pais dele morreram?

O alfa examinou o salão decorado. Quatrocentas pessoas, ricas e influentes, da alta-sociedade de Seul, chegariam em menos de uma hora para saudar o novo milênio. Todas eram de famílias mais tradicionais que os anfitriões. 

Na verdade, Kim Jingoo era considerado um novo-rico. Mas para a elite de Seul, dinheiro novo não era problema, desde que fosse em quantidade maior do que possuíam.

Namjoon detestava todas às convenções sociais e toda a falsidade que permeava uma festa como aquela, mas era um mal necessário, que acompanhava o aumento da fortuna da família. Até podia imaginar a reação de todos depois que seus pais anunciassem o noivado, logo antes da meia-noite.

Ninguém saberia quem era Park Jimin, nem de onde vinha. Discutiriam o assunto, e até pensariam numa gravidez não planejada. Namjoon sabia que haveria comentários por estar se casando com alguém de nível social mais baixo. Mas não tinha a intenção de escolher uma das beldades mercenárias que a mãe tentara lhe impor.

Com Jimin, ele sabia exatamente o que teria. Um ômega que estava feliz por ter um lar agradável e formar uma família, assim como ele. Jimin não pedia nada além de felicidade, segurança e um futuro tranquilo ao lado de um marido que se preocupasse e cuidasse dele. O dinheiro não significava nada para Jimin, e fora por isso que o alfa lúpus decidira casar-se com o ômega. Além do fato de que não traria parentes indesejáveis consigo.