Capítulo 18

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Seokjin estava em pé, no canto do elevador, observando os números no painel acima da porta. Só naquele momento percebeu que estava no mesmo elevador em que ficara preso com Namjoon na véspera do Ano-Novo.

Naquela manhã, recebera um telefonema do quase ex-marido, dizendo que os papéis do divórcio estavam prontos para serem assinados. Depois de desligar, culpou-se por não ter deixado a secretária eletrônica ligada. Queria evitar a conversa por mais alguns dias, até encontrar um modo de desculpar-se e dizer que o amava e o queria em sua vida.

Só que, aparentemente, era tarde demais. O amor, assim como a paciência, de Namjoon deviam ter acabado, já que ele insistira muito para que ele fosse imediatamente encontrá-lo no Kim Center. Ele tinha pressa e Seokjin entendia o porquê. Apesar do ímpeto que sentiu em discutir com o alfa, conteve-se e tentou não arranjar problemas dessa vez. Namjoon merecia ser feliz, não poderia mais atrapalhá-lo.

Mais uma vez, Seokjin conseguira destruir um relacionamento sem precisar se esforçar muito. Só que dessa vez não estava indiferente ou divertindo-se com a situação. Dessa vez, estava perdendo o homem que amava. Levaria muito tempo para esquecê-lo, se é que conseguiria, já que o seu lobo recusava-se a aceitar a situação.

O ômega sabia que poderiam ter sido felizes, apesar das diferenças. Namjoon aprenderia a ser mais compreensivo, e ele sabia que poderia ser menos teimoso. Os dois poderiam se esforçar, ceder um pouco, e... 

— É tarde demais — murmurou, afastando tais pensamentos.

As portas se abriram e, por um instante, o ômega hesitou. Afinal chegara o momento que tanto ele queria adiar. Mas ainda tinha esperanças. Se visse qualquer sinal de que Namjoon o amava, nem tudo estaria perdido. Criaria coragem e revelaria seus sentimentos.

Respirando fundo, saiu do elevador para o saguão da cobertura, no Kim Center. O lugar estava completamente vazio, mas as portas do salão estavam abertas. Ao espiar por elas viu uma figura solitária, parada junto à janela, e seu coração quase parou.

Vendo-o contra o sol da tarde, sentiu como se ainda estivessem ligados por um laço invisível, mas mesmo assim, forte e intenso. 

Seokjin aproximou-se devagar, surpreso ao perceber que havia muitas coisas espalhadas pelo local. Três ou quatro mesas tinham arranjos de flores, louças e outros objetos.

Quando finalmente o fitou, viu que o alfa o observava, com a sombra de um sorriso nos lábios, embora parecesse frio e distante.

— Estou contente que tenha vindo.

Seokjin olhou à volta, tentando evitar o olhar dele.

— O que é tudo isto?

— Nada demais. — respondeu Namjoon, oferecendo-lhe o braço para conduzi-lo a uma das mesas. — Os papéis estão aqui. Só vai levar um minuto e poderá ir embora.

Hesitante, Seokjin sentou-se e olhou os documentos à sua frente. Então era assim. O casamento com Namjoon estaria acabado assim que assinasse. 

O alfa entregou-lhe uma caneta, que ele pegou com mãos trêmulas.

— Onde assino?

Namjoon inclinou-se sobre o ombro dele, tão perto que podia sentir a essência, e principalmente o calor, do corpo dele.

— Aqui — disse, junto à orelha de Seokjin.

Sem ler, ele assinou o papel, e Namjoon inclinou-se ainda mais.

— Agora esta — disse.

Mais uma vez ele assinou, e muitas outras vezes, sem saber o que estava escrito nos documentos. Queria acariciar o rosto de Namjoon, virar-se e beijá-lo de repente, para ver como ele reagiria.

De repente, casados! | NamjinOnde histórias criam vida. Descubra agora