De repente, casados! | Namjin

Capítulo 6

Seokjin estava sentado no estacionamento do shopping, os dedos tamborilando nervosamente na direção, enquanto esperava por Namjoon. Fazia mais de uma hora que estava sentado no carro, e ele prometera que voltaria em quinze minutos. Namjoon era do tipo pontual, só que não tinha mais relógio, o que complicava tudo.

Soltando a direção, Seokjin deu socos no painel, até fazer o rádio funcionar. Namjoon não tinha ficado muito satisfeito ao ver o carro que alugara. Fora quase impossível encontrar um carro na cidade. Ou porque os computadores tinham sido afetados pelo bug, ou porque não havia carro no preço que eles podiam pagar. Para piorar, o bug também afetara as companhias aéreas, e muitos voos haviam sido cancelados. Assim, a procura por carros ficara ainda maior.

Se quisesse alugar um Corvette, ou um Rolls Royce, teria sido fácil. Mas encontrara o Toyota de dez anos e o agarrara antes que outro turista desesperado passasse na frente dele. Fora um pouco difícil negociar com o atendente, já que o carro estava um pouco acima do seu orçamento. Mas, com um sorriso aqui, uma expressão inocente ali, havia conseguido o carro que queria a um preço abaixo do normal.

Não era um carro tão ruim. As rodas estavam firmes, e a buzina funcionava. Mas o escapamento tossia e soltava fumaça preta, e quando acelerava, o motor fazia um chiado estranho. Alugara-o por uma semana, por cento e vinte e cinco dólares, com quilometragem livre. Assim, ainda tinham um crédito de cento e cinco dólares para gastar no cartão. Com esse dinheiro, poderia comprar uma camiseta leve, uma calça jeans simples, uma cueca e um par de sapatos num brechó quando estivessem saindo da cidade.

Na verdade, queria trocar aquela roupa tanto quanto Namjoon. Sem querer, lembrou-se da cerimónia, sob a cornucópia de luzes na Freemont Street. Era bem o tipo de cerimónia que teria escolhido para si. Embora seu pai ômega sempre tivesse sonhado com um casamento tradicional, Seokjin sabia que sua opção seria diferente. O casamento devia ser algo divertido. E todas aquelas luzes, no meio de uma porção de casais, lhe parecia algo inesquecível.

— Pena que esse casamento durará tão pouco. — murmurou, sentindo uma ponta de arrependimento.

Talvez não devesse ter ido tão longe e casado com Namjoon. Talvez, se estivesse um pouco mais sóbrio ou tivesse um pouco mais de senso, não iria por aquele caminho. Mas, como dizia seu pai ômega, um dos seus maiores defeitos era não pensar bem nas consequências de seus atos. Havia tantos pontos falhos em seu plano que agora, sentado naquele carro velho em um país que mal conhecia, ele se condenava por não ter pensado um pouco mais antes de agir. Não que desgostasse de aventuras como aquela, mas estar ali casado com Namjoon é que era o problema.

Seokjin passou a mão pelos longos fios negros, jogando-os para trás. Em seguida, apoiou os braços no volante, e, depois, descansou a testa sobre eles, fechando os olhos em seguida.

Por que não podia ser um pouco menos impulsivo? questionou-se.

Estava casado, e diferentemente do que prometera a si quando adolescente, era com um homem que não amava. Tudo o que sonhara quando mais jovem havia sido rompido, jogado fora. E, como todos julgavam que seria, logo passaria pelo seu primeiro divórcio. Podia até ouvir a voz do pai dizendo-lhe o quanto ele era incapaz de segurar um marido.

Sabia que aquilo não era um casamento de verdade, e que, dessa forma, tal julgamento era injusto, mas, ao mesmo tempo, havia essa pitadinha de culpa o corroendo ao pensar que ficaria registrado que o seu primeiro casamento não durara mais que alguns poucos dias. Não que o ômega acreditasse que um casamento precisasse ser eterno. N
Defendia a existência do divórcio e que este não deveria ser considerado um fracasso, mas sim um caminho possível quando necessário. Mas, ainda assim, era difícil fugir daquele sentimento, principalmente por saber o que diziam por aí sobre ele. Não queria que tais pessoas tivessem razão.