De repente, casados! | Namjin

Capítulo 7

Já estavam há cerca de quatro horas na estrada. O sol já estava se pondo e o clima esfriando. A paisagem monótona do deserto embalava a viagem silenciosa dos três tripulantes do Toyota.

Durante todo o percurso, era Seokjin quem dirigia. Apesar da noite mal dormida, mantinha-se firme no volante, atento às placas da estrada, já que seu copiloto tinha dormido na primeira hora da viagem.

O ômega olhou para o Kim de relance e balançou a cabeça negativamente, com um pequeno sorriso querendo se formar no canto dos seus lábios. Namjoon realmente não devia estar acostumado a noitadas. Mesmo que o alfa tenha descansado bem mais do que ele, já estava dormindo novamente. 

Pelo retrovisor, observou Edith, que também adormecera no caminho. A velha beta estava com a cabeça encostada na janela, e, desde que percebera tal fato, Seokjin dirigia com mais cautela e esquivando-se das imperfeições na estrada, de modo a evitar que o carro, que já não estava em seu melhor estado, sacolejasse demais e fizesse com que a mulher acordasse bruscamente ou batesse a cabeça no vidro.

Por um momento, o ômega se perguntou aonde deveria estar a família daquela senhora. Como a deixaram sair sozinha, naquele estado de confusão mental? Deveria levá-la a San Diego ou deixá-la em algum posto da policia, para que eles descobrissem onde ela morava?

O ômega considerara levar a beta a alguma delegacia mais de uma vez. Contudo, por não conhecer bem a região, acabara apenas continuando a dirigir. Talvez, em San Diego, ele conseguisse achar alguém para ajudá-la.

Ao avistar a placa que indicava a direção para a cidade de San Diego, o ômega optou por pegar o retorno disponível na via e seguir pelo sentido contrário. Já havia feito isso algumas vezes desde que os seus colegas de viagem tinham dormido. 

— Desculpe-me, mãe Gaia, mas é por uma boa causa. — o ômega sussurrou, ao lembrar do gasto desnecessário de gasolina que tais desvios estavam causando.

Era errado o que estava fazendo? Sim. Contudo, precisava adiar a sua chegada com Namjoon ao México, e aquele foi o método que conseguiu pensar preso ao volante.  

No silêncio da viagem, repensara no que o fizera estar ali, naquele momento, casado com Namjoon. Precisava mantê-lo mais tempo longe de Jimin, mesmo que isso significasse que ele precisava passar mais tempo com o alfa lúpus. 

Novamente, o ômega aproveitou que a estrada estava calma para observar por alguns segundos o Kim. A tranquilidade com que ele dormia, com a cabeça levemente inclinada para frente, e os braços cruzados sobre o peito, transmitia-lhe uma paz indescritível. 

— Assim até parece que não é um alfa irritante e mandão. — resmungou, sentindo-se irritado. 

Voltando a olhar para a frente, o ômega se recriminou por achar o alfa tão adorável naquele estado. Daquele modo, respirando calmamente e com uma expressão serena no rosto, Namjoon parecia tão... belo.

— Você fica bem mais bonito assim, de boca fechada. — olhou de relance para o alfa, tentando parecer irritado, mas não conseguiu sustentar por muito tempo a expressão. Voltou a olhar para frente, frustrado.

A verdade era que, quanto mais olhava para ele naquele estado, mais queria tocá-lo, fazer carinho em seu rosto, ajeitá-lo para que dormisse em uma posição mais confortável. E isso era perigoso, bastante perigoso. Queria fugir, voltar para Seul e nunca mais vê-lo, mas já que tinha armado aquela confusão enorme, deveria ir até o final com ela, ou tudo seria em vão.

Pelo menos, agora tinham Edith. Tinham uma terceira pessoa entre eles que o impediria de fazer alguma besteira. Apesar de que, naquele momento, tê-la no carro não estava adiantando de muita coisa.