Capítulo 16

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Fizeram amor de novo, e de novo, de tantas maneiras diferentes, até ficarem exaustos e saciados. Seokjin descansava nos braços do alfa, o peito forte contra suas costas, as pernas entrelaçadas.

— Então, foi assim — murmurou Namjoon.

— Não — sorriu Seokjin. — Desta vez foi diferente.

O alfa beijou-o na nuca e apoiou o queixo no ombro delicado.

— Tem razão. Como se fosse a primeira vez. Por que será, não é?

Namjoon não precisava dizer mais nada. Ele sabia. De algum modo, percebera a mentira sobre a noite de núpcias. 

Seokjin esperou pelos questionamentos do alfa, ou pelo menos alguma reclamação, mas estas não vieram. Em vez disso, Namjoon continuou a acariciá-lo com delicadeza, como se tivesse em mãos a joia mais rara do mundo.

— A primeira vez — repetiu.

— Arrependido?

— Não, de jeito algum. Na verdade, eu estava me controlando hoje para não pular em cima de você, antes que fosse tarde demais.

O alfa riu abertamente e depois apertou ainda mais os braços em volta do ômega, deixando um pequeno selar no ombro do esposo.

— Por que não pulou?

— Eu ainda tenho dignidade e amor próprio, tá? Não podia correr atrás de um alfa que só fala de se ver livre de mim.

Namjoon, sentindo-se um pouco culpado, murmurou um pedido de desculpas enquanto acariciava os braços do ômega e depositava pequenos beijos em seu pescoço.

— Me desculpe. Eu estava com medo, apenas isso. Tinha medo que me rejeitasse. Não estava querendo simplesmente me livrar de você, mas me proteger... Só que... Bem, eu me dei conta que não adiantava mais o que eu fizesse, já estava ferrado. Só de imaginar não poder vê-lo todos os dias daqui pra frente, já me sentia angustiado, ansioso.

Seokjin sentiu o corpo tencionar por alguns segundos. Aquilo era uma declaração? Namjoon queria-o para além de uma noite? Sentindo o coração bater mais forte, o ômega segurou a mão do marido, beijando a palma e os dedos. 

Beijando cada linha da mão, a ponta dos dedos, imaginou o que aconteceria. O que teriam que enfrentar quando voltassem a Seul? Será que Jimin compreenderia? E a família Kim, aceitá-lo-ia? A mente de Seokjin encheu-se de dúvidas, mas tudo desapareceu quando viu o sinal.

— Você tem a marca do milênio — murmurou.

— O quê? — perguntou Namjoon.

Seokjin piscou, esperando que o cansaço estivesse afetando sua visão. Mas ao olhar de novo, estava lá, clara como o dia, bem na base do polegar.

— Esta marca. As linhas da sua palma formam uma estrela. É a marca do milênio.

Ele estendeu a palma da mão e observou-a.

— A cigana da festa me falou alguma coisa. Algo sobre destino e... Não me lembro. Não prestei muita atenção.

O coração de Seokjin quase parou. Era tudo um engano, a paixão, a emoção... Não podia amar o alfa, nem ele podia amá-lo de volta. Namjoon e Jimin tinham a marca. E ele os separara.

Lutando contra a necessidade de afastar-se dele, de deixar a cama e tudo que haviam compartilhado, Seokjin hesitou. Namjoon abraçou-o mais forte e suspirou.

Não poderia escapar. Não agora.

Seokjin ficou ouvindo a respiração do alfa tornar-se mais lenta, enquanto sua mente fervilhava. Kim Namjoon nunca poderia amá-lo. E embora estivesse com ele naquele momento, era a Jimin que ele pertencia e com quem estava destinado a passar o resto da vida.

De repente, casados! | NamjinOnde histórias criam vida. Descubra agora