O quarto dos fundos era pequeno e abafado, com uma pequena mesa coberta de feltro no centro. Namjoon sentou-se perto de Leroy e sorriu ao ser apresentado aos outros alfas. Havia Darnell, primo de Leroy e tão grandalhão quanto ele; Euby, outro primo, cerca de trinta quilos mais gordo que os outros dois, e um vaqueiro, Breezy.
Namjoon tinha uma noção das regras básicas do pôquer, mas assim que deram as cartas, Leroy explicou-lhe o jogo. Todos colocaram dez dólares sobre a mesa, e o jogo começou.
Na primeira rodada, Namjoon perdeu. Mas a sorte começou a mudar.
Sua experiência em negócios fazia com que blefar fosse natural. O dinheiro começou a se empilhar a sua frente, até que começou a perder de novo, principalmente para Darnell.
Enquanto jogavam, falavam de assuntos banais, principalmente esportes. Mas enquanto as canecas de cerveja se esvaziavam, começaram a falar de ômegas. Principalmente de Seokjin.
— Aposto que é um desses ômegas modernos — disse Leroy. — Daqueles que reivindicam direitos iguais entre ômegas e alfas.
— É um tipo difícil. Esperam que você recolha as próprias meias, coloque o lixo fora e feche a tampa do vaso no banheiro. — disse Darnell, com certa irritação. — Isso é dever do ômega da casa, não nosso.
— Bem... eu não sei — disse Namjoon, um pouco sem jeito. — Nos casamos no dia primeiro, e nem tivemos chance de nos conhecer bem.
Namjoon já tinha tentado mudar o assunto algumas vezes, mas eles sempre voltavam a falar de Seokjin. O alfa acreditava que aquela era uma tática para desconcentrá-lo do jogo, pois foi assim que começou a perder para Darnell. Ao perceber isso, tratou de tentar manter-se neutro e não demonstrar emoção alguma ao vê-los falarem do esposo. Não cairia no jogo deles.
— É tempo suficiente — disse Leroy.
— Não acho.
— Eles estão indo para o México, vão se divorciar. — contou Leroy aos outros homens.
— Puxa! — comentou Darnell. — Ele deve ser mesmo muito ruim para querer se divorciar dele tão depressa. Pensei que Leroy tivesse o recorde de casamento mais curto. Um deles durou três semanas.
Namjoon sacudiu a cabeça e pediu três cartas.
— Não, o casamento não é tão ruim. Estou até gostando. — Ele observou as cartas, planejando a próxima jogada.
— Sexo bom, não é? — disse Leroy, naquele mesmo tom que sempre irritava Namjoon. Contudo, o alfa conseguiu manter-se impassível.
— Bem, a verdade é que... não acho que faça diferença. Amo Seokjin pelo que ele...
— Você o ama? — interrompeu Leroy.
Namjoon parou, atirando as cartas na mesa e esfregando os olhos.
— Não... Deve ser a cerveja.
— Isso mesmo — provocou Leroy. — Ponha a culpa na cerveja.
O jogo continuou até além da hora de fechar, o dinheiro passando de mão em mão. Namjoon achou melhor evitar outras confissões e acabou bebendo bem menos do que os companheiros.
Quando decidiram acabar o jogo, tinha trezentos dólares. Todos afastaram-se da mesa, mas enquanto reclamavam das perdas, Namjoon pegou seu monte de notas, atirando-o sobre a mesa.
— Preciso de um carro — anunciou, colocando também o relógio sobre a pilha. — É um relógio caro. Vale alguns milhares de dólares. Será que algum de vocês tem um carro? Podemos jogar.
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De repente, casados! | Namjin
Romance"Onde você estava, o que fazia, quando soou a meia-noite anunciando o ano 2000?" Kim Namjoon, herdeiro de uma fortuna inestimável e sucessor natural da presidência das empresas Kim, finalmente escolhera um ômega para passar o resto da sua vida, o ad...