Capítulo 17

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Cinco dias depois...

A loja de fantasias da Companhia de Teatro Shakespeare estava escura e silenciosa quando Seokjin chegou. Ele entrou no escritório usando a própria chave e passou lentamente pelas roupas, penduradas nos cabides, que desenhara para O Mercador de Veneza, que deveria estrear em fevereiro.

Andando de um lado para o outro, examinou as peças. As costureiras tinham saído de férias, já que as provas finais seriam feitas nas duas semanas de ensaio final que antecediam a estreia.

Seokjin sentou-se na cadeira, junto à mesa de corte, e pegou algumas amostras de tecido. Estivera ausente por quase duas semanas, mas parecia que seu trabalho era parte de uma outra vida. Voltara a Seul, depois de alguns dias em São Francisco, ansioso para chegar em casa. E pronto para esquecer tudo que havia acontecido. 

Mas não conseguia esquecer. Seus pensamentos voltavam para Las Vegas, para o concurso em Skull Creek e para o quarto de hotel, em Tijuana. E havia sempre a imagem de Namjoon, dormindo na cama redonda em Las Vegas, arrancando-o do palco do concurso, abraçado a ele em Tijuana. O ômega estava tão certo de que poderia esquecê-lo, colocá-lo no passado, até perceber que aquele amor não ia se desfazer tão fácil assim. 

Seokjin começou a rabiscar o papel a sua frente, escrevendo o atual nome dele muitas vezes. Kim Seokjin.

Com um gemido, rasgou o papel e amassou-o, atirando-o do outro lado da sala. Amava Kim Namjoon, e a tentação de correr para os braços dele era grande. Sentia saudades e as dúvidas que possuía já não eram tantas. Namjoon cuidara dele, protegera-o. E na verdade, jamais fora tão feliz quanto naqueles dias, ao lado dele.

Cada momento fora cheio de alegria, de vida, como se de repente tudo fosse mais colorido, mais brilhante. E agora, sua vida de antes parecia sem brilho, sem emoção.

Queria de volta aquelas sensações, a voz presa na garganta ao vê-lo, o coração batendo acelerado ao perceber que ia beijá-lo. Seokjin gemeu, enterrando o rosto nas mãos. 

Uma batida na porta da loja trouxe-o de volta à realidade, e ele forçou-se a manter um sorriso no rosto.

— Jin?

Ele reconheceu a voz de Yeobeen, a recepcionista da companhia.

— Estou aqui — respondeu.

Quando apareceu, saindo de trás das araras cheias de roupas, Yeobeen sorriu.

— Tem uma visita. — Ela ficou de lado, e Seokjin gelou ao ver Namjoon aproximar-se. — Vou deixar vocês dois sozinhos. Tenho que atender o telefone.

Seokjin levantou-se, a mão apertando o peito, quase sem fôlego. Era assim que queria se sentir? Tolo, desajeitado, sem saber como agir. 

Namjoon estava lindo, usando um terno elegante, gravata, e carregando um casaco de cashemere no braço. Os cabelos estavam penteados para trás, revelando os traços perfeitos do rosto.

Embora parecesse frio e distante, Seokjin não podia deixar de lembrar do homem apaixonado e sensual que fizera seu sangue ferver e seu corpo arder de desejo há apenas alguns dias. Mesmo que aquele parecesse o Namjoon de antes, que ele repudiava, não conseguia vê-lo da mesma forma agora.

— O que está fazendo aqui?

— Por que não telefonou, dizendo que estava de volta? Deixei vários recados na sua secretária eletrônica.

— Como me encontrou?

Cuidadosamente, ele colocou o casaco dobrado sobre um dos cabides.

— Doamos um bom dinheiro para a Companhia de Teatro. Liguei para o diretor e prometi uma quantia atraente, se me avisasse quando você chegasse. A srta. Han me telefonou, assim que você chegou.

De repente, casados! | NamjinOnde histórias criam vida. Descubra agora