De repente, casados! | Namjin

Capítulo 3

Namjoon ainda conversava com o mesmo grupo quando Seokjin passou, procurando por Jimin. Já dera duas voltas no salão e não o encontrara. Jungkook também desaparecera, pensou Seokjin, divertido. Será que Jungkook tinha tido coragem de se declarar?

Pensou em descer ao apartamento de Namjoon, mas mudou de ideia, achando melhor deixar as coisas tomarem seu próprio rumo. Se Jungkook realmente amava Jimin, cedo ou tarde teria que confessar-lhe os verdadeiros sentimentos. E que oportunidade melhor do que a virada do milênio, quando todos eram levados a avaliar suas vidas? Quem sabe, naquele mesmo instante, Jungkook estaria abrindo seu coração?

A vida era curta demais para cautela e discrição. Se era realmente amigo de Jimin, teria que agir. Afastando do rosto uma mecha de cabelo, aproximou-se do grupo de alfas bem vestidos com um sorriso sedutor.

— Namjoon — chamou. — Você me prometeu uma dança, e não vou deixá-lo esquecer a promessa.

Sem lhe dar tempo para pensar numa desculpa, Seokjin sorriu sedutoramente para o grupo e passou o braço pelo de Namjoon, puxando-o para a pista de dança. Tinham dado apenas alguns passos quando o alfa parou.

— O que você quer, Seokjin?

O ômega deu um puxão no braço do alfa lúpus, que recusou-se a sair do lugar.

— Achei que podíamos dançar. É véspera de Ano-Novo. Parece ter perdido Jimin de vista, e eu não consigo encontrar Jungkook. — Seokjin franziu a testa, fingindo confusão.

— Falei com Jungkook há pouco. — Ele parou, fitando-o muito sério. — Você lhe contou sobre o noivado.

— Sim, acho que falei sobre isso — sorriu, fingindo inocência. — Ele veio cumprimentá-lo?

O rosto de Namjoon estava tenso, a mandíbula cerrada, mas isso não alterava a perfeição de seus traços.

— Acho que ficou magoado porque Jimin não lhe contou antes — respondeu Namjoon, observando a pista lotada de gente. — Ele me levou até o terraço e se queixou, como se esperasse que eu lhe pedisse permissão. Mas por que estou lhe contando isso se você já sabia que ele ficaria zangado quando soubesse, não é?

— Eu só queria dar a boa notícia — retrucou Seokjin, fingindo inocência. — É uma boa notícia, não é?

— É, sim — resmungou. — Embora ninguém concorde comigo. Nem você, nem Jungkook, nem meus pais.

— Bem, isso é um problema. Ou, quem sabe, um sinal... — Seokjin deu de ombros. — Vem, vamos dançar.

A expressão nos olhos do alfa era de pura suspeita, e Seokjin imaginou que ele iria recusar, então voltou a puxá-lo para a pista de dança.

— Por que fingir que gostamos um do outro? — perguntou Namjoon, parando novamente. — Você é amigo de Jimin, e devo respeitar isso. Mas não preciso gostar da sua companhia. Se ficar longe, vamos nos dar muito bem.

Seokjin se voltou para o alfa e, delicadamente, fingiu tirar um fiapo imaginário da lapela do smoking dele.

— Meu Deus, você é mesmo esnobe e arrogante. Como Jimin te aguenta? — disse, num tom ácido. Por fim, sorriu abertamente e voltou a encará-lo nos olhos.

Surpreso, Namjoon piscou, como se estivesse ofendido.

— Não sou nada disso — retrucou, pegando-o pelo cotovelo, e conduzindo-o para a pista. — Vamos acabar logo com isso.

— Que encantador! Um verdadeiro cavalheiro.

Namjoon passou o braço pela cintura do ômega. Por um instante, o calor dos dedos fortes através do tecido fino do camisa, a firmeza do toque em seu corpo, atraíram a atenção de Seokjin, impedindo-o de pensar. Namjoon puxou-o para perto, mais perto do que imaginara, e o ômega prendeu a respiração.