Capítulo 1

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— Irmã.. — a mais velha falou, em resposta veio apenas um abraço apertado e caloroso de Soraya.
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P.O.V Samira

Eu realmente estava abraçada em minha gêmea mais nova. Eu estava ali, em Dourados, abraçando Soraya. Estava feliz, a saudade em meu peito se esvaindo ao mesmo tempo em que estávamos nos abraçando. Minha irmã. Lhe abraçava forte, com medo que ela sumisse, como em muitas noites sonhei. Simone se aproximou, e eu me virei com um sorriso largo no rosto para ela.

— Irmã essa é minha namorada, Simone Tebet. Simone essa é minha irmã, Soraya Thronicke. — apresentei uma a outra, elas se olharam e apertaram as mãos.

— É um prazer te conhecer! —minha namorada falou.

—Igualmente. — minha irmã falou, logo desfazendo o contato entre elas — Papai e mamãe ainda não chegaram, mas logo estarão em casa. Entrem. — ela nos deu espaço para entrarmos.

O ambiente era quentinho e acolhedor, totalmente diferente do lado de fora que estava gélico e sem vida. Soraya serviu uma taça de vinho para nós três, e começamos a por o papo em dia. Ela me contou sobre os papais, a saúde debilitada de nossa avó, as ações conquistadas. Simone se manteve quieta durante todo tempo, mas quando minha irmã falou do trabalho, ela se viu interessada.

— E você trabalha em que, senhorita Thronicke?— minha namorada perguntou para ela.

— Uma agência de advocacia. É bastante conhecida inclusive. — falou, logo bebericando um pouco do vinho — E por favor, me chame apenas de Soraya. — sorriu para ela, e voltou a conversar comigo.

Nossos pais chegaram. E assim que me viram correram em minha direção me abraçando. Diziam o quanto estavam com saudades, e o quanto era bom me ver novamente. E eu cedi ao meu orgulho e os abracei de volta. Estava com saudades deles. Apesar das brigas eles continuavam sendo meus pais. Mas logo todo aquele inferno começou.

— Decidiu o que fazer? Vai comandar a empresa? — meu pai perguntou entusiasmado.

— Acho que ela está em boas mãos. Soraya sabe melhor do que ninguém cuidar dos negócios. — respondi dando de ombros, não queria voltar ao motivo de ter me feito fugir daquela casa.

— Sua irmã é boa. Mas você é a herdeira, você quem deveria estar lá. — minha gêmea pediu licença e foi para cozinha pegar mais duas taças, porém acabou demorando, e apenas com um olhar pedi para que Simone fosse ver o que havia acontecido.

Perdi minha namorada de vista assim que ela abriu as grandes portas da cozinha, as fechando logo em seguida.

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P.O.V Simone

Assim que adentrei a cozinha, peguei Soraya chorando. Ela estava com as mãos espalmadas pela copa, enquanto sua cabeça estava baixo e o choro saia silenciosamente.

— Oi.. — falei e ela arregalou os olhos, logo limpando suas lágrimas e pegando as duas taças — Sua irmã pediu para mim vir ver como você estava. Quer, não sei, conversar? — perguntei, meio incerta se estava usando as palavras certas.

— Não. Eu estou bem. Não se preocupe. —sorriu fraco para mim e pegou outra garrafa de vinho — Vamos? — perguntou passando a frente, e voltando para sala, como se nada tivesse acontecido.

O assunto continuou rolando entre minha namorada e seus pais. E ali eu percebi que ela mentiu para mim. Soraya não era a preferida, de longe parecia isso. Ela apenas foi a que escolheu ficar e encarar as responsabilidades que nem ao menos à ela pertencia. Soraya estava quieta no seu canto, enquanto ouvia seus pais falarem com sua irmã. Me aproximei dela e começamos a conversar sobre algumas coisas. Contei a ela que cursei e lecionei advocacia em uma universidade aqui mesmo no Mato Grosso do Sul, mas que depois me mudei para Campinas em São Paulo, por conta de um emprego que me pagaria bem. Após as taças de vinho que bebeu, ela estava mais solta. Me contou sobre seu trabalho, alguns casos que pegou ao longo de sua carreira, e prêmios que a mesma ganhou. Nossa conversa fluia bem, até Samira decidir me apresentar para seus pais.

— Mãe, pai, essa é Simone, minha namorada. ela enfatizou o "minha namorada" enquanto encarava Soraya, que por sua vez apenas revirou os olhos pela infantilidade de sua gêmea mais velha — Amor, esses são meus pais, Sofia e Sérgio Thronicke. — ela entrelaçou nossos braços, sorrindo para mim.

— É um prazer, senhor e senhora Thronicke. — falei meio sem jeito.

— O prazer é todo nosso. — os dois responderam juntos.

—'Querida o que acham de irmos a uma churrascaria que tem aqui perto? — a Thronicke mãe perguntou diretamente a mim.

— Claro, por que não? — falei, e Soraya que estava ao meu lado bufou, indo para cima e logo voltando com seu celular e sua bolsa.

[...]

Ao chegarmos lá, eles pediram uma mesa mais ao fundo do estabelecimento, a fim de termos mais privacidade. Estávamos fazendo os pedidos, e só faltava Soraya pedir o dela. O garçom perguntou a ela se já sabia o que pediria, e a resposta dela me deixou pálida de vergonha.

— Eu não como carne querido. Sou vegana. — ela sorriu simpática para ele, que disse se veria na cozinha ter como fazer uma salada para a mesma — Obrigada pela gentileza. — o agradeceu, logo voltando sua atenção ao celular.

— Porque não me disse que era vegana? — perguntei para irmã da minha namorada.

— E estragar a noite? — ela perguntou, olhando para os pais — Está tudo bem, se não tiver nada aqui mais tarde eu como em casa. Não quero estragar a noite. — ela falou, e eu engoli seco.

— Certeza? A gente ainda pode trocar de restaurante, quero que também se sinta bem com minha presença e... — minha namorada me interrompeu.

— Aí Simone, ela disse que está tudo bem. Deixe de frescura. Logo mais nossos pedidos chegam. — ela falou revirando os olhos.

Eu poderia dizer que ambas as gêmeas eram idênticas. Na aparência de fato eram bem parecidas. Mas na personalidade poderia dizer o mesmo, mas pelo pouco que percebi que Soraya era gentil com as pessoas que não tinham nada haver com seus problemas, tentava relevar qualquer situação. Como por exemplo seus pais a destratando pela volta de sua irmã, ou não querer me dizer seu hábito alimentar para não "estragar a noite". Eu estava intrigada pela minha cunhada.

— Simone? Está no mundo da lua? — fui tirada de meus devaneios pela minha namorada.

— Perdão? — falei, virando-me para ela.

— Meus pais querem saber como nos conhecemos. Não quer contar? — perguntou divertida, me fazendo corar de vergonha.

Afinal, como contar aos seus sogros que conheceu a filha deles em uma balada, após brigar com um cara, estando completamente bêbada, sendo amparada pela mulher estando desmaiada no chão do local?

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Bom gente, eu atualizei mais um capítulo pois não sei quando vou conseguir atualizar essa fic novamente, e ainda por cima não sei nem se vou continuar...

Minha Querida Cunhada! - Simoraya Onde histórias criam vida. Descubra agora