Capítulo 3

1K 142 50
                                    

Voltei para cozinha após ver que ela estava um pouco melhor, e chegando lá, minha namorada estava discutindo com seus pais. Seria uma semana longa que teria pela frente.
·
·
·

P.O.V Soraya

Acordei cedo como de costume. Fiz minha higiene matinal e fui me trocar. Optei por vestir uma saia-lápis preta com uma blusa branca lisa e um salto, também preto. Após uma conferida rápida no espelho, desci para tomar café da manhã. Todos estavam dormindo... Bom nem todos, já que Simone, a namorada de minha irmã, estava na cozinha, já tomando seu café da manhã.

— Bom dia. — falei, sentando-me para tomar meu café.

— Bom dia. — ela me respondeu simples, dando um sorriso quando olhou para mim — Se diz vegana, mas usa roupas de grifes famosas. Absurdo. — ela brincou, e como eu estava de bom humor, decidi entrar na brincadeira.

— E queria oque? Que eu andasse pelada? — perguntei divertida.

— Seria a cura para meus olhos cansados. — ela soltou uma risada nasal, e logo tirei o sorriso de meu rosto a encarando séria.

— Não gosto desse tipo de brincadeira! — me ajeitei na cadeira, ligeiramente incomodada.

— Perdão. — ela voltou a comer, e eu fiz o mesmo, em total silêncio.

Depois do café, fui até meu carro, e assim que entrei três batidinhas na minha janela me tiraram do foco. Desci a janela. Era ela novamente. Respirei fundo, reunindo forças para ser simpática com a mesma.

— O pneu do meu carro furou. Poderia me dar uma carona até o centro da cidade? — ela perguntou, olhando no fundo dos meus olhos.

— Claro. Entra. —falei a ela, que deu a volta por trás, entrando e sentando-se no banco do carona ao meu lado.

[...]

— Obrigada. — ela disse assim que chegamos no local onde ela me pediu para parar.

— Não por isso. Desculpe a pergunta, mas, o que precisa fazer nessa empresa de advocacia? — perguntei curiosa.

— Tenho umas questões pessoais a resolver. Acho que não deva ter tanta importância assim. — enquanto ela saia, também sai, me juntando a ela, entrando na empresa.

— Eu posso te ajudar, se precisar. — falei, provavelmente seus papéis passaram por minhas mãos e eu não dei tanta importância para o caso.

— Não será necessário, senhorita Thronicke. Obrigada mesmo assim. Não precisa se preocupar, pode ir para a sua empresa. — ela falou, enquanto passávamos pelo hall de entrada da empresa.

— Essa é a minha empresa! — exclamei, ainda em tom baixo, e ela congelou no mesmo lugar — Impressionada? — perguntei rindo, e ela virou-se para mim — Agora imagino que possa te ajudar. — e sem muitas escolhas, ela apenas assentiu.

Caminhei com minha cunhada até o elevador. Durante toda a subida do térreo até o décimo quinto andar, o único som que se instalava naquela caixa metálica era o som baixo, tocando alguma música da rádio local. Assim que adentramos a minha sala, pedi para minha secretária me entregar a pasta do caso de Simone. Seja lá qual for o caso. Não importando qual funcionário tivesse pego o caso para si.

A guarda do seu filho.

Era esse o caso dela. Como que um morador de Campinas-Sp manda seu caso para Dourados-Ms. Não sei. Mas ela mandou. Talvez o nome da empresa ser reconhecido ela pensou que seria mais fácil e rápido. Grande erro. Seu caso estava aqui, arquivado a quase dois anos. Suspirei pousando o arquivo aberto na mesa, massageando minha têmpora. Sabia como esses casos eram delicados e demorados.

— Guarda total (definitiva) ou compartilhada? —perguntei, para saber como começar a agir.

—Total! — ela falou, recostando-se no sofá a frente de minha mesa — Eu errei, confesso, fiz muita merda. Mas a partir do momento que descobri minha gravidez, me mantive sóbria, e pura. — ela falou, mostrando para mim os seus exames.

— Entendo. Sabe que o seu passado só complica as coisas, não sabe? — ela assentiu — Eu posso sim dar um empurrãozinho nessa situação, mas preciso de sua total calma e concentração. Tanto nas minhas instruções, quanto nas atitudes que você terá que tomar daqui para frente. — novamente ela assentiu.

— Eu tenho chances de ter meu filho de volta?— ela perguntou, com um brilho encantador em seu olhar.

— Não vou negar, vai ser difícil. — ela suspirou desanimada —Mas há chances sim. — falei, pegando a ficha de seu ex-marido.

— Obrigada novamente, cunhada. — ela sorriu, eu poderia não estar olhando totalmente para ela, mas de canto de olho eu via ser um sorriso de esperança, um lindo sorriso.

— Não por isso. Eu não costumo pegar esses casos por justamente serem demorados, e consumirem muita responsabilidade psicológica. Mas posso te ajudar nessa. — falei, agora pegando sua ficha, comparando-a com a do homem — Para nossa sorte você nunca foi presa, já ele tem uma ficha criminal até que.. grande. — ela olhava através da janela as paisagens — Preso por posse de arma ilegal, assalto a mão armada, homicídio culposo. — continuava lendo — Desculpe a pergunta, mas, como pode se envolver com um cara desses? — levantei o olhar para ela, e seus olhos encontraram com os meus.

— Na época.. eu achei que pudesse muda-lo. Mas depois que vi não poder, vivi por alguns anos sobre suas ameaças e violência. Natiel foi gerado assim..— ela engoliu seco.

— Como um juiz pode achar que um homem desses será um bom pai para qualquer criança? — perguntei mais para mim mesma, ainda encarando seus olhos castanhos escuros.

—Provavelmente o valor na conta bancária dele deva ter ajudado nisso. Mas ele abandonou meu filho por algumas horas enquanto ele ainda era um recém nascido, e isso foi uma abertura que tive para conseguir novamente lutar pela guarda dele. — ela me explicou.

— Isso vai ser mais complicado do que pensei. — me recostei na cadeira, soltando o ar com força de meus pulmões — Preciso da história completa. No almoço você pode ir comigo para isso. Não costumo falar sobre trabalho em casa por conta de meus pais me acharem insuficiente e quererem meter-sem em tudo. — ela assentiu — Se quiser, pode dar uma volta na cidade enquanto isso. Ou então ficar aqui em silêncio enquanto eu trabalho. — ela pareceu ponderar um pouco sobre as opções.

— Não conheço Dourados. Acho melhor ficar por aqui mesmo. Não se preocupe, não lhe atrapalharei em nada. — assenti, pegando outra pasta e vendo algum outro caso que eu estava trabalhando antes desse.

♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡ ♡ ♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡

Possa ser que o próximo demore um pouco para fiar pronto, já que eu estou fazendo e postando logo em seguida, e como será contando sobre um pouco do passado da Simone e tudo mais, eu terei que fazer com cuidado para evitar gatilhos...

Mini maratona de 5 partes - 2/5

Até daqui a pouco!!

Minha Querida Cunhada! - Simoraya Onde histórias criam vida. Descubra agora