Capítulo 15

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— Mal posso esperar por isso!— afirmei, não quebrando o contato de nossos olhares.
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P.O.V Soraya

Eu mal posso acreditar que realmente tive coragem de fazer esse pedido para Simone. Eu realmente pedi para ela ter um encontro de verdade comigo. Claro que demoraria um pouco, já que ela mal tinha terminado com minha irmã e ainda precisaria de um tempo pars curar-se desse último relacionamento.
Natiel, se manteve quieto durante toda nossa conversa e até mesmo após comer tudo, ele ficou esperando terminarmos nossa conversa para pedir a sua mãe para limpar suas mãozinhas. Após isso, Simone o desceu da mesinha de alimentação e ele rumou para o quarto onde estava sua mochila, tirando de lá sua escova e pasta de dentes para sua higienização bucal. Simone foi junto à ele e eu recolhi as embalagens que estavam espalhadas pela mesa, jogando-as fora no lixo da cozinha. Voltei para sala e me sentei no sofá, esperando ambos voltarem. Logo uma mini pessoinha veio como um foguete em minha direção, com um livro infantil nos bracinhos. Lhe ajudei a subir no sofá, e após isso ele sentou colado em mim me entregando o pequeno livro em mãos.

le pa eu — ele pediu, com os olhinhos brilhando esperando por minha resposta.

— Claro, meu pequeno. A titia lê para você.— peguei o livro e o abri na primeira página.

Comecei a ler para ele, enquanto o mesmo ficava mexendo nos próprios dedinhos me olhando contar a história.
Após alguns minutos vi Simone entrar no meu campo de visão. A essa altura do campeonato, o pequeno já se encontrava deitado em meu colo, adormecido.

— Ele capotou. — falei baixo e soltei uma risada mais baixa ainda.

— Nesse colo até mesmo eu iria querer “capotar”. — ela disse no mesmo tom que eu, e também riu.

— Boba. — acariciei os cabelinhos do menino em meu colo que já respirava fundo com seus olhinhos bem fechados — Ele é um anjinho.. — ela sorriu e sentou-se ao meu lado, pegando-o logo em seguida e escorando a cabeça em meu colo.

— Sim, ele é! — ela exclamou baixinho, e eu abaixei o olhar, estava me apegando muito e em muito pouco tempo aos dois.

— Melhor dormirmos. — falei levantando-me e ela me seguiu levantando-se em seguida —Tem três quartos, você e ele podem ficar no principal, eu no de hóspedes e o outro advogado no outro quarto de hóspedes do fundo. — logo uma voz masculina foi ouvida.

— Parece uma ótima ideia. O meu é no final do corredor? — João perguntou voltando da ligação com sei lá quem, e eu apenas assenti vendo o mesmo ir para o quarto e fechando a porta.

— Eu não confio nele. — Simone falou, ainda encarando a porta que ele havia fechado.

—Não se pode, afinal ele é advogado. — soltei uma risada nasal e nós seguimos para nossos respectivos quartos — Boa noite senhorita Tebet, e senhor Tebet. — beijei sua mão e também a testa do pequeno e fui para o quarto de hóspedes onde ficaria.

Me joguei na cama, suspirando pesadamente. Nem ao menos me preocupei eu retirar o espartilho e meus sapatos sociais. E sem ao menos perceber, cai em um sono profundo.
Já de madrugada, acabei acordando ao sentir um pequeno peso subir e deitar-se na cama. Foi quando senti pequenas mãozinhas agarrando-me pelas pernas e uma voz infantil pedindo desculpas para mim e pegando no sono em seguida. Virei a cabeça vendo o pequeno Natiel dormindo agarrado em minhas pernas, e virando mais um pouco vi outra presença ali. Simone. Seu nome ecoou pelos meus pensamentos enquanto eu a via aproximar-se da cama e se deitar do lado vago da mesma.

— Eu não confio naquele homem. — ela repetiu o que havia falado mais cedo — Ele passou quase quatro vezes em frente ao quarto onde eu e Natiel estávamos. Acho melhor ficarmos aqui com você essa noite. — eu apenas assenti em concordância.

Acabou que nós três dormimos juntos, e no dia seguinte ao acordar, pude sentir os braços de Simone rodeando-me pela cintura de forma possessiva e sua respiração pesada batendo em meu pescoço. Tentei levantar-me, o que foi em vão, já que ela me puxou fortemente e prendeu-me mais ainda a si. Fiquei totalmente imóvel esperando a mesma acordar.
E novamente eu cai no sono. Dessa vez acordei com um pequeno corpo movimentando-se pela cama, parecendo estar engatinhando até a beira da cama. Rapidamente agarrei-o com minhas pernas e o trouxe para perto de mim puxando-o com as mãos, vendo um Natiel sorridente encarando-me.

Bodia titi yaya — ele falou, a voz baixinha como de costume, mas agora carregada pelo sono.

— Bom dia, meu cheirosinho. Acordado a essas horas? — perguntei olhando para o horário em meu celular, 06:43 .a.m. .

Sem sono — ele falou, e eu estreitei os olhos em direção a porta, vendo a mesma fechada e uma cadeira bloqueando a entrada ou saída de alguém.

Simone realmente está com medo daquele homem... — pensei comigo mesma enquanto coçava meus olhos e me preparava para levantar junto ao pequeno — Quer comer alguma coisa? — ele fez que sim com a cabeça — E o que quer?— perguntei, já de pé, com ele em meu colo.

Lete — ele falou escorando a cabeça em meu ombro.

— Ok bezerrinho, vamos ver se tem leite por aqui. —abri a porta, logo que sai, a encostei novamente e fui para a cozinha.

Vasculhei pela cozinha inteira, e como até um pouco antes dele vir, eu quem morava aqui, apenas tinha leite de soja. Mesmo sabendo que ele poderia negar por conta do gosto, o fiz, e despejei até a metade da mamadeira, e após conferir a temperatura, lhe entreguei em mãos a mamadeira e o assisti tomar tudo com tanto gosto que até mesmo parecia ser leite de vaca mesmo. Ele me estendeu a mamadeira e pediu por mais, e novamente enchi o recipiente até o meio, lhe entregando em seguida. Ele sentou-se no sofá e me pediu para ligar a televisão, e assim eu fiz. Também coloquei um pouco de leite em uma caneca e me juntei a ele para assistirmos desenhos juntos naquela manhã pouco fria de Dourados.

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Eu tardo mas não falho, como prometido mais um capítulo dessa fic! Mas agora provavelmente eu deixarei ela um pouco de lado para me concentrar na "Não será apenas uma paixão", em breve voltarei a dar total atenção a essa!! Até algum dia...

Minha Querida Cunhada! - Simoraya Onde histórias criam vida. Descubra agora