Capítulo 13

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— Entendo. —e novamente tudo ficou em total silêncio.
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Quase chegando em Dourados. Faltando exatos trinta minutos. O menino acordou, reclamando de fome. Parei em uma lanchonete dessas de estrada e pedi um lanche com batatas fritas sem sal, duas garrafas de suco de uva e aqueles Nuggets de frango. Dei o pequeno pacotinho de batatas fritas e entreguei a ele. Que começou a comer desesperado. Coloquei um canudo na garrafinha e fiquei policiando para que ele não se engasgasse com algo. O cara que nos acompanhava pediu seu lanche também. Eu comia os Nuggets de frango que pedi e dei um ao pequeno, para que ele experimentasse. E ele como estava comendo sua última batatinha, me ofereceu ela toda babada e espremidinha em suas mãozinhas. Apenas neguei com a cabeça sorrindo, vendo-o comer tudo. Após comermos, limpei suas mãos com o papel que tinha ali na mesa.
Voltamos ao carro e seguimos viagem. Assim que adentramos a entrada de Dourados, seus olhinhos brilharam encarando tudo e todos através do vidro do carro. Provavelmente procurando por sua mãe, Simone.
Apesar da pouca idade, Natiel era bem inteligente. Para entrete-lo eu comecei a conversar com ele, enquanto ainda dirigia. E ele respondia tudo, ou quase tudo, com aquela vozinha baixa e fofa que só ele tinha. Nessas conversas, descobri que ele amava a creche e os amiguinhos que fez lá, das tias favoritas que cuidavam dele, e outras coisas.
Liguei para Simone que me pediu para esperar com ele por um tempinho, já que ela não sabia que iríamos chegar agora, ela estava em uma vídeo chamada com seus alunos de faculdade. Apenas falei para que ela fosse em minha empresa e subisse à minha sala para conhece-lo.

[...]

Assim que subi pelo elevador com o pequeno em meu colo, lhe coloquei no chão, e ele foi andando do meu lado. Ele olhava tudo que tinha ao seu redor. Andava pela minha sala com as mãozinhas para trás para evitar tocar nas coisas. Ele parou na grande janela do lado esquerdo da sala e ficou olhando a vista que tinha do lugar.

— Ele não tem brinquedos para se distrair enquanto ela não vem? — perguntei ao advogado que veio junto, ele bisbilhotou a mochila e negou com a cabeça — Ótimo! Aquele inútil nem para comprar um brinquedo para o menino. — suspirei massageando minhas têmporas — Natiel, — ele me olhou — vem cá com a tia. — ele veio e eu lhe sentei em meu colo — Quer ver um desenho comigo? — ele apenas acenou que sim e eu coloquei um desenho qualquer que crianças costumam gostar.

E parece que acertei, já que ele ficou quietinho no meu colo assistindo ao desenho. Vez ou outra eu o via levantar a cabeça em direção a porta, provavelmente esperando que Simone passasse por ela.
E demorou um pouquinho para que isso acontecesse. Mas quando ela chegou e passou pela porta, eu confirmei para ele que ela era a sua mãe, e ele praticamente pulou do meu colo indo correndo de encontro a ela que abaixou-se para abraça-lo também.
Sorri comigo mesma para cena que estava presenciando. Simone chorava e abraçava forte o garotinho que tinhas seus bracinhos miúdos envolta de seu pescoço e beijando a bochecha dela. Ele era uma criança muito amorosa pelo jeito.

— É por cenas assim que eu me tornei advogado. — o tal João disse, se aproximando de mim.

— Sério? Achei que era somente por conta do seu salário de quase cem mil por mês!— cruzei meus braços, encarando-o.

— Não me leve a mal.. tenho filhos e esposa para sustentar! — ele disse piscando para mim.

— E eu se fosse você escolheria ter senso. — falei, e ele pareceu querer mudar de assunto.

— Ela mora aqui? — neguei com a cabeça.

— Como toda mãe de verdade, Simone arranjou um jeito de ficar em Dourados até que tudo se resolva e ela possa levar o filho consigo. — falei e dei de ombros.

— E como sabe que ela irá obter a guarda dele? — ri da pergunta idiota dele.

— Porque eu nunca perco uma causa. E não vai ser a da min.. da Simone que irei perder. —falei, erguendo a cabeça de forma superior — Mas como não quero estragar o grande dia de Simone e Natiel.. não irei mais humilhar o senhor. — devolvi a piscada para ele, voltando a encarar Simone, que beijava seu filho sem parar.

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P.O.V Simone

Eu finalmente tinha meu filho em meus braços. Ele estava ali, abraçado a mim. Meu coração pulava de alegria, minhas mãos estavam trêmulas enquanto eu acariciava seus cabelos. Felicidade. Era esse sentimento que me inundava por dentro. Era a felicidade de poder vê-lo. Poder toca-lo. Poder cheira-lo. E poder ama-lo. Finalmente meu bebê estava de novo em meu braços.
Levantei o olhar, vendo Soraya sorrindo para mim e sorri de volta. Logo voltando minha atenção ao meu pequeno.
Quando ele afastou-se um pouco de mim, pegou suas mãozinhas e começou a enxugar minhas lágrimas que insistiam em cair mais e mais.

Nã chola mamã ele falava na tentativa de me consolar, enquanto beijava a trilha de lágrimas que tinham pelo meu rosto.

— Eu estou tão feliz de finalmente poder te ter em meus braços de novo, meu pequeno. Eu te amo tanto. Guardei por tanto tempo esse amor que é só seu, que minhas lágrimas não se aguentam. — falei acariciando suas bochechas gordinhas.

tabem to feiz ele falou sorrindo para mim — desejei asim ti conhece ó — ele esticou os bracinhos o mais que conseguia e eu ri, abraçando-o em seguida e beijando sua cabeça.

— Eu também, meu filho, eu também. — Soraya se aproximou de nós meio receosa, e pousou sua mão em meu ombro.

— Quer que deixemos vocês mais a vontade?— neguei com a cabeça, eu não me importava se ela ficaria ali para ver ou não — Tudo bem então. — ela voltou para onde estava, e eu voltei a beijar o rostinho do meu filho, que sorria largo para mim, me abraçando também.

Ficamos assim. Ele agarrado a mim. E eu ajoelhada no chão o abraçando. Estava mais que realizada. Estava mais que feliz. E estava mais que emocionada. A dimensão do que eu sentia era incontrolável e imensurável. Durante todo esse tempo que estive abraçada ao meu filho, era somente ele e eu existiamos no mundo. Nada mais que nós.
Apenas nos separamos quando ele reclamou de fome. Soraya disse que apenas o alimentou com um pequeno pacote de fritas e suco de uva. Então pedi a Soraya para nos levar ao shopping mais próximo para almoçarmos todos juntos. Ela concordou e falou para irmos no seu carro, já que no mesmo já tinha a cadeirinha que ela me passaria depois.
Assim que o coloquei na cadeirinha no carro de Soraya ele começou a chorar para não ir embora. Com calma expliquei a ele que apenas iríamos almoçar, que ele ficaria comigo, e que estava tudo bem. Já calmo, ele soltou minha blusa com certa resistência, e assim eu pude fechar a porta e dar a volta no carro, entrando do outro lado e ficando ao seu lado. O homem que estava com a gente foi no banco do passageiro, ao lado de Soraya. E confesso que me senti um pouco enciumada, já que ele toda hora tentava puxar assunto com a mesma. Quando chegamos no shopping, demos de cara com a pessoa que eu menos queria ver nesse momento.

— Samira... — ela sorriu para mim.

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Sei que não sou de postar capítulos no domingo.. mas eu consegui fazer e como sou ansiosa, já postei.....

Minha Querida Cunhada! - Simoraya Onde histórias criam vida. Descubra agora