Capítulo 18

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Voltei com mais um capítulo em!! Esse vai ser triste e deprimente, perdoem-me...
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Finalmente entendi o que meu pai dizia que eu tinha que ter alguém que era certa para mim, e eu para ela. Agora entendi nossa última conversa. E é uma pena somente perceber isso no momento mais doloroso da minha vida.
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P.O.V Narradora

O caminho inteiro foi feito em repleto silêncio. O pequeno garotinho chorava em silêncio olhando através da janela do carro a paisagem de árvores, que na hora de sua ida eram alegres e coloridas, e que agora na hora de sua volta eram tristes e sem cor.
Soraya sentia uma vontade tremenda de desabar no choro ali mesmo. Ela queria dar meia volta e levar Natiel novamente para sua mãe, onde ela sabia que o mesmo seria bem cuidado e amado, mas não podia fazer isso. Ela não tinha essa autoridade, infelizmente. Sabia que errar nesse momento seria algo crítico, um risco que não queria correr para que a pena de Simone sob isso fosse maior.
Em algum momento daquela pequena viagem o pequenino garoto adormeceu. A junção da tristeza que ele não sabia expressar com palavras e seu choro o fez adormecer.
Ao chegarem, mais uma dor foi coloca no peito de Soraya quando viu o pequeno chorar ainda mais a chamando incontrolavelmente. Aos choros e chamando por sua “titia yaya”, que não pôde fazer mais nada a não ser virar as costas e partir para Dourados novamente.
O pequeno garoto foi jogado do colo de seu pai para o colo da empregada pelo mesmo, a senhora acolheu um pequenino choroso com um carinho imenso enquanto via o homem sair com sua namorada para algum lugar. A mesma mulher que maltratava e judiava do garotinho que era apenas um bebê inocente e indefeso.
A senhora chamada Marlena, mesma senhora que cuidou da Simone quando bebê e criança, assim que viu seu filho necessitando de alguém para cuida-lo forçou-se ao máximo para suportar os maltratos feitos a si para que cuidasse do menino de sua jovem criança que não podia tê-lo por perto. A senhora entrou para dentro, aconchegou o pequeno que ainda chorava em seu colo e foi fazer seus afazeres. Enquanto a mesma fazia o feijão para o jantar, aproveitou para esquentar sua mamadeira com leite a fim de acalma-lo como podia. Fungadas e murmúrios saiam dos pequenos lábios que imploram por sua mamãe e titia que agora estavam longe de si. A doce senhora deu sua mamadeira o acolhendo em seus braços enquanto sentava-se no pequeno e desconfortável banquinho que havia naquela quente cozinha. O pequeno sentia o incômodo da quentura daquele lugar estava enjoadinho já,  e a senhora perguntava-se como havia de chegado a esse estado. Onde sua pequena havia errado para pagar por esse pecado. Suas lágrimas finas não eram vistas por ninguém, além do pequeno que tentava a consolar mesmo ele próprio estar sentindo-se mal. O garotinho era um anjo e todos os funcionários sabiam disso, sentiam pena do menino ter que conviver com os demônios do pai e madrasta dele. O pequeno secava as leves lágrimas que rolavam pelo rosto de Marlene enquanto tinha a mamadeira em sua boca, ele repetia baixinho “passou, passou” com a voz abafada pelo bico da mamadeira na qual ele estava tomando o leite morno. Seus olhinhos pesavam por conta de tanto chorar, seu corpinho miúdo sentia necessidade em relaxar-se. Quando menos esperou, adormeceu novamente.

[...]

Quando Natiel acordou novamente já era noite, tinham vozes vindas do andar de baixo que não eram compatíveis com a de seu pai e madrasta, estranhando essas vozes ele desceu de sua caminha com certa dificuldade e desceu as escadas sentado devagarinho como Marlene o havia ensinado. Ele tinha o dedinho em sua boca enquanto rumava ao encontro das vozes. Enquanto adentrava a sala de estar o pequeno viu três homens vestidos de uma cor azul marinho, dois deles seguravam seu pai que debatia-se para ser solto enquanto o terceiro segurava sua madrasta que já aparentava estar rendida.

— papa — ele disse baixinho, chamando atenção dos policiais para si e sentindo-se envergonhado pelos olhares voltados para si, o mesmo tentou esconder-se detrás do sofá.

Eles levaram seu pai e madrasta sem mais nem menos, logo em seguida que partiram outra policial entrou, desta vez para tentar acalmar e conversar com o garoto. Natiel era desconfiado por natureza, a forma como cresceu o deixara assim. Ele encarava a policial a sua frente, mantendo uma distância considerada para si como “segura”. A policial também não tentara aproximar-se apressadamente do menino, mantendo respeito ao seu nervosismo e desconfiança. Tentando convence-lo que não iria fazer-lhe mal tentou aproximar-se vagarosamente, um passo de cada vez tendo um tempo de espera para o próximo passo, enquanto ainda tentava conversar com o garoto e provar não ser ameaça ao mesmo. Conseguindo provar e mostrar confiança a Natiel, conseguiu pegá-lo no colo e levá-lo para o lado de fora da casa. Como no protocolo teria de levá-lo a delegacia e caso nenhum parente do mesmo aparecesse por la Natiel seria levado para um orfanato. Somente tinha um detalhe, o menino não sabia dizer seu nome com precisão, não sabia pronuncia-lo e nem mesmo seu pai queria cooperar para dizer o nome de seu filho. Ao invés disso o homem apenas cuspiu no rosto da policial e mandou a mesma se fuder. Mas então o pequeno foi salvo por Marlene, que não apenas disse o nome do menino como o nome de sua mãe e onde ela estava morando nesse momento. A policial agradeceu, e colocou o garoto na parte de trás do carro policial e lhe colocou o cinto de segurança fechou a porta e deu a volta entrando no banco do motorista, quando fechou a porta e viu seu parceiro entrar no banco do corona ligou o carro para dar partida para ir de encontro com Simone, sendo parada pela senhora.

— Por favor, leve-me junto para ver minha menina novamente... — a senhora de cabelos grisalhos e olhos chorosos pediu, tendo a permissão da policial para entrar em seu carro.

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Tá muito fácil pra ser verdade em👀👀

Maratona de 6 caps - 2/6

Minha Querida Cunhada! - Simoraya Onde histórias criam vida. Descubra agora