Capítulo 10

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Achei estranho ele me fazer essas perguntas. Mas não levei em consideração. Continuei conversando com o casal de tios das gêmeas. Eles pareciam ser bem legais, e eu estava me dando muito bem com eles.
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Após alguns longos minutos, vi a família Thronicke descendo as escadas. Soraya estava um pouco abatida, sendo guiada por sua mãe, que a segurava pela cintura, enquanto a cabeça dela estava no ombro da Thronicke mais velha. Eu estava um pouco preocupada com essa cena, mas pelos olhares e caras normais que todos lançavam uns para os outros, parecia ser uma coisa cotidiana e normal. Mas eu me preocupei, porém não disse nada. Não queria mais problema com Samira do que eu já tinha naquele momento.
Sentaram ela próxima a mim, e ninguém simplesmente disse nada. Estava um completo silêncio. Nem mesmo Samira falou algo.

—Você está bem? — perguntei para Soraya, e todos me olharam como se eu tivesse atropelado um filhote de gatinho abandonado.

— Estou. — ela sorriu para mim, e todos se espantaram ainda mais, os olhos arregalados intercalando entre mim e ela a todo momento durante alguns bons segundos — Só dói, sabe? — ela abaixou o olhar.

— Sei. — sorri para ela, mesmo que ela não pudesse ver naquele momento por estar olhando para a mesa — Se quiser conversar, eu estou aqui, 'tá bom? — ela apenas assentiu, e eu toquei seus cabelos em um carinho inocente, e o rosto de minha namorada estava vermelho de raiva com as veias saltando para fora.

A mulher que preparava as comidas de Soraya chega com um lanchinho para ela. Eu a fiz comer tudo no prato e tomar todo suco no copo. Ela me obedeceu, meio a contragosto, mas me obedeceu.
Fiquei a todo momento vigiando enquanto ela se alimentava, tanto que mal prestei atenção nas conversas ao nosso redor.
Mesmo não vendo, eu podia sentir o olhar de ódio que Samira lançava para nós. Eu teria muito trabalho aquela noite, e sabia muito bem disso. Suspirei disfarçadamente, as vezes nossas brigas me cansavam antes mesmo de começarem. Me recostei na cadeira ainda olhando  para Soraya, que terminava de se alimentar. Eu não sabia explicar, mas me preocupo muito com ela desde aquele incidente no restaurante. Talvez fosse culpa por ela não ter conseguido comer adequadamente pelo fato de não ter sido informada de seus costumes alimentares. Ou talvez eu somente me importo por outra questão que ainda não sei dizer. Mas de qualquer forma, eu apenas sei que me importo com seu bem estar.

[...]

Após ela comer, começou a conversar com seus tios, e eu com Samira. A todo momento de qualquer forma eu arrumava um jeito de olha-la para ver se ela estava realmente bem.
Eu respondia qualquer coisa à Samira, nem ao menos eu estava prestando atenção em suas palavras.
A muito tempo nosso relacionamento estava meio que frágil, mas agora, eu não sei explicar. Ver ela com ciúmes me causa repulsa. Nada mais que isso. Suspirei, levantando-me para sair dali. Não estava aguentando mais essa situação.
Entrando no quarto peguei uma muda de roupas novas e fui tomar um banho. Enquanto água quente batis em minhas costas, me deixei levar pelos pensamentos que rondavam minha mente a alguns dias. Meu namoro. Meu filho. Minha vida. Tudo, extremamente tudo e todos que estavam ao meu redor. Soraya... Suspirei ao lembrar do ocorrido em seu quarto, de nossa proximidade. Dela se dispondo a me ajudar a conseguir a guarda de meu filho mesmo não gostando desses tipos de casos.
Estar com Samira consumia minhas energias, tanto fisicas quanto emocionais. Eu a amava, lógico, mas não tinha mais como viver em um relacionamento conturbado. Ainda mais com a chance de ter meu filho em meus braços tão perto assim. — Meu filho, ou minha namorada? Minha namorada, ou meu filho? Meu filho! — não restava dúvidas que essa seria minha escolha. Eu a amo, porém eu amo muito mais meu filho. Me vesti e encarei-me no espelho uma última vez antes de suspirar saindo do banheiro em seguida. Me sentei na cama e comecei a mexer no celular. Passava uma olhada em algumas mensagens no WhatsApp e via de relance algumas publicações no Instagram nada de muito interessante, era apenas para passar o tempo mais rápido.
Após alguns longos minutos Samira entrou pela porta. Ela estava com a mesma cara de brava de antes. Ela veio querendo brigar comigo, falar um monte de coisa. Mas dessa vez ao invés de ficar calada e concordar, eu decidi tomar uma atitude.

— Eu quero terminar! — eu disse, e ela congelou, seus olhos arregalados, sua boca antes rosada agora se encontravam brancas pelo susto.

— O que? Simone você bebeu?— neguei com a cabeça, me levantando para pegar minha mala — Isso é coisa da Soraya certeza! Foi ela quem plantou isso na sua cabeça, pois antes de virmos você estava tão bem comigo. — suspirei pesado e me virei encontrando seus olhos cravados nos meus.

— Eu tenho a chance de ter meu filho de volta para mim, Samira. Não posso ficar em um relacionamento conturbado tendo essa chance na palma de minha mão. —me aproximei, acariciando seu rosto — Eu te amo, mas amo muito mais o meu filho. Sinto muito. — peguei minha mala, e desci as escadas.

Óbvio que ela desceu atrás de mim, gritando como de costume. Isso chamou atenção de todos que estavam na casa. Seus pais desceram as escadas. Sua irmã e seus tios saíram da cozinha. Soraya tinha um olhar curioso direcionado a mim.
Sérgio perguntou o que estava acontecendo, e Samira começou a berrar que eu estava ficando louca, que estava querendo terminar com ela e ir embora. Quando ela mencionou que eu iria embora, vi Soraya suspirar e abaixar o olhar.

— Eu não vou embora! Eu tenho coisas a resolver aqui. Apenas vou para um hotel. — sua mãe me disse que me daria o endereço de um bom hotel que tinha na cidade, eu apenas agradeci e sai da casa sem dizer mais nada.

Não olhei para trás enquanto entrava em meu carro. Não queria me arrepender de minha escolha. E se provavelmente eu olhasse para Samira, que provavelmente estava chorando.. eu voltaria para lá e pediria desculpas.

— Não tem mais volta. — disse para mim mesma, dando partida no carro e indo para o hotel.

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Depois eu volto em, provavelmente na quarta!!! Joguei a bomba e fugi de vcs...<3

Minha Querida Cunhada! - Simoraya Onde histórias criam vida. Descubra agora