Capítulo 12

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Quando chegamos na porta do lugar, lhe agradeci e dei um beijo no canto de sua boca. Olhei em seus olhos e sorri saindo do carro e entrando no hotel.
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P.O.V Soraya

Fiquei alguns minutos petrificada na frente da porta do hotel.
Quando voltei a minha consciência, balancei a cabeça negativamente e dei partida no carro.
Durante todo trajeto do hotel até a casa de meus pais, eu fiquei pensando, na verdade desejando, poder voltar no tempo e beija-la de verdade. Ela estava a míseros centímetros de mim, e eu como uma verdadeira imbecil deixei essa grande oportunidade passar.
Quando cheguei em casa, deixei meu carro na garagem e chamei um Uber de volta para o restaurante. Chegando lá peguei o carro de Simone, o levando para o local onde ela havia alugado para deixa-lo. Pedi outro carro e voltei para casa, subindo direto para meu quarto e indo tomar um banho.
Sai toda sorridente, mas logo meu sorriso morreu assim que vi Samira sentada na beira de minha cama, me encarando com os braços cruzados.
Suspirei. Que Deus ou qualquer outra entidade santa me proteja agora.

—Boa noite, Samira. O que deseja? — perguntei sarcástica, óbvio, eu sabia muito bem o motivo dela estar aqui.

— Você foi jantar com a minha namorada? — ela perguntou descruzando os braços, e eu tive que rir, negando com a cabeça.

— Até onde eu saiba, ela é sua ex. E outra o que eu faço, com quem saio, ou deixo de fazer ou sair, não é de sua conta! — enfatizei a última parte, o que foi um erro, pois agora qualquer chance de uma conversa civilizada foi por água a baixo.

— ENTÃO VOCÊ ASSUME QUE SAIU COM A MINHA SIMONE?— ela gritou comigo, me fazendo fechar os olhos em busca de paciência.

— Ela não é um objeto para você dizer que ela é “sua”! E outra, sim eu sai, me diverti, conversamos, comemos e bebemos. Porque ao contrário da minha própria família ela não me julga, e nem me exclui, por ter hábitos diferentes. — falei ainda calma, apesar de já estar me estressando — E digo mais, apenas fomos conversar sobre o filho dela. — ela levantou-se e aproximou de mim, sua feição totalmente mudada.

— E o que tem o nosso filho? — ela perguntou, e por Deus onde é que a cabeça dela estava?

— Já tentou procurar um psicólogo? Pois acho que você está precisando! Eu faço e super indico você fazer também. — falei pegando meu travesseiro — Vai te ajudar a superar o término! — sai de meu próprio quarto, indo para um qualquer de hóspedes.

[...]

Após alguns minutos perambulando por aqueles corredores eu entrei em um dos quartos, trancando a porta logo em seguida. Joguei meu travesseiro, e me joguei na cama logo em seguida, me ajeitando para conseguir dormir. Caindo em um sono profundo. Um sono que eu realmente estava precisando nesse momento.
Apesar de ser um sono sem sonhos, foi a melhor noite, ou pelo menos madrugada já que eu cheguei em casa era 01:40.a.m. mas ou menos. O importante é que consegui dormir consideravelmente bem.
O caso de Simone estava sendo bastante delicado. O juiz teria muito o que pensar ainda. Mas com o depoimento e provas que Simone me proporcionou, ele poderia em breve tomar sua decisão.
Eu ainda não havia contado a ela sobre o estado em que seu filho se encontrava. O garotinho de dois anos estava muito magro, com diversas enfermidades, e as fotos que eu vi, até mesmo alguns hematomas pelo seu corpinho miúdo. Não sei o que o juiz ainda quer pensar, já que está claro que ele sofre com o pai. Mas também entendo que não é fácil pensar que será melhor deixa-lo com a mãe. Primeiro o juiz queria testar Simone. Saber o que ela faria pelo e com o filho. E eu acompanharia tudo de perto. Estaria lá para avalia-la, e eu teria que fazer tudo isso profissionalmente. Então para ser justo, o advogado do pai do menino também iria ficar conosco nesses momentos entre mãe e filho.
Não posso dizer que estou mais ansiosa do que Simone, pois ela é a mãe e certeza que está bastante ansiosa para poder ver o filho. Mas posso garantir que estou bem ansiosa também.

[...]

Já era o dia em que eu buscaria Natiel para Simone o ver. Assim que parei o carro na frente da mansão, que ficava a quase três horas de Dourados, e sai do veículo, o garotinho veio correndo até mim, com uma mochila cor neutra que parecia ser pouco maior que ele já que quando ele correu em minha direção, ela pulava. Ela sorria, mostrando os dentinhos pequeninos em sua boca. Olhei bem para ele e vi um hematoma pequeno e roxo em seu bracinho. Logo levantei meu olhar, encarando seu pai e uma mulher que estava ao seu lado.

Mamã — ele falou fofinho, com a voz baixinha, eu não me aguentei e sorri para ele.

—Vou te levar para conhecê-la. Mas eu sou só uma.. amiga.. da sua mãe, pequeno. — falei me abaixando para olha-lo nos olhos — Vem com a tia yaya! — estendi minha mão e ele contornou meu dedo indicador e anelar com suas mãozinhas gordinhas.

Antes de continuar o caminho para o carro, peguei sua mochila e a levei comigo. O coloquei na cadeirinha atrás do banco do passageiro e ele parecia tenso com isso, querendo tirar o cinto de cima de si e chorando.

— Calma, calma. A titia vai te levar para sua mamãe pequeno. Vou te proteger de todo mundo, 'tá bom? — aos poucos fui conseguindo acalma-lo e quando ele enfim se acostumou com o cinto de segurança da cadeirinha, eu fechei a porta e contornei o carro entrando no lado do motorista e ligando o carro.

— Com licença? — o advogado do pai do garoto disse, dando leves batidinhas no vidro do carona, logo abri a janela e tirei meus óculos escuros, encarando-o — Eu.. posso entrar? Você sabe do protocolo... — apenas assenti e ele entrou, totalmente tímido.

Coloquei um CD de músicas infantis para tocar, e o pequeno ouvia fascinado. As vezes lhe olhava pelo retrovisor e ele estava dançando com o tronco de seu corpinho e as mãos.
Mais ou menos no meio do caminho ele adormeceu, e ei desliguei o som. Ficando assim um silêncio total. O advogado ao meu lado passou todo caminho até agora em silêncio. Mas foi só perceber que agora Natiel dormia que ele começou a falar.

— Meu nome é João Paulo. — ele falou, ainda olhando para paisagem que passavam pela janela do passageiro.

— Soraya Thronicke. — falei seca, me concentrando apenas na estrada.

— Eu sei. É meio difícil não conhecer a herdeira da empresa mais cobiçada do Brasil. O que me faz pensar, o que uma pessoa como você está fazendo em um caso como esse. — agora entendi o porquê dele ficar calado o tempo todo, quando abria a boca ele só falava merda.

— Estava devendo um favor a minha amiga, e ela quis me cobrar dessa forma. — inventei, pois nem mesmo eu sabia o porquê de ter aceitado o caso de Simone.

— Entendo. —e novamente tudo ficou em total silêncio.

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Próximo capítulo é o Natzinho conhecendo a mamãe hein...

Como estou me saindo nesse desenvolvimento??? Qualquer coisa que não estejam gostando, podem me avisar!!!

Minha Querida Cunhada! - Simoraya Onde histórias criam vida. Descubra agora