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Eu me sinto um pouco zonzo

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Eu me sinto um pouco zonzo. Talvez seja normal depois de levar uma pancada tão forte na cabeça, mas pensar positivo não ajuda em nada, pois a dor insuportável continua se espalhando desde o corte aberto na testa até o queixo, o que reflete na dor fina como um fio de cabelo que reverbera pelo meu crânio. 

Puta merda, estou todo quebrado! 

Meu único consolo é a garrafa de bourbon que seguro, e bebo longos goles de uísque na esperança do líquido âmbar anestesiar a dor, coisa que não acontece: meu método parece irrelevante, e o efeito que consigo é uma enjoada embriaguez. 

Ótima maneira de terminar uma sexta-feira à noite. 

— Porra, O'Brien — Brandon faz uma careta depois de avaliar o meu estado. — Você tá todo fodido. 

Esboço um sorriso sarcástico, e tenho certeza de que os meus dentes estão sujos de sangue: o gosto de ferro na minha boca é bastante forte, o que faz o sabor do álcool ter uma degustação ainda mais desagradável. 

— Jura, cara? Nem percebi — debocho. 

Ele revira os olhos; Brandon nunca foi o fã número um do meu sarcasmo, e que se dane ele!

— E essa testa aí? — ele indica o corte com o queixo. — Parece que você tem um problema e tanto. Acho que precisa de um médico. 

Olho para ele friamente. 

— E dizer o que a ele? Se eu chegar no hospital nesse estado, com certeza vão querer saber como eu consegui essa belezura aqui. 

A mandíbula dele tenciona.

— Acho que um médico está fora de cogitação — por que não estou surpreso? Esse babaca não está nem aí para mim: tudo com o que ele se importa é o dinheiro. — Mas você precisa dar um jeito nisso, cara. 

Essa insistência está me irritando. Já estou mais do que puto, e se Brandon continuar torrando minha paciência com algo que ele não dá a mínima, aí eu serei obrigado a abrir um buraco na testa dele para ficarmos combinando. 

— Eu me viro — murmuro. — Passa a minha grana para eu dar o fora daqui e dar um jeito nisso. 

Brandon retrai o canto da boca. 

— Sempre direto ao ponto, não é mesmo, O'Brien? 

Lanço um olhar penetrante para ele. 

— Aprendi com o melhor. 

Ele dá uma risadinha — mas não parece haver muito humor no ato — e enfia a mão dentro do bolso interno da jaqueta, tirando de lá um bolo de dinheiro preso com um elástico. Brandon conta as notas com muita precisão e concentração antes de me entregar um amontoado de dinheiro que, ao largar a garrafa de uísque no chão, eu pego e enfio dentro do bolso, já que minha outra mão está inútil no momento. 

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