nine

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— Então vocês são, tipo, amigos agora? 

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— Então vocês são, tipo, amigos agora? 

Olho para Jules como se ela fosse idiota. 

É claro que eu e o O'Brien não somos amigos. Na verdade, está bem longe disso. 

— Óbvio que não, Jules — bufo. — Ele só está me ajudando porque eu o ameacei. 

— Ah, claro, como se ele tivesse caído nessa — debocha ela, revirando os olhos. — Você tem toda essa pose de durona, mas não é capaz de fazer mal a uma mosca. 

É a minha vez de revirar os olhos. 

— De qualquer forma, acho que ele não quis pagar para ver — argumento. — O fato de ele estar me ajudando não nos torna amigos. E nem quero. Acho que ele também não. 

— Por que não? — questiona. — O cara não deve ser tão ruim assim. 

Penso um pouco sobre isso. Travis é uma espécie de incógnita pra mim. Ele tem uma parte sombria que envolve brigas e segredos, mas existe uma parte, uma pequena parte da qual ele me deixou a par naquele "encontro" e durante a nossa noite de estudos ontem, que sugere que ele é mais do que um rostinho bonito. 

É cedo para dar qualquer ultimato, mas é assustador descobrir que a ideia de que você tinha de uma pessoa estava totalmente errada. Quer dizer… como eu poderia imaginar que Travis, logo Travis, trabalha com crianças? E que lê livros de romance e fantasia? Não parece que estou me referindo à mesma pessoa. É tudo muito confuso. 

— Ele é suportável — digo. — Mas não sei… existe algo sobre ele que me deixa com uma pulga atrás da orelha. 

Os olhos de Jules me encaram com interesse. 

— Acha que ele guarda um segredinho sujo? — Sua voz parece ansiosa, como se essa ideia a deixasse excitada. 

— Talvez. Quer dizer… todo mundo tem segredos. E eu tenho a impressão de que ele esconde alguma coisa. 

— Não deve ser nada — Jules desdenha. — Você tem uma ideia completamente errada do cara na sua cabeça, e isso está a deixando paranoica. 

— É, pode ser — murmuro. 

— Mas então. Como foi no apartamento dele ontem à noite? — Jules parece sedenta por informações, e entendo as intenções dela. 

— A gente não se pegou, se é isso o que você quer saber — respondo. 

Minha amiga fica indignada. 

— Ai, fala sério! Nem um beijo?

— Não.

— Uns amassos? 

— Não, Jules — digo, com um tom irritado. 

— Mão boba? 

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