seven

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Eu me despeço de Jules e Grant do lado de fora do Daniel's, e depois sigo Travis, em silêncio, pelo estacionamento vazio

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Eu me despeço de Jules e Grant do lado de fora do Daniel's, e depois sigo Travis, em silêncio, pelo estacionamento vazio. Está fazendo um frio de congelar os ossos, e mesmo que eu esteja com uma jaqueta grossa o suficiente para proteger os meus braços, isso não impede a brisa gelada de se chocar contra a pele das minhas bochechas e balançar os fios soltos do penteado ao redor do meu rosto. Nem Travis parece imune ao tempo: ele veste a jaqueta que, até então, estava pendurada em seu ombro, cobrindo as tatuagens dos braços.

— Meu carro está logo ali — indica com o queixo, apertando um botão na chave que faz as luzes das lanternas se acenderem e apagarem rapidamente. 

Quando nos aproximamos o suficiente do veículo para poder contemplar toda a sua beleza, eu fico bem impressionada. Eu não sou uma expert em carros, mas conheço um modelo e outro, e sei que esse se trata de um Dodge Challenger. A cor preta da lataria é tão intensa que parece se misturar com a negritude da noite, refletindo tudo ao seu redor. Na verdade, é bem a cara de Travis. 

Ele abre a porta para mim, e eu aproveito a deixa para me aproximar. 

— Cuidado, O'Brien, ou vou achar que está tentando me conquistar.  

Ele sorri. 

— Eu sei ser um cavalheiro de vez em quando, Wheeler. 

Olho dentro dos olhos dele. 

— É — concordo. — De vez em quando — finalizo antes de entrar no carro, tendo um vislumbre dos seus olhos estreitos. 

Travis fecha a porta do carona e eu prendo o meu corpo contra a poltrona com o cinto de segurança enquanto ele dá a volta no Dodge e se acomoda sob o volante. Espero ele dar a partida, mas me dou conta de que estamos há tempo demais parados no mesmo lugar — Travis sequer ligou o carro —, e isso me faz olhar para ele. Só então percebo que o meu motorista da noite está me encarando com aquele rosto perigosamente sexy mergulhado no escuro. 

— Que é? — questiono. 

— Você não relutou em aceitar a carona — pontua.

— E? 

— Você levou para o seu quarto um cara que nem conhecia, e depois aceitou uma carona dele… se continuar confiando em estranhos desse jeito, vai acabar com o corpo abandonado em uma estrada qualquer, Wheeler — seu tom é bem sério, quase como se ele estivesse me dando um sermão. 

Reviro os olhos. 

— Eu sei que você não vai fazer nada contra mim, O'Brien. 

A minha convicção parece deixá-lo intrigado. 

— Como pode ter tanta certeza? Você não me conhece. 

— Não, mas também sei que não é burro. Há duas testemunhas que nos viram sair juntos, e se eu, por algum acaso, desaparecer, eles vão saber relatar à polícia exatamente com quem eu estava e para onde estávamos indo. Você não quer ter que dar explicações à polícia sobre o meu paradeiro, ou quer, O'Brien? — minha pergunta, apesar de melodiosa, soa como uma ameaça. 

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