Maxine Wheeler e Travis O'Brien podem até estudar na mesma faculdade, mas vivem em universos completamente diferentes.
Max está interessada apenas em terminar os seus estudos e passar despercebida, enquanto Travis, apesar de ser o centro das atençõ...
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— Quer saber o que eu acho?
Lanço um olhar de relance para Joe, que vem adentrando a sala, saindo da cozinha com uma garrafa de Corona Extra na mão, e depois volto a minha atenção para a TV à tempo de ver o Bruins marcar um gol grotesco em cima do seu adversário, saltando na frente no placar.
— Não — digo, sem rodeios.
Sei que Joe está sorrindo mesmo sem olhar para ele. Ele nunca se deixou abalar pelo meu mau humor.
— Você devia dizer a ela como se sente.
Viro a cabeça lentamente para ele, com a garrafa de Heineken parada a pouquíssimos metros da boca, implorando para que eu dê mais um gole na cerveja geladinha.
— Dizer o quê a quem?
Ele me olha como se eu fosse cínico.
— A Max, é claro. Devia dizer que gosta dela.
Franzo o cenho.
— Eu nunca disse que gostava dela — retruco. — De onde você tirou isso, Joe?
Ele revira os olhos.
— Você não precisa dizer nada; está explícito na sua cara.
— E você deduziu isso com base em…?
— Eu perguntei sobre a garota e você apenas resmungou que ela estava em um encontro e ficou sentado aí com essa cara de quem engoliu um sapo. Tá na cara que você não está nada satisfeito.
Porra.
Já disse que odeio esse cara?
— Eu e a Max não temos nada — digo calmamente. — Portanto, ela pode sair com quem quiser.
— O que não muda o fato de você gostar dela — retruca, afiado.
Minha mandíbula fica tensa com o aborrecimento.
Estou tentando tirar aquela maldita garota da minha cabeça, e foi com essa intenção que eu vim aqui — me distrair. Não quero pensar em Max, não quero pensar naquele beijo idiota que tem tirado a minha paz, e principalmente: não quero pensar que, neste exato momento, ela está na companhia do cara por quem está caidinha e que não tenho a menor chance contra ele.
Mas não quero uma chance, afinal. Nossa amizade é mais do que suficiente para mim, mesmo que, de vez em quando, eu fique imaginando ela sem roupas, mas isso não vem ao caso. Por que eu tinha que beijá-la? Por que eu tinha que sucumbir a esse desejo primitivo que prometi a mim mesmo enterrar o mais fundo que conseguisse? Eu só… perdi a cabeça. Fiquei possesso quando ela insinuou que queria ser beijada por aquele cara, e então me imaginei beijando aqueles lábios e simplesmente agi por impulso.
Porra.
Mil vezes porra.
Não sabia que um beijo poderia me deixar tão abalado. Eu já beijei várias meninas antes, mas foram apenas beijos. Meu coração nunca tinha acelerado de tal forma, e nunca me senti tão completo, tão… inteiro.
