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Vejo um brilho de satisfação surgir nos olhos do Sr

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Vejo um brilho de satisfação surgir nos olhos do Sr. Miller um segundo antes de ele me entregar a prova corrigida, com minha nota dentro de um círculo vermelho enorme para ressaltar o quão medíocre ela é. Tento não demonstrar nenhuma reação enquanto olho para a nota — não darei esse gostinho ao meu querido professor —, e apesar de disfarçar bem a minha frustração, sinto um caroço de decepção surgir na minha garganta, e ele continua crescendo, crescendo, crescendo… 

— Confesso que estou surpreso, Srta. Wheeler — diz o meu professor, com um tom fingido de desapontamento. — Eu não esperava muito da senhorita, é verdade, mas essa nota… tsc, tsc. Você superou todas as minhas expectativas e conseguiu ser ainda pior do que eu imaginava. 

Ouço alguém soltar uma risadinha quando passa atrás de mim, e sinto meu rosto esquentar de vergonha. A humilhação me atinge, mas não vou ceder às provocações do meu professor. Posso chorar do lado de fora, mas dentro dessa sala, preciso sempre mostrar superioridade. 

Abro um sorriso falso e digo: 

— É sempre um prazer surpreender o senhor. 

Os olhos dele se inflamam.

— Espero que esteja ciente de que, se continuar desse jeito, vou ser obrigado a lhe reprovar. 

Ah, claro… você adoraria isso. 

— Tenho certeza que será muito divertido passar mais um semestre com o senhor. 

A sombra de um sorriso surge no canto da sua boca. O Sr. Miller não gosta nada do meu sarcasmo, e é por isso que faço questão de ser uma filha da puta com ele. 

Esse cara é um escroto. Tenho certeza que ele está fazendo de tudo para me prejudicar, mas ele vai ter que quebrar as minhas duas pernas para me ver de joelhos, pedindo por misericórdia. Prefiro repetir a matéria mil vezes a ter que aceitar os termos do seu joguinho sujo. 

O Sr. Miller se inclina sobre sua mesa e olha dentro dos meus olhos. De repente me sinto enjoada, mas me lembro que não estamos sozinhos, então não preciso ter medo. 

— Não se esqueça que você sempre tem uma segunda opção, Maxine — diz ele, com a voz baixa. — Tenho certeza que podemos pensar em um método diferente para te ajudar a passar na matéria.

O enjoo nas minhas entranhas aumenta, e sinto um calafrio de puro desprezo passar pela base da minha coluna. 

— Eu agradeço a sua preocupação — pego a minha prova e dou um passo para trás, ansiosa para ficar o mais longe possível desse cara —, mas tenho certeza que posso cuidar disso sozinha. 

Ele retrai o canto da boca, um ato de descrença. 

— Se mudar de ideia, pode me procurar. 

Olho dentro dos olhos dele, irredutível. 

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