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A Chapeuzinho Vermelho estava mesmo empenhada em me seduzir

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A Chapeuzinho Vermelho estava mesmo empenhada em me seduzir. Estamos em um canto escuro da sala, cobertos por uma nuvem espessa de fumaça causada pelo gelo seco, e eu tento a todo custo escutar o que ela diz por cima da batida gritante de "I'm Good (Blue)", do David Guetta. Mas não é como se houvesse espaço para conversa fiada. Faye (o nome da Chapeuzinho Vermelho) está interessada em outro tipo de linguagem, essa que envolve muitos lábios e mãos bobas. Sinceramente, eu prefiro assim. Acho que já deu para perceber que sou um cara que não gosta de falar muito, principalmente com pessoas com quem não tenho nenhum tipo de afinidade. Não gosto de perguntas, e fujo delas a todo custo.

Faye está obviamente interessada em terminar essa noite na minha cama, e acho que seria até divertido, mas não posso arranjar nenhum compromisso para mais tarde. Além disso, não posso ir embora sem antes me certificar de que Max está bem. Não viemos juntos à festa, mas eu insisti que ela viesse, que se divertisse um pouco, e me sinto na obrigação de ficar de olho nela para garantir que a noite termine bem. Sei que aquela garota não precisa de proteção, e não sou o tipo de cara que se preocupa com alguém que não significa nada para mim, mas eu sei que essa festa está cheia de loucos — convivo com eles diariamente —, e eles não vão chegar perto dela, não se depender de mim.

Mas não posso colocar uma venda nos olhos desses caras sedentos por sexo, não quando Maxine está vestida como um verdadeiro fetiche pornô. Eu mal pude acreditar quando a vi: aquela não se parecia nada com a Maxine que eu conheço, sempre usando aquelas calças mom que parecem ter sido tiradas de um cenário de filme retrô e blusas com estampa de bandas de rock que eu curto muito, mas não posso ser hipócrita a ponto de dizer que não gostei do que vi. Ela está sexy pra caramba, e Deus sabe que, em outras circunstâncias, eu não mediria esforços para tentar tê-la em minha cama esta noite. Mas, claro, Maxine é uma zona estritamente proibida, e mesmo que seja gostosa pra caralho, eu não posso cruzá-la.

Faye está distribuindo beijos pelo meu pescoço enquanto acaricia a minha coxa quando vejo, por cima da cabeça dela, um vislumbre de cabelos rosas. O rosto de Maxine aparece no meu campo de visão por alguns segundos, mas é tão rápido quanto um piscar de olhos, pois logo ela é engolida pela multidão que dança ensandecida ao som do remix de "I Follow Rivers", de Lykke Li. Estico o pescoço, na intenção de enxergar por cima da multidão, mas não vejo nenhum ponto rosa à frente, exceto os tons mais escuros aplicados em algumas fantasias.

— O que foi? — pergunta Faye, percebendo que estou distraído das suas tentativas de me deixar excitado.

Droga. Não quero me comportar feito um babaca, mas não posso continuar com isso sem tirar Maxine da minha cabeça.

— Nada — forço um sorriso.

— Que tal sairmos daqui? — ela tenta, mais uma vez, me persuadir. — Está barulhento demais. Tenho certeza que podemos encontrar um lugar melhor para termos privacidade — seu tom é sensual, e os olhos, extremamente lascivos. Ela arrasta a unha pela linha entre o meu peito até o abdômen, e eu sinto um leve arrepio.

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