Capítulo Dois

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Imperador Alexander 


🏷 Luxemburgo, Maio de 1810.

" Governe pelo povo, meu reizinho. - e assim meu pai fecha seus olhos.

Um misto de desespero toma conta de todo o meu corpo, não consigo acreditar no que meus olhos veem.

- Não, não pai! Por favor não me deixe, papai! - choro desesperado em cima de seu corpo que repousa serenamente sobre sua cama. "

Acordo com uma angústia no peito, sempre aquela memória volta em forma de sonho, e isso sempre ocorre as vésperas do aniversário de falecimento de meu pai, daqui dois dias completam onze anos de sua morte, uma morte prematura e difícil de ser aceitada.
Todos os dias penso em suas palavras "Governe pelo povo", e é isso que faço ou ao menos tento fazer nos últimos nove anos, tudo pelo meu povo.
Vejo que o sol já esta nascendo lá fora, me levanto em direção as janelas do grande Palácio de Luxemburgo, olhando os jardins, por onde eu costumava me esconder do meu pai, em uma simples brincadeira de criança, naquela época não precisava me preocupar com greves, rebeliões, guerras e ameaças dirigidas a mim.

Observo o mapa do mundo, e vejo o meu extenso Império Luxemburguês, posso dizer que Luxemburgo prosperou ainda mais, hoje somos uns dos maiores Impérios da idade contemporânea, nos tornamos uma forte potência mundial, após anexarmos a Bélgica a cinco anos, através da Guerra Fronteiriça, que perpetuou do período de minha regência até o terceiro ano do meu reinado, foi uma longa guerra, gastamos muitos recursos, muitas vidas foram ceifadas, mas minha mãe e meu tio, meus regentes na época, discutiam o tanto que o território belga seria importante para nós, hoje com mais maturidade vejo que foi plausível perseverar na luta, o território belga nos proporciona a melhor via de exportações.

Pude construir pelo meu longo território portos e pontes mais modernas através de meus desenhos. A seis anos tenho mantido tratados de paz com os ingleses, franceses e os russos, para o bem-estar dos nossos Impérios e dos nossos povos, mas algumas pequenas monarquias têm tirado um pouco a minha paz como é o caso da Holanda, que quer se tornar uma grande potência, tenho consciência que uma guerra atualmente não seria nada agradável para mim e para o meu povo, mesmo que meu tio diga o contrário.

Volto meu olhar em direção a grande entrada do Palácio, vendo meu tio Constantin chegar em sua carruagem, e me lembro que teríamos uma pequena reunião logo após o desjejum.
Me apresso em me arrumar e penso ao mesmo tempo, qual o boato da vez que ele veio me contar.

⚜️

Adentro meu escritório após o desjejum, pedi para que meu tio esperasse em uma das salas que logo pediria para chamá-lo. Minha atenção esta voltada para uma carta com denúncias de péssimas condições de trabalhos nas fábricas, um pouco estranho pois minha mãe cuida de todas as questões relacionadas às fábricas, e a mesma em seu ultimo relatório mensal, me apresentou que tudo esta bem.
Meus pensamentos são interrompidos por meu tio, que adentra o meu escritório sem anunciar sua entrada, e isso me deixa irritado.

- Não sabe bater tio?- digo ironicamente

- Deixe de bobagens Alex.- ele diz já se sentando em uma cadeira a minha frente.

Odeio esse tipo de comportamento, ainda mais vindo dele.

- O correto é sua Majestade Imperial ou você se esqueceu como se referir a mim? - digo arqueando as sobrancelhas.

Se ele acha que pode fazer o que quiser na minha frente ele está enganado.

- Perdão sobrinho, isso não vai se repetir.- ele diz desviando o olhar do meu.

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