A Imperatriz

Capítulo Dezessete

Imperador Alexander

🏷 Luxemburgo, Julho de 1810.

Aprecio atentamente o rosto delicado de Marie iluminado pelo fraco sol que nasce lá fora, ela está adormecida profundamente em meus braços, e por Deus, sou tão sortudo! Passo meus olhos sobre cada pintinha de seu rosto, e me prendo em cada detalhe daquela feição, ela é linda... e eu a decepcionei.
Os últimos dias se passaram rápidos, e tento me acostumar as vastas recordações: meu casamento, minha Imperatriz, nossa pequena e rápida viagem e a guerra que esta consumindo minhas forças, me sinto impotente, uma mera criança acoada pelo medo da escuridão.
Marie se remexe e afunda ainda mais seu rosto em meu peito, sinto seu cheiro de baunilha, fixo meus olhos nos longos cabelos castanhos claros que caem por suas costas, e meu peito se enche de vontade de beijá-la, mas meus pensamentos me recordam de como fui um cretino com ela, de como me descontrolei, por conta de tudo que estou fazendo para que nada desmorone, eu não posso cair.

"Você não governa mais sozinho, lembre-se disto irmão", Louis me alertou durante a viagem de Clervaux a Luxemburgo, e um murro doeria menos, essa simples frase me fez voltar pra realidade, e perceber que Marie não era só minha esposa, mas sim a Imperatriz.
Acredito que já tenha passado das seis da manhã, e eu deveria me levantar, mas o formoso corpo de Marie me impede, nunca gostei de ficar tanto tempo na cama, mas ela esta me fazendo quebrar este costume.
Acaricio levemente seus cabelos, e penso em ideias de como pedir desculpas a ela, quer dizer um pedido oficial, o que ela gostaria de ter?
Meus pensamentos estão acelerados em busca de algo que ela goste, acredito que terei que pedir ajuda a alguém. Marie se remexe, e solta um leve gemido, me despertando de meus pensamentos.

- Bom dia esposa...- sussurro próximo aos seus lábios.

- Bom dia Alexander...- ela sussurra e cobre seu rosto com suas mãos.

Percebo que a mesma se desprendeu de meus braços, e entendo o sinal para que eu me afaste, e então eu faço, me levanto depressa da cama, e deixo o quarto de Marie em silêncio e sem olhar para trás, a deixarei em paz até que encontre uma forma para me desculpar.
E porra isso será um sacrifício.

⚜️

- Bom dia irmã! - digo animado entrando no quarto de Amalia.

Ela me encara com cara de poucos amigos, afinal acabei de acorda-la.

- O que quer Alexander? - ela resmunga virando de bruços.

Me aproximo da mesma, e me inclino em sua direção com um sorriso.

- O que a Marie gostaria de ganhar? - pergunto curioso.

- Não sei, afinal quem é casado com ela, é você! Surpresa...- ela sussurra com irônia a última parte.

Ignoro seu mau humor, e obviamente insisto mais uma vez.

- Vamos Amalia! Me fale, ela deve ter te falado algo...- peço cutucando suas costas.

- Que merda Alexander! - ela diz batendo em minha mão e se sentando.

- Já te deixarei em paz, só me diga alguma coisa... - sussurro perto de seu rosto.

- Flores, ela gosta de lojas de flores! Agora some daqui.- ela diz se deitando e logo se cobrindo.

- Obrigada irmãzinha.- digo saindo com um sorriso largo.

Certo, essa foi fácil.
Me aproximo da escadaria e percebo que Marc já está ao meu lado.

- Marc! Bom dia. - digo caminhando em direção ao dejejum.

Endireito meu uniforme azul marinho, e me lembro dos compromissos que terei hoje, pura burocracia e muita merda de duques e condes que não sabem se virar sozinhos.