VI

26 5 1
                                    


A ala vip definitivamente merecia todos os créditos. As luzes escuras vermelhas, a fumaça de narguilé que parecia estar por toda a parte. E também havia uma música elegante baixa tocando ao fundo. Alguns casais faziam coisas explícitas pelos cantos, outras pessoas pessoas pareciam apenas sérias demais.

- Harold? - ouvi a voz de Styles atrás de mim.

- desculpe por isso, não poderia perder a chance de tirar uma com sua cara. - falei honestamente.

- muito engraçado. - bufou. - de onde conhece aquele cara?

- longa história. Mas resumidamente, treinamos juntos quando crianças. Ele acha que existe alguma amizade entre nós, mesmo eu tendo perdido as contas de quantas vezes tentei mata-lo.

- ele não parece envolvido com a máfia. - falou

- Horran tem um bom treinamento, não devemos subestima-lo. Mas a máfia de seu pai não tem muitos confrontos por aqui, são mais relaxados. Mas movimentam bem a economia, no entanto.

- que inveja. - disse rindo fraco.

- viu como ele chorou? Não invejo nenhuma fraqueza. - falei sério, mas quando vi que tinha encerrado o assunto de forma grosseira, continuei - mas seria bom ter um tempo de férias dessa correria toda.

Styles assentiu.

- suponho que tenha entendido meu plano. - falei enquanto íamos a um canto de forma discreta.

- sim. Esse é o lugar perfeito para um esbanjador como Malik estar. - assentiu - muito inteligente, devo admitir.

- eu sei, obrigado. - arrumei meu cabelo que insistia em cair nos meus olhos. Eu deveria ter passado um gel. - agora temos que ficar atentos. Devemos nos separar?

- não acho uma boa ideia.

- qual é, esse lugar é enorme. Se demorarmos muito para encontra-lo, ele pode sair antes de nós.

Styles suspirou olhando em volta e voltando o olhar para mim.

- certo. Mas nós encontramos aqui, nesse mesmo lugar assim que terminarmos a busca.

assenti

- claro. Boa sorte.

- eu não preciso de sorte, Tommo. - falou com o lábio curvado para cima.

- fale isso de novo que eu estoro seus miolos. Querido. - sorri ironicamente e dei as costas.

passei por perto de algumas pessoas que tentaram conversar comigo. Devia ter desconfiado que isso aconteceria, mas dispensei a todos de forma educada, para não gerar perguntas.

vasculhei a área que escolhi, e não achei nada. Talvez Malik não estivesse por aqui, talvez já tivesse ido embora, ou Styles havia sido o sortudo de acha-lo. Pensando nisso, resolvi começar a procurar Styles, afinal de contas, se ele tivesse achado o cretino, provavelmente precisaria de um suporte.

voltei para o canto que havíamos combinado, mas ele não apareceu, o que me deixou inquieto. Esperei mais um pouco, até aceitar que ele não voltaria.

voltei a andar em sua procura, quando fui surpreendido por um pano em minha boca, pressionado por trás. Meu reflexo me fez puxar meu canivete e acertar o que acho que era a barriga da pessoa, em cheio. Ainda sim, pude sentir o intorpesente da droga entrando no meu sistema.

após dar a facada, ouvi um grunhido e o pano saiu de minha boca, me virei para trás mas minha visão estava embassada e inquieta, consegui ver um corpo de um homem saindo rapidamente, com uma mão pressionando a ferida.

Malik.

mesmo mal me aguentando nos pés, comecei a segui-lo. Ele deveria estar atrás de Styles, precisava alcança-lo antes.

algumas pessoas esbarravam em mim, outras vinham conversar, mas eu só conseguia ouvir vozes abafadas enquanto sentia o suor escorrerendo da minha testa.

eu não sabia para onde estava indo, mas senti um puxão no meu braço e puxei meu canivete novamente, que foi segurado pela pessoa.

- Tomlinson? - eu reconhecia essa voz.

- que porra? Me larga. - comecei a me debater, ainda que fraco, já que meu corpo parecia morto, mesmo que meu coração estivesse acelerado.

- droga. - ouvi enquanto a pessoa me arrastava para algum lugar. - é o Harry, inclusive.

ah, Styles.

naquele momento eu me encontrava vulnerável, e odiava isso, porque não podia controlar. Minha mente não funcionava e meu corpo estava mole. Qualquer pessoa que me encontrasse poderia fazer o que quisesse comigo, eu não conseguiria lutar nesse estado.

percebi que estramos em um lugar com luzes brancas.

fui colocado sentado no chão, o que não gostei, porque era nojento. Vi a silhueta embassada de Styles ir até a porta, trancando-a. Depois ele voltou até mim e me levantou.

eu havia tirado o pano a tempo do meu rosto, e mesmo assim os efeitos eram fortíssimos. Penso no que teria acontecido se tivesse ficado por mais tempo.

senti algo molhado tocar meu rosto.

- estou jogando água no seu rosto. - explicou - vamos ter que esperar o efeito passar. Você cheirou muito?

- me...drogaram - tentei falar, mas não ouvia o som da minha própria voz. Enquanto isso, meu coração batia desenfreado no meu peito.

- Malik? - ouvi sua voz, enquanto desabotoava meu terno.

- quem mais poderia ser. - resmunguei pelo desconforto.

fiquei apenas com a camisa social, o que deu um alivio no calor que eu sentia.

- vamos ter que sair daqui.

- mas, o Malik-

- Tomlinson, eu não sei o que você cheirou, temos que cuidar disso. - esbravejou.

- eu estou bem. - argumentei.

Malik poderia estar la fora, não demoraria para acha-lo. Eu não poderia fazer nada, mas Styles sim.

- vai pegar ele. - consegui dizer - se der tempo, me busque depois.

- porra, você é louco?! - ele disse bravo - pensa Harry, pensa.... - ouvi sua voz baixa.

eu ia prestar atenção, juro que tentei, mas senti meu estômago inteiro começou embrulhar.

- eu vou...

- tudo bem. - senti meu corpo ser erguido rapidamente e meu rosto sendo empurrado dentro de uma privada.

vomitei até meu estômago doer.

- mas que droga... - disse ofegante, minha garganta ardia e eu sentia o mau estar vindo ainda mais forte.

- terminou?

assenti

Styles me levantou novamente e senti a água passando pela minha boca.

- vamos embora. - ele disse.

estávamos nos aproximando da porta quando ouvimos um barulho familiar demais para não reconhecer, mesmo eu estando drogado.

um tiro.

Born to Die Onde histórias criam vida. Descubra agora