epílogo.

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Era um dia corrido, Louis não podia se atrasar, se não estaria ferrado, completamente ferrado. Olhou o relógio ansiosamente enquanto esperava seu café ficar pronto.

- vamos, vamos... - batucou os dedos no balcão. Assim que o copo apareceu na sua frente, ele tirou algumas notas do bolso e se retirou.

certo, talvez ainda desse tempo.

correu pela calçada e levantou a mão exasperado para que o ônibus o visse.

- passe reto por mim e eu estoro seus miolos. - disse mais para si mesmo, enquanto o motorista parava no ponto. Glória a Deus! Correu até lá, pegando um assento.

seu telefone vibrou no bolso da calça jeans.

- já estou chegando.

- atrasado novamente, Tomlinson? Sabe das consequências.

merda.

- me dê mais alguns minutos, por favor.

- sabe que eu não decido nada. Não sei se eles esperarão.

era oficial. Ele estava ferrado.

assim que o ônibus parou, Louis saiu correndo, mesmo que parecesse um louco para todos que passassem, ele prezava por sua vida demais para se importar. Abriu a porta e subiu as escadas correndo.

por favor, não me odeiem.

bateu na porta, e após alguns minutos ela se abriu.

os olhos azuis se arregalaram em desespero.

- você é um homem morto.

- muito atrasado? - deu seu melhor sorriso amarelo.

Harry o encarava com os olhos raivosos e batom rosa borrado até as bochechas, sombra verde e azul misturadas por suas pálpebras e cabelos agora curtos amarrados em duas pequenas bolinhas na cabeça.

- muito. Não acredito que se atrasou no dia das meninas. Sobrou tudo para mim! - lhe deu passagem.

- você diz como se não gostasse. - revirou os olhos, entrando na casa.

- eu não gosto! - esbravejou - e acho melhor ir se desculpar. Segundo ela, você não será mais um convidado de honra. - deu de ombros - não querendo me gabar, mas eu continuo sendo.

Louis revirou os olhos mas seguiu o corredor até o quarto do meio. Bateu na porta antes de entrar lentamente.

- Alice?

a pequena menina se escondeu debaixo das cobertas na mesma hora, pulando com o susto.

- ela não está.

- oh, não? - entrou no quarto, se aproximando até estar próximo a cama. Se sentou no chão, pernas cruzadas. - então com quem estou falando?

- com a fada da raiva.

- entendo. - assentiu - senhorita fada da raiva, poderia passar um recado para a Alice? Por favor?

após alguns instantes a resposta veio.

- posso pensar.

- certo. - se ajeitou - se encontra-la, diga a ela que o papai sente muito, que ele gosta muito de ser convidado para a noite das meninas, mas hoje ficou agarrado no trabalho. Ah, e também diga a ela que eu a amo muito. Muito mesmo. Pode dizer isso?

a coberta caiu lentamente, Alice arrumou os cabelinhos que acabaram se descabelando no processo.

- papai.

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